Pesquisa revela que maioria já sofreu humilhações e ameaças na internet
Levantamento feito na Grande Vitória aponta ainda que 99,5% dos pais que responderam à pesquisa dizem que os filhos já foram vítimas de cyberbullying
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É inegável o papel que a internet e as redes sociais desempenham na sociedade. Mas, por trás de tantos benefícios, há um lado “sombrio” que tem ganhado força: as humilhações e ameaças que ocorrem em ambiente virtual, o cyberbullying.
Esse tipo de violência já atingiu a maioria das pessoas, conforme mostrou levantamento feito pelo Projeto de Pesquisas do Curso de Administração da Universidade Vila Velha (UVV), em parceria com A Tribuna.
A maioria dos entrevistados, 74,9%, disse já ter sofrido humilhações e ameaças na internet. Outro dado chama ainda mais atenção: entre os pais que responderam o estudo (63,5%), 99,5% afirmaram que os filhos já foram vítimas de cyberbullying.
Além da internet, 56,2% dos participantes já sofreram bullying na escola, 38,5% na vizinhança e 5,4% no trabalho.
“É uma realidade ainda distante pensar que tenha alguém que nunca sofreu bullying ou que nunca tenha passado por uma situação de constrangimento. É preciso ter atenção a esse comportamento”, afirma o professor e coordenador da pesquisa, Fabrício Azevedo.
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O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o psiquiatra Antônio Geraldo, reforça que o cyberbullying é uma “péssima prática comum na era das mídias digitais”. “Ele é muito utilizado para humilhações, difamações, mentiras e pode acarretar crimes graves como exposição a conteúdos sensíveis e divulgação de fotos íntimas das vítimas”.
O cyberbullying é uma prática que vem crescendo, segundo observa a psicóloga Paula Santos. “Principalmente pelo uso demasiado e indiscriminado da internet e pela sensação de impunidade”.
A psiquiatra Lícia Colodeti, presidente da Associação Psiquiátrica do Espírito Santo (Apes), ressalta que o bullying e o cyberbullying são práticas de intimidação sistemática, deliberada, não necessariamente restritas ao contexto escolar, além de serem agressões covardes.
Enquanto o bullying acontece durante o contato presencial entre vítima e agressor, a neuropsicopedagoga Thais Cruz explica que o cyberbullying se estende para além dos ambientes públicos, os quais a vítima é obrigada a frequentar por certos horários.
“Dessa maneira, o cyberbullying tende a ser mais massacrante, pois não há meio para que a vítima fuja dele, afinal, mesmo em casa, isolada em seu quarto, ela pode receber mensagens ameaçadoras e ofensas em suas redes sociais ou via mensagem de texto”, afirma.
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