Motoristas pedem vagas maiores em estacionamentos
Ideia é que os estacionamentos sejam ampliados para evitar prejuízos com arranhões e amassados em veículos
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Motoristas não estão satisfeitos com o tamanho das vagas de estacionamento. Os condutores alegam que as vagas estão apertadas e acabam no prejuízo após amassar a lataria no espaço apertado.
A reportagem conversou com motoristas, que reclamam que o problema surge quando as vagas são paralelas em estacionamentos de rua ou em supermercados, condomínios e shoppings.
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Para sair do veículo SUV na Enseada do Suá, a analista de sistemas Daniela Borges Cardoso, 41, ontem, precisou proteger a porta com as mãos.
“Acho que deveria ampliar um pouquinho mais. Eu ainda cuido para não bater a porta. Mas nem todo mundo faz assim. Seria interessante se ampliasse um pouquinho mais. Porque nem todo mundo vai ficar alinhado, aí fica mais difícil”, destaca.
O proprietário da oficina Jesiel Martelinho de Ouro, Jesiel de Oliveira, 33 anos, é um dos que já tiveram o carro amassado em estacionamento apertado.
“Um reparo amassado em portas custa de R$ 150 a R$ 250 por amassado. Os clientes buscam os serviços pela estética do carro. Um estacionamento com vaga maior evitaria esses transtornos aos motoristas”, afirma.
Para Jesiel, o tamanho das vagas, que atualmente é de 2 metros ou 2,20 metros de largura e 5 metros de comprimento para veículos comuns, deveria ser maior.
“Domingo fui à pizzaria com meus filhos e falei para eles descerem devagar para não bater no outro carro. Com certeza, as vagas poderiam ser maiores”.
A Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória (Setran) informou que toda a sinalização de trânsito, inclusive vagas de estacionamento, segue as diretrizes mencionadas no Código Brasileiro de Trânsito (CTB) e resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Conatran).
Áreas privadas regulamentadas pelo Plano Diretor
Na elaboração de projetos, as medidas mínimas exigidas são de 2 metros ou 2,20 metros de largura e 5 metros de comprimento para veículos comuns. O órgão desconhece reclamações relativas à largura das vagas implantadas no município, informa a Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória.
Já em áreas privadas, a regulação da quantidade de vagas é feita em acordo com o Plano Diretor Urbano (PDU). No projeto, deve haver parâmetros e é exigida a demarcação das vagas de acordo com uso estipulado e área disponível. A fiscalização ocorre até a finalização da obra, com a entrega do Certificado de Conclusão da Obra (antigo habite-se).
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“Colunas em shopping e condomínio”
Moradora de Vila Velha, a empresária Daiani Pastore, 42 anos, afirma que no geral não tem problemas para estacionar seu veículo SUV. Mas quando a vaga é num shopping ou condomínio e tem uma pilastra próxima, as coisas ficam um pouco mais complicadas.
“Em shopping tenho mais dificuldade, então eu e minha família preferimos sair com o Peugeot, pois é mais fácil para estacionar em uma vaga. E também tem os condomínios. Às vezes, tem duas vagas, mas não comportam.”
“Vagas paralelas são mais difíceis”
O motorista de aplicativo Ginaldo Brás, 26 anos, vê que a maior dificuldade é estacionar próximo a veículos maiores em vagas paralelas. Para ele, aumentar o tamanho das vagas de estacionamento seria uma solução. “Seria bom, pois esses carros maiores ocupam uma largura maior, o risco é maior”.
O motorista, que tem um Volkswagen Up, diz que uma caminhonete preta já bateu no carro dele em um shopping e saiu sem pagar o prejuízo. “Estava estacionada do meu lado e só ficou a tinta”.
ANÁLISE | Josimar Amaral, especialista em trânsito
“A legislação brasileira não contemplava veículos do modelo SUV há 20 anos. E o Brasil apenas replica o que as montadoras produzem. É preciso refletir se estaria na hora de atualizar a legislação. Porque o estacionamento não pode ser pensado somente como o espaço onde o carro fica parado, mas o espaço necessário para a pessoa sair do veículo e entrar no carro.
E aí, vamos pensar um veículo com outros dois ao lado, considerando pessoas idosas, com dificuldade de locomoção, e que não são idosas, entre outras.
O engenheiro do prédio pensou em veículos maiores? Se não há atualização dos parâmetros, parece que já passou da hora.”
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