X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Regional

Quem foi o capixaba que “inventou” a câmera de cinema

Ludovico Persici registrou, em 1927, o Guarany, feito com peças de gramofone, de relógios velhos e latas de manteiga


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem Quem foi o capixaba que “inventou” a câmera de cinema
Maiki Lorenzon Cola mostra a sala Ludovico Persici, que fica na Estação Ferroviária de Matilde |  Foto: Clóvis Rangel/ AT

Em 1899, nascia em Matilde, Alfredo Chaves, região serrana do Estado, o relojoeiro Ludovico Persici.

De acordo com pesquisadores, em 1927 ele registrou um invento na Biblioteca Nacional: o cinematógrafo ou Aparelho Guarany, que conseguia filmar, copiar, medir e projetar as fitas de filmes de cinema. O equipamento foi construído com peças de gramofone, de relógios velhos e latas de manteiga,

“Sem recursos, ele não pôde desenvolvê-lo industrialmente e acabou não reconhecido na época. Além da genialidade inventiva, Ludovico era, acima de tudo, um apaixonado pelo cinema”, disse a historiadora Maria Clara da Cunha.

Segundo ela, além do cinematógrafo, Ludovico também “inventou” o cinema no Estado. “Ele foi o primeiro capixaba a produzir, filmar e lançar um filme, o 'Bangue-Bangue', em 1926, conforme o ‘Catálogo de Filmes – 81 Anos de Cinema no Espírito Santo’, de Carla Osório”.

Em 2007, durante a 2ª Mostra Capixaba de C&T realizada pelo Cineclube Metrópolis, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), foi feita homenagem a Ludovico Persici, com entrega de placa para seus familiares.

O secretário de Turismo e Cultura de Alfredo Chaves, Ricardo Nascimento, explicou que Ludovico era filho do italiano Erasmo Persici, nascido em Parma, em 1878, e de Maria Giro, nascida em Alfredo Chaves, em 1879.

O pai dele mantinha uma relojoaria e era ourives, profissão que ensinou aos seis filhos homens, fazendo com que todos exercessem a atividade até o fim da vida. Curioso e dotado de notável inteligência, Ludovico Persici frequentava desde pequeno o local.

“Apesar de sua pouca idade, já era admirado pelos vizinhos e amigos pela facilidade que demonstrava ao lidar com os mais complexos maquinários. Esses vizinhos e amigos entregavam ao pequeno Persici gramofones e toda a sorte de objetos avariados para que este os consertasse”.

O músico Maiki Lorenzon Cola, de 28 anos, mora em Matilde e contou que uma sala na Estação Ferroviária de Matilde leva o nome de Ludovico Persici.

Ludovico criou caneta aos 10 anos

É provável que a arte de inventar tenha se manifestado em Ludovico por volta dos 10 anos, durante a construção da Estrada de Ferro Leopoldina Railway, que passa por Matilde, onde ele nasceu.

Nessa época, de acordo com a pesquisadora Joana Francisco, insatisfeito com o fato de ter de mergulhar inúmeras vezes a pena no tinteiro para escrever suas lições escolares, inventou um tipo de caneta, adaptada com conta-gotas, que enchia de tinta.

“Há relatos que, quando ainda garoto, ele imitava ou tentava reproduzir cada etapa da construção da linha de trem que corta o distrito de Matilde, instalando, num barranco, uma espécie de miniatura de cortes, túneis, tormentes e trilhos”, disse ela.

Joana revelou que o invento chamou a atenção de colegas e professores. Porém, contrariando os pais e não suportando a “monotonia” da escola, nem o bucolismo de Alfredo Chaves, abandonou os estudos na 3ª série primária e fugiu de casa várias vezes, fazendo com que o pai empreendesse verdadeiras maratonas à sua procura.

“Em 1913, ao completar 14 anos, o pai de Ludovico leva o filho fujão para o Rio de Janeiro, para garantir assim a sua vontade de torná-lo ourives e relojoeiro. Encaminha-o para se aperfeiçoar na conceituada relojoaria do famoso espanhol Manuel Palmério”.

Paixão também pela fotografia

Ao voltar a Alfredo Chaves após dois anos no Rio de Janeiro, Ludovico não mostrou grande entusiasmo com a relojoaria do pai, mas começou a colocar em prática os conhecimentos de fotógrafo.

“Revelava filmes, reproduzia e ampliava as imagens num laboratório que improvisou”, contou o fotógrafo Michel Valente. A fotografia foi objeto de sua experiência. “Aperfeiçoou e consertou câmeras, criou processos e reproduziu as imagens em variados suportes”.

Segundo o fotógrafo, em 1917, passando por dificuldades financeiras, a família de Ludovico decide mudar-se para Castelo. O motivo teria sido a queda do movimento na relojoaria.

Operador

Imagem ilustrativa da imagem Quem foi o capixaba que “inventou” a câmera de cinema
ludovico trabalhou em cinema |  Foto: Divulgação

“Em Castelo, ele trabalhou como ajudante de operador da máquina de projeção no cinema do Sr. Rangel. Com a aposentadoria do proprietário e a venda do cinema, foi promovido a operador do cinema”.

Aos 20 anos, Ludovico, embora se revelasse mais fascinado pelo cinema e pouco à relojoaria, abriu o próprio negócio do ramo familiar.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: