X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Cidades

Mulheres ganham mais destaque na área da ciência

Elas já são 43,7% entre os pesquisadores no Brasil atuando em diversos setores, desafiando estereótipos e inspirando gerações


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem Mulheres ganham mais destaque na área da ciência
Denise Endringer (professora, pesquisadora e reitora), Bianca Campagnaro (professora e pesquisadora) e Girlandia Brasil (professora e pesquisadora). Todas trabalham na Universidade Vila Velha (UVV). |  Foto: Kadidja Fernandes/ AT

A participação feminina na produção científica brasileira está em crescimento nos últimos anos. Tanto que, no Brasil, as mulheres são 43,7% entre os pesquisadores.

Com as descobertas e conquistas no campo científico, elas contribuem para a transformação de diversos setores e constroem novas perspectivas para o futuro.

Hoje, data em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres, o jornal A Tribuna preparou uma reportagem sobre a contribuição feminina para a ciência e propõe reflexões sobre os desafios que ainda persistem.

No Estado, não faltam pesquisadoras de ponta, que representam o papel das mulheres na produção científica brasileira. É o caso das professoras Denise Endringer, Bianca Campagnaro e Girlandia Alexandre Brasil, da Universidade Vila Velha (UVV).

Além de professora nos mestrados e doutorados em Ciências Farmacêuticas, Biotecnologia Vegetal e Assistência Farmacêutica, Denise Endringer é também reitora da UVV e já publicou trabalhos de destaque, como a identificação de compostos bioativos que previnem o câncer e outras doenças em plantas e frutas.

A cientista acredita que, atualmente, vive-se um dos melhores momentos para as mulheres na ciência no Brasil. “A participação feminina tem crescido e ganhado visibilidade, o que é fundamental para desafiar estereótipos e inspirar futuras gerações”.

Já a professora Bianca Campagnaro, 41, se dedica à investigação dos benefícios do consumo do probiótico kefir há cerca de 10 anos. Em colaboração com pesquisadores da Bélgica, da Espanha e da Malásia, ela ajudou a descobrir que o probiótico protege o estômago contra lesões causadas pelo uso de anti-inflamatórios.

“Ao longo da jornada, encontrei tanto apoio quanto desafios. Enfrentei algumas frases de descrédito, mas o apoio predominante impulsionou meu comprometimento”, revela Bianca.

Ainda que existam desafios, a professora Girlandia Brasil, 36, também concorda que percebe uma transformação no campo científico. “Acredito que as mulheres têm uma visão ímpar do mundo, e nossa contribuição para a ciência é diferenciada. Há muito espaço para as mulheres na ciência”.

Parceria feminina

Imagem ilustrativa da imagem Mulheres ganham mais destaque na área da ciência
|  Foto: Kadidja Fernandes/ AT

As professoras Nathalia Finck, 37, e Isabela Almeida, 29, são pesquisadoras das áreas de Odontologia e de Psicologia da Faesa, respectivamente. Hoje, elas trabalham em um projeto interdisciplinar sobre a qualidade de vida e o enfrentamento ao estresse em pessoas com uma disfunção que causa dor e comprometimento da mobilidade de músculos da mandíbula.

“Ser uma mulher que faz ciência e compartilhar isso nas salas de aula inspira novas gerações e quebra importantes paradigmas sociais”, acredita Nathalia.

Pesquisadoras tendem a ter salários mais baixos

Ainda que a participação feminina na ciência esteja em crescimento, a desigualdade de gênero ainda afeta a carreira das cientistas.

Tanto que, nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, as mulheres ainda recebem salários mais baixos por suas pesquisas. A constatação foi feita pelo Instituto de Estatística da Unesco.

A especialista em desenvolvimento de Líderes e Negócios Roberta Kato aponta que, por questões estruturais da sociedade, as pesquisadoras se deparam com desafios como a subordinação em relação aos homens, a falta de visibilidade do trabalho e a falta de reconhecimento de habilidades de liderança, por exemplo.

Para ela, a equiparação salarial na ciência, por exemplo, depende uma mudança de imaginário sobre o papel social da mulher.

“Estudos revelam que as mulheres são frequentemente silenciadas, ignoradas ou não creditadas por suas contribuições em diversas áreas, além de enfrentarem assédio e preconceitos relacionados à raça e à maternidade”.

Para a especialista, como intervenção para o problema, é necessário construir medidas de garantia para que mulheres tenham um ambiente mais propício de trabalho na produção científica.

“Mulheres ainda enfrentam estereótipos de gênero e expectativas sociais sobre suas profissões, reforçando a ideia de que não possuem habilidades para trabalhar com ciência. Precisamos de medidas que garantam um ambiente mais propício de trabalho”.

Saiba mais

Salários ainda são mais baixos

Dados

- A região da América Latina e Caribe atingiu a paridade na proporção de pesquisadores homens e mulheres: 45% dos pesquisadores do continente são mulheres. Por outro lado, a média mundial é inferior a 30%.

- Na América Latina, os países com o maior número de pesquisadoras são Venezuela (61,4%), Guatemala (53%), Argentina (52%), Panamá (51,8 %), Trinidad e Tobago (49,8 %), Cuba (49 %), Paraguai (48,9 %) e Uruguai (48,3 %).

- No Brasil, as mulheres constituem 43,7% das pesquisadoras.

- Embora o Brasil não esteja em destaque no ranking, quando se analisa a proporção de artigos científicos com pelo menos uma mulher autora, o País lidera: 72% das publicações incluem mulheres.

- Há hoje 16.108 bolsistas da modalidade de produtividade (PQ) no Brasil, sendo que 5.642 são mulheres, ou seja, o equivalente a 35,6%. As exatas e engenharias possuem o menor percentual entre todas as áreas, com cerca de 20%, enquanto, por outro lado, as áreas de saúde e linguística, letras e artes têm as taxas mais altas, equivalentes a mais de 50%.

- No mundo, apenas 1 em cada 3 pesquisadores é mulher. No ambiente corporativo, por exemplo, apenas 1 em cada 4 pesquisadores é mulher. Nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, essas pesquisadoras ainda recebem salários mais baixos do que os homens por suas pesquisas.

- No instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), há 453 pesquisadores, o equivalente a 30,4% de todo s os servidores docentes.

- Na Universidade federal do espírito Santo (Ufes), há 456 pesquisadoras, o equivalente a 45% de todos os servidores docentes.

- Na universidade Vila Velha (UVV), há 61 pesquisadoras, o equivalente a 46,6% de todos os docentes.

Fonte: Unesco, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e instituições consultadas.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: