Outubro Rosa: geógrafa escreve livro após enfrentar o câncer de mama
Após encarar a doença, Larissa Belo escreveu um livro onde relata a importância da filha para ela seguir em frente no tratamento

Um momento esperado e de felicidade para a geógrafa Larissa Belo ganhou uma reviravolta amarga. Aos 32 anos, ela foi diagnosticada com uma doença que tem estimativa de alcançar mais de 70 mil novos casos no Brasil este ano.
Em 2020, ao tomar banho, fez o autoexame e sentiu um caroço no seio. Na época, estava com 38 semanas de gestação. Preocupada, buscou o médico, fez a biópsia e, 10 dias após dar à luz, veio o resultado. “Descobri o câncer de mama e tive uma nova chance de vida”.
Verdadeiro exemplo de superação, quando sua bebê tinha um mês, iniciou as sessões de quimioterapia. “Foi frustrante. Estávamos em uma pandemia, já era um período em que eu estava sensível emocionalmente, mas muito empolgada com o fato de me tornar mãe”, disse.
“Eu lembro que nos primeiros dias ia no banheiro e molhava o rosto, achando que era um pesadelo. Tudo aquilo que eu tinha sonhado seria atrapalhado”.
Durante esse momento difícil, Larissa contou que sua filha Laura, que hoje tem 5 anos, foi um pilar importante para ela seguir firme. “Ela me deu toda força, foi a minha motivação, o meu combustível”.
Por sete meses, a geógrafa passou por tratamento com quimioterapia, radioterapia e cirurgia, e foi constatada a ausência de malignidade.
E ao longo do tempo batalhando contra a doença, teve a ideia de lançar um livro sobre suas experiências, chamado de “Ondas de Cura”.
“Enquanto vivi o primeiro tratamento, tive muita dificuldade com aquele mundo novo. Era tudo assombroso, obscuro. Eu não conhecia ninguém próximo, ninguém da minha idade que tivesse vivido aquilo. Então comecei a postar tudo o que eu passava, e várias pessoas falaram que eu poderia escrever um livro”.
A obra foi publicada em 2023. “A ideia dele é justamente ajudar outras mulheres, para dar um norte. E especialmente ele foi como uma forma de gratidão por ter enfrentado a doença e ter dado certo, e deixar de registro para minha filha que na época era muito pequenininha e não sabia a importância que tinha para mim”.
Em 2024, porém, Larissa teve uma recidiva, e precisou voltar ao tratamento. Hoje, com 37 anos, ela está bem e segue com constância no acompanhamento. “Digo que é a minha terceira chance de vida”.
Ela contou ainda que enxerga a vida de uma maneira diferente. “A gente precisa ir e vir e ter saúde para isso. E nunca é sobre o material. O que faz diferença é a energia de quem está na sua casa e no seu trabalho”.
Fique por dentro
Câncer de mama
A doença
Segundo o Ministério da Saúde, é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma.
Responde, atualmente, por cerca de 28% dos casos novos de câncer em mulheres.
Ele também acomete homens, porém é raro, representando menos de 1% do total de casos da doença.
Números no Espírito Santo
Em 2024, foram registrados 1.551 novos casos de câncer de mama, sendo que, de janeiro a setembro foram 1.181 casos. Em 2025, no mesmo período de janeiro a setembro, foram registrados 501 novos casos.
Segundo fonte do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), foram registrados no Estado em 2024, 385 mortes. Em 2025, de janeiro a agosto, foram 242 óbitos em mulheres por decorrência da doença.
Sintomas
O sintoma mais comum é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular. Também há outros:
Edema cutâneo (na pele), semelhante à casca de laranja.
Retração cutânea.
Inversão do mamilo.
Descamação/ulceração do mamilo.
Secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea.
Dor.
Grupos de risco
Segundo a oncologista Virgínia Altoé, são: pacientes mais idosas, principalmente acima de 50 anos; pacientes com histórico de câncer na família, principalmente o de mama ou ovário; pacientes que tem mamas muito densas, que são de difícil diagnóstico e percepção do tumor.
Diagnóstico
Segundo o Ministério da Saúde, para a investigação, além do exame clínico das mamas, exames de imagem podem ser recomendados, como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética.
A confirmação diagnóstica só é feita por meio da biópsia, que consiste na retirada de um fragmento do nódulo ou da lesão suspeita por meio de punções ou de uma pequena cirurgia.
O material retirado é analisado pelo patologista para a definição do diagnóstico.
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