Queimadura em bebê foi erro individual, diz auditoria
Foi o que concluiu uma auditoria feita no Hospital Jayme dos Santos Neves, onde recém-nascido teve pé queimado com algodão

A auditoria realizada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) concluiu que a queimadura sofrida pelo recém-nascido José Peisino no Hospital Estadual Jayme dos Santos Neves, na Serra, foi causada por erro individual de uma técnica de enfermagem.
Ela, que foi demitida, já havia sido afastada junto com outros funcionários que poderiam ter participado do procedimento.
O caso ocorreu em 19 de agosto. O bebê sofreu uma queimadura de terceiro grau no pé após a profissional aquecer um algodão na resistência do berço e colocá-lo dentro da meia da criança.
A mãe da criança, Sara Peisino Barbosa, relatou na ocasião que o filho chorou intensamente até que a equipe percebesse o problema e retirasse o algodão.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann, a auditoria não encontrou falhas estruturais ou de protocolos na unidade. “O relatório conclui que não havia nenhuma inconformidade no hospital: nenhum equipamento sem manutenção, quebrado, problema de curto-circuito, atraso em treinamentos ou capacitações. Não houve falha do hospital”, ressaltou.
Ele continua: “O que houve foi uma profissional que, individualmente, sem comunicar a seus superiores, tomou uma decisão equivocada de adotar um procedimento que não existe nos protocolos”.
Hoffmann reforçou que a técnica não agiu com intenção de machucar o bebê. “Nós não temos nenhuma dúvida de que ela não quis machucar a criança. Foi uma decisão equivocada, apesar da formação e dos treinamentos recebidos”.
A funcionária havia sido contratada há pouco mais de quatro meses, disse o diretor do hospital, Joubert Andrade. “Ela passou pelo período de experiência, de três meses. Nesse período, passou por avaliações psicológicas. Ela esteve conosco quase quatro meses, e depois do episódio foi desligada”.
O relatório de conclusão da auditoria será encaminhado ao Ministério Público Estadual e ao Conselho Regional de Enfermagem (Coren-ES), que decidirá se a profissional poderá ou não continuar na carreira.
Mesmo sem falhas institucionais apontadas, a Sesa determinou medidas extras de segurança. Todas as maternidades estaduais e conveniadas deverão afixar cartazes reforçando que não existe o procedimento de aquecer algodão na resistência dos berços. “É um excesso de zelo para garantir que situações como essa não se repitam”, afirmou o secretário.
Fique por dentro
Criança estava com baixa temperatura
O caso
No dia 19 de agosto deste ano, um bebê sofreu uma queimadura de terceiro grau no Hospital Estadual Jayme dos Santos Neves, na Serra.
A criança estava com a temperatura corporal baixa. A técnica de enfermagem responsável aqueceu um algodão na resistência do berço aquecido e o colocou dentro da meia do recém-nascido.
O secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann, disse que, aparentemente, aproximar o algodão da resistência elétrica gerou uma fagulha. “Isso não foi percebido, e ao encostar no pé da criança, em contato com roupas de algodão e cobertores, acabou gerando uma chama. Isso provocou a queimadura grave no pé da criança”, destacou.
O bebê
O menino foi transferido para o Hospital Infantil de Vitória e passou por cirurgias de enxerto de pele, recebeu alta hospitalar, mas segue em acompanhamento ambulatorial para monitoramento da recuperação. O pequeno José ficou 28 dias internado.
Até o momento os resultados do tratamento são positivos, e a expectativa é de que não haja sequelas permanentes.
Fonte: Sesa e pesquisa AT.
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