Moda de segunda mão ganha o mercado de luxo
Novo negócio tem conquistado adeptas fiéis na Grande Vitória e oferece até peças exclusivas, com foco no consumo sustentável
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A preocupação com o consumo consciente e a projeção das redes sociais tem reinventado a moda. O mercado de peças de luxo de segunda mão é um dos grandes destaques dessa transformação. Na Grande Vitória, esse nicho ganha adeptas fiéis e oferece até peças exclusivas.
É o que confirmam as empresárias do ramo de moda de luxo “second hand”, como também é conhecido, da Grande Vitória. A sócia-proprietária da Recomprè, Juliana Modenese, por exemplo, conta que a preocupação com a sustentabilidade faz parte do perfil da consumidora desse mercado.
“A mulher que consome ‘second hand’ é antenada e descolada. A ideia de que peças de segunda mão são velhas está indo por água abaixo. Aqui, por exemplo, já vendemos duas bolsas de luxo com mais de 20 anos, ou seja, se a pessoa procurar nas grifes, hoje, não irá encontrar. Elas tiveram muita procura!”.
A popularidade do segmento de segunda mão de luxo se deve, principalmente, a uma maior ênfase na sustentabilidade, além de outros impulsionadores como o digital, a acessibilidade e a colecionabilidade, explica a professora Marielle Vasconcellos Monjardim, do curso de Design de Moda da Faesa.
A durabilidade e a atemporalidade dos bens de luxo são estratégicos para a revenda e, nos últimos anos, qualquer estigma sobre o uso de produtos de segunda mão desapareceu, principalmente com a rejeição à moda rápida e descartável.
“Bolsas e artigos de couro, a categoria de acessórios provou ser mais durável durante as crises, pois não atende apenas uma necessidade funcional, mas também a uma necessidade emocional. Uma bolsa traz sensação de confiança e alegria”.
A pandemia foi um momento de mudança de mentalidade em relação à moda de luxo de segunda mão, aponta a professora Juliana Fernandes, dos cursos de Modelagem de Vestuário e de Produção de Moda do Centro Estadual de Educação Técnica (CEET) Vasco Coutinho, em Vila Velha.
“Com a pandemia, há uma maior conscientização sobre questões ambientais e sustentabilidade, e, além disso, essa moda se tornou uma forma de expressão pessoal e de estilo único. As pessoas estão procurando se destacar e se afastar do consumo em massa, optando por peças exclusivas”.
A professora destaca, ainda, que a ascensão dos influenciadores digitais de moda foi importante para a valorização desse mercado no País.
Entrada no segmento durante a pandemia
Com olhar sensível à moda de segunda, a proprietária do Le Petit Bazar, Laura Murad, 30, conta que começou a trabalhar com brechós desde 2011. Durante a pandemia, em 2021, ela expandiu a atuação e passou a oferecer itens de luxo de segunda mão. Uma bolsa da Prada, por exemplo, tem preço original avaliado em R$ 13 mil e está sendo vendida no brechó por R$ 4 mil.
“Comecei em 2011. Sempre enxerguei os brechós como algo legal. Aqui em Vitória, ninguém falava sobre isso e havia um preconceito muito grande, como se as roupas dos brechós tivessem cheiro de naftalina. Depois, comecei a trabalhar com o mercado de luxo. Há bolsas modelo vintage que são raridade, não são mais produzidas.
Curiosidades sobre as peças
Bolsa Gucci Sukey GG Monogram
A Gucci é a marca mais valiosa da Itália, de acordo com ranking de 2022. Valor original: R$ 8.700. Valor da seminova é de R$ 3.100.
Bolsa Falabella Tote Bag
A bolsa clássica é uma das queridinhas da marca britânica Stella McCartney. Valor original: R$ 8 mil. Valor da seminova: R$ 3.500.
Louis Vuitton Speedy 30
A Louis Vuitton Speedy 30 é uma bolsa elegante e compacta, companheira ideal para a vida urbana. Valor original: R$ 11 mil. Valor da seminova: R$ 4 mil.
Bolsa Prada Nylon Vintage
O modelo da bolsa Prada Nylon não é mais fabricado e, por isso, é uma das bolsas exclusivas. Valor original: R$ 13 mil. Valor da seminova: R$ 4 mil.
Valentino MiniVLogo Signature Hobo Bag
A minibag da Valentino pode ser transportada no ombro. Valor original: R$ 8 mil. Valor da seminova: R$ 6.500.
Chanel Classic Double Flap Vintage
Confeccionada em couro preto, a clássica bolsa da Chanel é uma das mais caras desse mercado. Valor original: R$ 45 mil. Valor da seminova: R$ 19 mil.
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