Famílias criam estratégias para se proteger de golpes

Com o aumento dos golpes virtuais e a preocupação crescente em relação à segurança on-line, as famílias têm adotado medidas estratégicas e senhas para se proteger de fraudes e crimes cibernéticos no celular e em redes sociais.

A nova série da Netflix, “Perfil Falso”, retrata os perigos associados ao uso desses  perfis  em sites de relacionamento. A trama  destaca a história de uma mulher que se aventura em um aplicativo de namoro, mas  descobre que o homem com quem  se relacionava  tem um perfil falso e uma vida dupla. 

Embora a história seja fictícia, reflete uma realidade enfrentada  não apenas por  quem busca relacionamentos amorosos. 

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Perfis falsos também são criados para cometer outros crimes, como golpes de clonagem de WhatsApp  e redes sociais, em que criminosos  se  passam pelas vítimas para pedir dinheiro a  amigos e familiares. Também são usados  por criminosos  para investidas contra crianças e adolescentes.  

Consultor em segurança cibernética e segurança da informação, Diego Duarte destacou que criar “combinados” entre familiares de uma palavra ou senha, para confirmar que é a pessoa que está do outro lado da tela, é importante para a segurança.

“Ainda não são muitas famílias que fazem, justamente por não ter uma conscientização sobre segurança cibernética e  os vários golpes que são aplicados”.

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O diretor de Tecnologia e Especialista em Segurança Cibernética  da DropReal, Diego Staudt, revelou que já usou a técnica com familiares e realmente funciona. 

Diego Duarte diz que criar “combinados” de uma palavra ou senha entre familiares é uma tática que funciona |  Foto: Heytor Gonçalves / AT

“Vejo com bons olhos a criação de um código secreto, uma palavra-chave, entre membros de uma família, para identificar uma tentativa de golpe, como clonagem de rede social, ou um número desconhecido com a foto da pessoa”. 

Para ele, é preciso que as famílias conversem sobre as tentativas de fraudes, principalmente com idosos, que hoje estão entre os alvos de criminosos. 

Uma outra medida de segurança a ser adotada  é o estabelecimento de senhas fortes e únicas para cada conta on-line, evitando o acesso não autorizado a informações pessoais e financeiras. 

Para o especialista em Tecnologia da Informação Eduardo Pinheiro,   pais também precisam buscar aplicativos de controle parental, que permitem monitorar as atividades on-line de seus filhos, protegendo-os de possíveis golpes e exposição a conteúdo inadequado.

Vozes e imagens falsas de pessoas

Golpistas estão explorando tecnologias avançadas, como a Inteligência Artificial (IA), para clonar vozes de pessoas conhecidas e extorquir dinheiro de seus contatos. Essa nova forma de crime utiliza aplicativos que manipulam características como a entonação, a respiração, o tom de fala e até mesmo os vícios de linguagem das pessoas.

Nesta semana,  um aplicativo de IA tem chamado a atenção nas redes sociais: o Remini, que viralizou devido à sua função de gerar novos ensaios fotográficos com base em registros existentes. 

No universo do crime, os golpistas enviam frases clonadas por meio de áudios ou ligações para pessoas que possam reconhecer as vozes, como amigos e familiares, configurando um crime de estelionato. Em seguida, eles forjam um sequestro e solicitam dinheiro às vítimas. Agora, com o avanço da IA também podem usar a imagem.

De acordo com o especialista de Segurança Cibernética Mateus Gomes Santos, sistemas como  Midjourney e DALL-E estão gerando imagens fotorrealistas com o auxílio da IA, resultando em uma onda de falsificações que se espalham rapidamente pela internet.

“Os principais riscos associados à presença de perfis falsos em plataformas de relacionamento estão associados a golpes e fraudes financeiras. Os golpistas visam obter a confiança da vítima para induzi-la a transferir valores financeiros com o intuito de promover encontros pessoais ou enviar presentes”, disse Mateus.

VOCÊ SABIA?

A inteligência artificial é uma área da ciência da computação que se concentra em criar máquinas capazes de imitar o pensamento humano. Ela envolve o uso de algoritmos e técnicas de aprendizado de máquinas para permitir que aprendam, tomem decisões e resolvam problemas

Mateus Gomes: avanços |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

“Tecnologia está  só no começo” -  Mateus Gomes Santos hacker do bem

A tribuna –  Afinal, o que é inteligência artificial (IA)?

Mateus Gomes – A inteligência artificial tende a simular o pensamento humano por meio de fórmulas matemáticas dentro de um algoritmo.

Todas essas entradas que são enviadas para o aplicativo passam por um processamento de imagem que, pelo reconhecimento de características no rosto ou outras partes do corpo humano, consegue gerar diferentes tipos de imagens usando a tecnologia chamada deepfake. Nela, são utilizadas redes neurais que processam  informações e geram novas imagens.

Funcionam como se fossem neurônios da nossa mente?

Todos os tipos de entrada que temos, como percepção de imagem, texto e números, também existem dentro do ambiente da computação. Não é uma forma mágica, mas sim uma série de funções matemáticas que tentam mapear os valores de entrada e saída. 

O que está por vir no futuro da IA?

Está só no começo, muito mais está por vir. O avanço da tecnologia tem demonstrado um crescimento exponencial nos últimos anos, especialmente nas áreas de computação. Dentre essas áreas, destaca-se a inteligência artificial, cujo avanço requer a implementação de regulamentações e políticas para garantir sua adequada aplicação na sociedade diante do atual panorama tecnológico.