Pesquisa revela relação entre drogas e mortes
Acidentes de trânsito representam o maior número de fatalidades associadas ao uso de drogas, com 1.106 registros
A relação de drogas ilícitas e lícitas com mortes violentas no Estado foi mapeada durante 11 anos e revelada em um painel, que está disponível ao público na internet.
O Painel Pericial de Substâncias Psicoativas do Espírito Santo (Paspes) reúne dados sobre a presença de álcool, drogas e medicamentos em vítimas fatais em 11 municípios do Estado, e estabelece relações entre a detecção de substâncias psicoativas, o tipo de morte, e variáveis sociodemográficas.
“Quase 70% dos casos de mortes violentas associadas ao uso de drogas são compostos por homens, pardos, entre 18 a 30 anos. Na maioria dos casos em que foi feito o exame toxicológico, o álcool era a substância mais utilizada, seguida de cocaína”, explicou a chefe do Laboratório de Toxicologia Forense da Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES) e coordenadora do estudo, Mariana Peres.
Dos mais de 23 mil casos registrados, 7,8 mil foram de homicídios. Porém, mortes em acidentes de trânsito representam o maior número de fatalidades associadas ao uso de drogas, com 1.106 registros positivos.
“Quase a metade das pessoas que morreram em acidentes de trânsito estava sob efeito de álcool e drogas. Isso é muito impactante, porque a pessoa está assumindo um risco ao dirigir embriagado ou sob influência de drogas”, pontuou a coordenadora.
Os exames toxicológicos são importantes na obtenção de dados para analisar as fatalidades, afirma a perita oficial geral adjunta da PCIES, Daniela de Paula.
“O médico legista coleta material biológico, que é encaminhado para diversos laboratórios da instituição, onde são feitas análises que resultam nos dados que alimentaram o painel pericial”, pontuou.
Os resultados do estudo são utilizados no desenvolvimento de políticas de públicas de combate às drogas, destaca Carlos Lopes, subsecretário de Estado de Políticas sobre Drogas.
“Esses dados nos ajudam a ter um diagnóstico mais preciso e aprofundado da realidade sobre mortes violentas e uso de drogas, para termos como formular políticas públicas mais adequadas e sabermos a realidade que estamos enfrentando”, declarou.
Saiba Mais
Número de mortes
- 23.565 casos foram analisados.
- 7,8 mil homicídios (33%) foram registrados.
- 4,1 mil quedas (17,3%) foram atendidas pelo IML.
- 3,6 mil acidentes de trânsito (15,1%) foram registrados.
Perfil dos envolvidos
- 6,04 mil fatalidades (79,78%) foram de homens.
- 4,6 mil envolvem pessoas pardas.
- 873 tinham entre 18 e 24 anos.
Fonte: PCIES.
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