IA vai ajudar a combater fraudes de falsos médicos nas redes sociais
Ferramenta será capaz de monitorar redes sociais e identificar perfis de profissionais falsos que aplicam golpes em pacientes

A tecnologia será nova aliada contra os golpes de falsos médicos no Brasil. O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou que, até o fim do ano, um robô movido à Inteligência Artificial (IA) será capaz de monitorar redes sociais e identificar perfis fraudulentos de falsos profissionais. A informação foi dada pelo vice-presidente da entidade, Jeancarlo Cavalcante.
“A partir de denúncias já existentes, a IA da ferramenta irá analisar perfis, publicações, interações e conteúdos compartilhados nas redes sociais, e cruzar essas informações com bancos de dados oficiais do Conselho. Vamos ampliar a detecção de falsos médicos, e avançar na busca de irregularidades”, afirma.
A ferramenta será disponibilizada para integrantes dos conselhos regionais de medicina de cada unidade federativa do País.
“Com o turbilhão de informações das redes sociais, não conseguimos monitorar tudo, e a ferramenta nos possibilitará isso. Com a identificação do golpista, os conselhos regionais poderão alertar a sociedade através dos respectivos canais oficiais de comunicação”.

A nova tecnologia ajudará, principalmente, a proteger populações mais vulneráveis contra a ação de falsos médicos, pontua o conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES), Carlos Magno Dalapicola.
“Pessoas mais idosas e com pouca instrução são as mais afetadas pelos golpistas. Através de propagandas falsas, fazem consultas baratas, de R$ 20, e passam remédios que não são necessários. Demora até o golpista ser desmascarado. O novo robô vai ajudar a resguardar os direitos dessas pessoas”.
A ferramenta ajudará também a identificar pessoas que incorrem em falsidade ideológica e documental, em um nível que dificulta a identificação do golpe.
“Existem pessoas que têm a graduação de Medicina incompleta, mas que mostram o ingresso no curso, outras que inventam um número de registro, e até que se apossam da identificação de médicos regularizados para aplicar golpes contra pessoas que não entendem as regulamentações do CFM. A IA vai procurar em todo o Brasil, identificando indícios de fraudes”.
Quem não segue as regras éticas sobre publicidade do Conselho Federal de Medicina, pode sofrer processo ético, punição com advertência e cassação do direito de exercer a profissão que, no Brasil, é definitivo. “Isso está previsto em resolução do CFM, e também em leis gerais, como a Constituição Federal e o Código Penal”, destaca a advogada especialista em Direito Médico, Katia Tinoco.
Entenda
Tecnologia médica contra golpes
Inteligência Artificial Médica
O robô do Conselho Federal de Medicina (CFM) analisará perfis, publicações, interações e conteúdos compartilhados nas redes sociais com ajuda de Inteligência Artificial (IA). Depois, irá cruzar as informações obtidas com bancos de dados oficiais do Conselho para identificar falsos médicos, pessoas que se passam por profissionais de saúde, irregularidades e inconsistências. A novidade tem previsão de ser lançada, para integrantes do CFM e de órgãos colegiados, até o fim do ano.
Reforço em alertas
Com a ajuda da IA, Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), como a seccional do Espírito Santo, poderão se utilizar de informações verificadas pela ferramenta e validadas pelo CFM para alertar a sociedade através dos respectivos canais oficias de comunicação do órgão.
Denúncias ao CFM
Caso você identifique um golpista, é possível denunciá-lo ao CRM-ES, por escrito, com identificação e prova, e qualquer informação relevante sobre o golpista, como data em que foi identificado, nome, perfil de rede social, entre outros. O formulário pode ser encontrado no site: www.crmes.org.br/denuncia.
Práticas mais comuns
Golpistas costumam incorrer, geralmente, sempre nas mesmas práticas, é o que apontam especialistas. Algumas delas são:
Divulgar promoções: A medicina não é comércio, portanto, promoções em atendimentos médicos são vedadas.
Autopromoção: Golpistas que se intitulam como “o melhor”, ou “o que mais opera”.
Promessa de resultados: Pratica vedada, pois cada organismo responde de forma diferente a um tratamento, não sendo possível, portanto, prometer resultados certeiros em função de um tratamento.
Uso indevido de depoimentos ou de imagens de pacientes sem a devida autorização: A quebra do sigilo médico é ilícita.
Omissão de dados: Farsantes que omitem o número no Conselho Regional de Medicina.
Falso especialista: Se apresentar como um profissional especializado em determinada atuação sem ter Registro de Qualificação de Especialista (RQE).
Informações duvidosas: Divulgações ou afirmações não reconhecidas pelo respectivo CRM.
Dados médicos
A Resolução CFM nº 2.336/2023 determina que, toda vez que um médico ou clínica coletar dados de um paciente, deve informar o motivo, onde os dados serão armazenados, e garantir a segurança do armazenamento.
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