Capixabas buscam segurança e melhores salários no exterior
Conheça a história de família do Espírito Santo que deixaram o País procurando melhor qualidade de vida
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“Saímos do Brasil em busca de oportunidades e um futuro melhor para nossos filhos”. A afirmação é da empresária Gardenia Silva, 31, que se mudou de Cariacica para o Canadá há cerca de sete meses com seu marido Rodrigo Agostini, 41, e filha do casal, Alice Agostini, de 2 anos.
Rodrigo foi contratado por uma empresa internacional em Quebec e Gardenia, que também é mãe de um adolescente de 13 anos, que mora no Espírito Santo com o pai, foi estudar.
“Criei um canal no Instagram para ajudar quem está chegando ou quem está querendo imigrar”, afirma Gardenia.
A família chegou ao país em dezembro do ano passado, em pleno inverno, e lidou com temperaturas muito abaixo de zero. O inverno, segundo a capixaba, dura seis meses e é bem rigoroso, chegando a -40ºC.
Capixabas contam como é a vida abaixo de 0º nos países mais frios do mundo
“Para nossa filha Alice, foi difícil se acostumar com muita roupa. Os agasalhos de inverno são bem pesados. Então, você adoece até seu corpo se acostumar”, destaca a empresária.
Gardenia conta que a rotina do país no inverno é totalmente diferente da rotina no Brasil.
“Nós, capixabas, somos rápidos e queremos agilizar tudo. Mas aqui somos obrigados a desacelerar, porque tudo funciona lentamente”, conta.
A designer gráfica Allana Boninsenha, 30, que morava em Vitória, se mudou para a Irlanda há pouco mais de um ano.
Segundo ela, a mudança de país foi para buscar uma melhor qualidade de vida principalmente em relação à segurança, salário e facilidade que se tem para viajar morando na Europa.
O bartender Rubens Luiz Rodrigues, 50, que nasceu em Vitória, explica que saiu do Estado em 2008.
Morou em Toronto, Canadá, por um ano e meio. Em 2010, ele se mudou para a Irlanda e, desde 2014, mora em Copenhague, capital da Dinamarca.
“Saí por causa da violência, não foi por dinheiro. Moro na cidade de Copenhague (capital da Dinamarca), que é uma das cidades mais ricas e tem o menor índice de corrupção do mundo”, afirma o capixaba.
Rubens destaca ainda a qualidade de vida. “Fora que, mesmo ganhando bem, a população usa bicicletas e vive de uma maneira bem mais simples que por aí”, afirma o capixaba.
ROTINA
Cidade preparada para enfrentar o frio
A empresária Gardenia Silva, 31, que se mudou de Cariacica para Quebec, no Canadá, há cerca de sete meses, contou como é a rotina de quem convive com o frio.
Ela conta que foi muito difícil nos primeiros meses, porque as roupas são muito pesadas.
Mas o país é bem preparado, segundo ela, para receber esse frio todo. Por exemplo, as casas são superaquecidas.
a cidade também é preparada: “Aqui existe ônibus e metrô. O metrô tem em cada esquina da cidade e funciona mesmo. A cada três minutos, um trem passa. Acho que a cidade funciona devido a isso: para tirar o carro (das ruas) no inverno”.
No inverno, segundo ela, a rotina tem de iniciar cedo, pois é preciso tirar neve da frente das casas, dos carros e até para utilizar o metrô demora. Tudo fica mais lento ainda, segundo a empresária.
também é preciso dirigir com cuidado, pois o carro derrapa muito durante o frio intenso.
Fonte: Gardenia Silva, empresária.
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Carro fica coberto de neve no inverno rigoroso do Canadá. Segundo a capixaba Gardenia Silva, é preciso acordar mais cedo para retirar os veículos debaixo do gelo.
A chuva congela até as folhas das árvores em Quebec, no Canadá, mesmo que não esteja nevando devido às baixas temperaturas na cidade.
Bancos e mesas das praças de Quebec também ficam cobertos de neve no tempo frio.
De dois a três meses sem ver a luz do Sol
O empresário capixaba Michel Diniz de Carvalho, 47, mora na Noruega há mais de 20 anos. Ele conta que já enfrentou temperaturas negativas de -16 ºC.
O capixaba conta que a adaptação ao frio não foi muito difícil, mas por morar em uma cidade no Norte da Noruega, que fica acima do Círculo Polar Ártico, tem uma época no meio do inverno que não tem luz. Eles ficam de dois a três meses sem ver o Sol. Da mesma maneira, há um período do ano em que o Sol não se põe.
Esporte na neve
Capixaba de Linhares, o jogador de futebol Murilo Henrique, 27 anos, (uniforme preto), defende o SJK, da Finlândia.
Ele conta que a menor temperatura que já enfrentou foi -26ºC. “Não encaro com negatividade. Não vejo o frio como um empecilho. Na cidade onde estou, Seinäjoki, é bastante frio. Varia de -1ºC, podendo chegar a -30ºC”.
Murilo afirma que os clubes são bem preparados e estruturados para o frio. Já as casas são bem aquecidas, com paredes reforçadas e ambientadas com aquecedores.
Sobre a maior curiosidade que presenciou por causa do frio, ele cita: “Colocar as bebidas para gelar no quintal e pegar gelo direto do chão na porta de casa”.
Ele afirma que não teve problemas para a adaptação, pois já estava habituado ao frio europeu.
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