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Regional

Novas descobertas de animais ameaçados

Espécies despertam a atenção pela raridade e peculiaridade biológica. São elas: uma formiga rara, o ouriço preto e o cágado-amarelo


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Imagem ilustrativa da imagem Novas descobertas de animais ameaçados
Rivelino Galvão enfatiza a responsabilidade de proteger as espécies |  Foto: Roberta Bourguignon

No Parque Municipal Morro da Pescaria, em Guarapari, pesquisadores continuam a revelar segredos da fauna local, com a descoberta de novas espécies ameaçadas de extinção.

Entre as descobertas mais recentes estão o ouriço preto, uma formiga rara e o cágado-amarelo, três espécies que têm despertado a atenção de cientistas e ambientalistas pela sua raridade e peculiaridades biológicas.

De acordo com Rivelino Galvão, biólogo especialista em mastozoologia, que foi subgerente de Educação Ambiental do parque há mais de 13 anos, essas descobertas são resultado de um trabalho de monitoramento intensivo e resgates de fauna, realizado em parceria com pesquisadores e autoridades ambientais, especialmente durante a implementação de empreendimentos em áreas próximas.

O ouriço preto (Chaetomys subspinosus), uma espécie única da Mata Atlântica, foi uma das descobertas mais marcantes. O pequeno mamífero é uma das espécies mais raras do Brasil, com uma população muito restrita.

A fêmea adulta, que foi encontrada durante o resgate de fauna no contexto da construção do Alphaville, em Guarapari, tornou-se uma residente do parque.

“O ouriço preto é uma espécie única, pois dentro do gênero Chaetomys só existe essa espécie. Outras famílias do mesmo gênero possuem entre 15 e 17 espécies, mas esta é a única do gênero Chaetomys no Brasil. Sua adaptação ao ambiente do parque é um avanço importante para a preservação da espécie”, explica Galvão.

A fêmea, batizada de Rudara em homenagem à deusa do amor da mitologia tupi-guarani, está sendo monitorada de perto. O próximo passo da pesquisa será a introdução de um macho para avaliar a viabilidade reprodutiva, uma vez que, até o momento, os dados indicam que a espécie reproduz um único filhote por ano, o que torna sua conservação mais desafiadora.

O trabalho de conservação no Parque Morro da Pescaria é contínuo, garante o biólogo, com o monitoramento constante das espécies e o desenvolvimento de planos de manejo específicos para as áreas do parque.

Formigas raras e carnívoras que caçam outros insetos

Outra descoberta fascinante no Parque Morro da Pescaria foi a Dinoponera lucida, uma espécie de formiga carnívora, com colônias pequenas, que pode atingir até 4 cm de tamanho. Ao contrário de outras formigas, a rainha dessa espécie não possui asas e, portanto, não voa. Em vez disso, suas colônias se deslocam no solo.

“A Dinoponera lucida é uma formiga peculiar. Encontramos 13 ninhos até o momento, e as colônias dessas formigas não são grandes, como acontece em outras espécies”, explica o biólogo Rivelino Galvão.

“Elas podem ter no máximo 100 indivíduos, e caçam outros insetos para se alimentar. Esse comportamento carnívoro e suas características estruturais fazem dela uma espécie rara e pouco conhecida”.

A pesquisa sobre essa formiga está em andamento, com expectativa de que mais informações sobre sua biologia e seus comportamento sejam reveladas nos próximos anos. “Precisamos investir cada vez mais em pesquisas que ajudem a revelar o comportamento, os habitats e as necessidades das espécies”, concluiu Galvão.

Cágado e os mistérios das lagoas temporárias

A terceira espécie de destaque é o cágado-amarelo (Acanthochelys radiolata), uma tartaruga de água doce ameaçada de extinção que tem encontrado refúgio seguro nas lagoas temporárias do Parque Morro da Pescaria, em Guarapari.

Essas lagoas se formam em depressões naturais após períodos de chuvas intensas, e os cágados aproveitam esse ciclo para se reproduzir.

“O comportamento do cágado-amarelo é interessante. Quando a água da lagoa desaparece, eles entram em estivação, ou seja, entram em um estado de hibernação”, explicou o biólogo Rivelino Galvão.

“Eles (cágados) desaparecem junto com a água e só retornam quando a lagoa se forma novamente com as chuvas. Precisamos entender para onde eles vão durante esse período seco, já que não há muitos registros de comportamentos semelhantes”, destacou.

Galvão afirmou que a população de cágados no parque tem se mostrado viável e que o monitoramento das lagoas temporárias é essencial para garantir a sobrevivência dessa espécie, que depende desse ecossistema sazonal para se reproduzir.

SAIBA MAIS SOBRE AS ESPÉCIES

Ouriço preto (Chaetomys subspinosus)

Imagem ilustrativa da imagem Novas descobertas de animais ameaçados
|  Foto: Rivelino Galvão

> Status: ameaçado de extinção e endêmico da Mata Atlântica, sendo encontrado apenas nessa região.

> Descoberta: durante o resgate de fauna no contexto do empreendimento Alphaville em Guarapari, foi encontrado uma fêmea adulta, que passou a viver e ser monitorada no Parque Municipal Morro da Pescaria, em Guarapari.

> Importância: é um gênero único, pois existem de 15 a 17 espécies do gênero Chaetomys, mas apenas o Chaetomys subspinosus é reconhecido. A fêmea, chamada Rudara (nome inspirado em uma deusa tupi-guarani), já está se adaptando bem ao novo ambiente. O próximo passo é introduzir um macho para estudar a reprodução da espécie.

Cágado-amarelo (Acanthochelys radiolata)

Imagem ilustrativa da imagem Novas descobertas de animais ameaçados
|  Foto: Rivelino Galvão

> Status: ameaçado de extinção, mas com uma população viável no parque.

> Descoberta: o cágado-amarelo vive em lagoas temporárias no parque. Quando as lagoas desaparecem, eles entram em uma espécie de hibernação e somem até o próximo período chuvoso.

> Importância: o comportamento deste cágado, que depende dessas lagoas temporárias, é um mistério que os pesquisadores ainda tentam entender. A investigação está direcionada em saber para onde eles vão quando a água desaparece e como se adaptam a esses ciclos de seca e cheia.

Formiga Dinoponera lucida

Imagem ilustrativa da imagem Novas descobertas de animais ameaçados
|  Foto: Rivelino Galvão

> Status: ainda em estudo.

> Descoberta: pode atingir até 4 cm de comprimento, foi encontrada no parque. Sua rainha não tem asas e as colônias são pequenas, com no máximo 100 indivíduos, o que é bastante raro entre as formigas.

> Características: ela é carnívora, caçando outras espécies para se alimentar. Foram encontrados 13 ninhos, e os pesquisadores estão investigando mais sobre a espécie.

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