Seis dos 12 moradores de rua voltam a Cabo Frio após serem deixados em Linhares
Quatro preferiram permanecer na cidade capixaba e outras duas foram encaminhadas de volta a seus familiares, nos estados da Bahia e Minas Gerais
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Seis das 12 pessoas em situação de rua que foram levadas para Linhares, no Norte do Estado, em um micro-ônibus, na última terça-feira (8), retornaram para Cabo Frio, no estado do Rio de Janeiro na sexta-feira (11).
Quatro pessoas preferiram permanecer em Linhares e outras duas foram encaminhadas de volta a seus familiares, nos estados da Bahia e Minas Gerais, também na sexta-feira.
De acordo com a Prefeitura de Cabo Frio, o grupo de seis pessoas retornou voluntariamente em um ônibus disponibilizado pela administração municipal. A prefeitura informou ainda que, das seis pessoas que retornaram, três não quiseram continuar na casa de passagem do município.
"O acompanhamento segue sendo feito pelas equipes da assistência social, garantindo escuta, acolhimento e o apoio necessário em cada caso", ressaltou, em nota, a Prefeitura de Cabo Frio.
Já a Prefeitura de Linhares informou que o retorno dessas pessoas a Cabo Frio se deu por meio de um alinhamento entre as Promotorias de Justiça de Linhares e de Cabo Frio, "prevendo o envio de um ônibus com assistente social e monitor para possibilitar o retorno das pessoas que desejassem voltar à cidade de origem".
Ainda de acordo com a Prefeitura de Linhares, as quatro pessoas que decidiram permanecer no município seguirão acolhidas na Casa de Acolhida São Francisco de Assis, onde continuarão recebendo acompanhamento de uma equipe multidisciplinar até que possam ser reintegradas às suas famílias ou inseridas no mercado de trabalho.
Falsa promessa de emprego
A Prefeitura de Linhares afirma que o grupo de 12 pessoas foi deixado na cidade após receber falsas promessas de emprego.
“Alguns dizem que havia promessa de trabalho na lavoura de café e outros na indústria moveleira. Todos foram identificados. Não conseguimos identificar uma conduta criminosa, até o momento, pois eles não pagaram passagem”, destacou o titular da 16ª Delegacia Regional de Linhares, delegado Fabrício Lucindo, que investiga o caso.

Na última quinta-feira (10), a Prefeitura de Cabo Frio informou que, com exceção de uma senhora, todas as outras pessoas não são naturais do município, localizado na Região dos Lagos do Rio de Janeiro.
Segundo a prefeitura, elas teriam chegado à cidade durante a alta temporada, em busca de oportunidade de trabalho, e que, posteriormente, teriam acessado os serviços de acolhimento da casa de passagem do município, manifestando o desejo de retornar ao Espírito Santo.
"Durante sua permanência, manifestaram espontaneamente o desejo de retornar ao seu estado de origem para buscar novas oportunidades, especialmente na colheita do café, atividade da qual alguns já haviam participado em anos anteriores", disse o órgão em nota.
E apontou ainda: "Diante dessa demanda apresentada por eles, a Casa de Passagem, cumprindo seu papel de apoio e acolhimento temporário, providenciou exclusivamente o transporte até o Espírito Santo, conforme registrado em documentos devidamente assinados por todos os envolvidos. Cada pessoa assinou uma autorização, com nome completo, CPF e assinatura, atestando ciência de que a Casa de Passagem se responsabilizaria apenas pelo transporte, não havendo qualquer intermediação de emprego, contato com fazendas, empresas ou oferta de vagas em outro município".
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Linhares, e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro também acompanham o caso.
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