Morador de Guarapari tem produção de fruta exótica
Há 10 anos, autônomo de Guarapari trouxe fruta do arquipélago malaio e a produção hoje se tornou uma das principais do Estado
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Originário do arquipélago malaio, o maior do mundo por área, o rambutan chegou ao Brasil em meados da década de 1990, e o autônomo José Antônio Ofrante, de 67 anos, trouxe a fruta para terras capixabas há pouco mais de 10 anos por curiosidade. E o hobby se tornou uma das principais produções capixabas.
Encontrado no interior de Guarapari, os cachos lembram muito os da lichia, e é considerada parente dela. Porém, o rambutan é uma fruta exótica que possui polpa suculenta e doce, e pode ser consumidos in-natura, em sucos, geleias, sorvetes e compotas.
“Nunca ouvi falar de outro produtor no Estado. Ouvi falar da fruta em um programa de televisão, e pedi a um amigo caminhoneiro que trouxesse mudas. Ele trouxe da região de Rondônia. No caminho muitas amassaram, chegaram sofridas, mas consegui aproveitar grande parte”, lembra José.
Por não ser espécie hermafrodita, que apresenta flores machos e fêmeas no mesmo pé, José Antônio teve que contar com a sorte para conseguir a produção do fruto. E estudando pela internet, descobriu que a cada 25 pés fêmeas, precisa de um macho para a reprodução do fruto, e deu certo. Atualmente, dos 50 pés produzindo, há dois pés machos fazendo a reprodução para os pés fêmeas.
“É muito diferente do que já vi também. Precisei pesquisar muito sobre o assunto, porque é uma planta pouco conhecida. A plantação precisa ter essa variedade de pés machos e fêmeas para garantir o cruzamento e produzir os frutos. O pé macho também produz flor, mas elas não fecundam e não dão frutos”, completa José Antônio.
A colheita começou há seis anos, e os frutos são colhidos durante todo o ano, mas a maior colheita é entre agosto e setembro. A planta é muito dependente do sol, de água e adubação.
Os cultivos são todos irrigados, e o produtor está experimentando uma técnica de poda para colher mais frutos todos os meses.
“Alguns pés dão frutas maiores que parecem pérolas, já outros dão só a casca oca. Este ano a gente produziu por volta de mil quilos, mas também já perdi uns pés que, se for para contar, dá uns 200 kg de fruta. Estamos aprendendo na marra sobre a poda, a água e como cuidar da planta”, explica o produtor José Antônio Ofrante.
Desejo de grávida e doação à igreja
A importância da produção mensal se tornou ainda maior para o produtor José Antônio por conta das grávidas. Muito conhecido no interior de Guarapari, sempre aparece um marido “desesperado” na porta do sítio em busca da fruta porque a mulher está com desejo.
“Eu sempre gosto de ter a fruta para ajudar as grávidas também. Então sempre tenho um pezinho ou outro em produção para não deixar de atender o desejo das grávidas. É um fruto docinho, que deixa o gosto no paladar mesmo”, conta.
Pela região de Rio Claro e Amarelos, a emoção dos moradores é quando José Antônio doa para as igrejas uma cesta de rambutan para sorteio, ou leva de presente para algum amigo. “Sempre quando estamos em boa colheita eu faço umas cestas para a igreja ou para presentear algum amigo. É sempre uma alegria ver as pessoas experimentando algo novo e gostando”, diz.
Estudos apontam que o fruto do rambutan é uma fonte de cálcio, fósforo e ferro, que colaboram para o fortalecimento de ossos e dentes e podem aumentar a oxigenação sanguínea, além de evitar anemia. Além disso, a fruta possui vitaminas A e C, excelentes aliados na luta contra gripe e anemia. Os cachos de rambutan chegam a pesar 2 kg e são vendidos para feirantes locais, que comercializam o quilo por até R$ 22.
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