Pães mais saudáveis ganham espaço nas padarias
Versão feita por meio de fermentação natural, processo artesanal, é uma das que mais cresce em produção do ES
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Quem resiste àquele pão francês quentinho, com a manteiga derretendo? Difícil comer apenas um.
Apesar da boa fama do pão francês, pães mais saudáveis estão ganhando espaço nas padarias e já estão se tornando “queridinhos” entre aqueles que preferem uma versão menos calórica.
Ontem foi comemorado o Dia Mundial do Pão, e a versão feita por meio de fermentação natural, processo em que os próprios microrganismos presentes na farinha fazem a fermentação, é uma das que mais cresce na produção das padarias do Estado.
“Hoje as padarias estão pegando o passado para fazer o futuro da panificação. Estamos resgatando o processo artesanal, a fermentação natural, por exemplo. Já temos padarias que trabalham com pães de fermentação natural”, explica o presidente da Associação da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado (Aipães), Júnior Jodima.
No processo de fermentação natural, segundo Júnior que também é chef padeiro, é possível adicionar ácidos dentro dos pães.
“No processo de fermentação normal, isso não é possível. Quando adicionamos ácidos, lactobacilos e bactérias dentro do pão, é adicionado saudabilidade (qualidade do que é saudável) a este pão. Quem consome, tem melhor digestão e a curva glicêmica é menor”, destaca o especialista.
De acordo com o padeiro Rafael Santana, da padaria Café Arrumado, um dos destaques de venda no estabelecimento, entre as opções saudáveis, é o pão de forma integral de fermentação natural, além do croissant, também produzido em fermentação natural.
“Nossa produção é diária. Em média, esses tipos de pães levam 48 horas para fermentar. Apesar de ser um pão antigo, agora tem caído no gosto do brasileiro, e as padarias estão aderindo por ser mais saudáveis”.
Segundo a nutricionista Jaqueline Cossuol, proprietária da Jodima, muitas vezes as pessoas chegam à padaria procurando pelos pães de fermentação natural, mas nem sabem os benefícios do pão. “Explicamos os benefícios, fazemos degustação e os clientes gostam”.
Entre as opções de fermentação natural, é possível encontrar na padaria diversos sabores, como: integral, integral com grãos, cacau com raspa de laranja e chocolate 40%, cerveja com torresmo, cebola com azeite, açafrão com provolone, entre outros sabores.
Você sabia?
No Egito, o pão também servia para pagar salários: um dia de trabalho valia três pães e dois vasos grandes de cerveja.
Ao longo da história, a posição social de uma pessoa podia ser discernida pela cor do pão que ela consumia, segundo Invivo, portal do Museu da Vida Fiocruz.
Brasileiro consome 31kg de pães por ano
Dia Mundial do Pão
Atualmente, o consumo de pão por pessoa é de 31 quilos ao ano no Brasil, segundo o presidente do Sindipães, Ricardo Augusto Pinto.
A Albânia consome 145 quilos por pessoa ao ano, os chilenos ingerem 90 quilos e os argentinos têm consumo médio de 60 quilos por pessoa ao ano.
Pão francês
Atualmente, o pão francês é o queridinho dos brasileiros, fazendo parte de 34,39% da produção de panificados. Mas também entram na lista os pães macios artesanais (18,14%), pães de queijo (7,05%), pães crocantes (3,35%) e croissants e folhados (0,99%).
Pães de fermentação natural
Normalmente, esse tipo de pão é feito com fermento levain, também chamado fermento natural levain, que é uma mistura de farinha fresca e água. Em média, esses pães demoram 48 horas para serem produzidos.
Benefícios
Proporciona melhor digestão.
Há menos inchaço, em função da pré-digestão, feita pelos fermentos lácticos e probióticos desenvolvida ao longo da fermentação natural.
Apresenta índice glicêmico baixo, ou seja, baixo picos de glicose, além de conferir maior saciedade.
Curiosidades
Ao longo da história, a posição social de uma pessoa podia ser discernida pela cor do pão que ela consumia. Pão escuro representava baixa posição social, enquanto pão branco, alta posição social. É porque o processo de refino da farinha branca era muito mais caro.
Atualmente, ocorre o contrário: os pães escuros são mais caros e, por vezes, mais apreciados por causa de seu valor nutritivo.
Fonte: Sindipães, Aipães, Invivo-Fiocruz e pesquisa AT.
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