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Cidades

Incêndios no ES preocupam especialistas

Somente neste mês já foram registradas 358 queimadas em todo o Estado. Tempo seco tem piorado a situação


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Imagem ilustrativa da imagem Incêndios no ES preocupam especialistas
Incêndio em Apiacá: de janeiro até agora, foram mais de 2 mil no Estado |  Foto: Divulgação

Os incêndios florestais têm avançado de maneira alarmante em diversas regiões do País, gerando preocupação entre os especialistas.

No Espírito Santo, a situação não é diferente. Na última semana, os bombeiros atenderam a três ocorrências em diferentes municípios: Castelo, Colatina e Apiacá.

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De acordo com dados do Corpo de Bombeiros, de janeiro a julho deste ano, foram 1.781 ocorrências. Somente este mês, foram 358 em todo o Estado. Ou seja, são mais de 2 mil ocorrências até o momento, contra 2.765 durante todo o ano de 2023.

Sério Mittri, do Corpo de Bombeiros, conta que os motivos para os incêndios são variados, mas quase sempre têm a mão do ser humano.

“Nesse processo vamos ter o agricultor que quer fazer a limpeza do terreno e para isso utiliza a queima controlada, porém por vezes perde o controle do fogo, que atinge outras vegetações e se alastra”, explica.

“Mas também temos casos menos comuns que podem ser desde uma fogueira deixada por campistas que se espalha até uma bituca de cigarro jogada por pessoas nas estradas”.

De acordo com ele, as queimadas nesta época do ano são mais recorrentes devido ao clima seco.

“Neste ano estamos vivendo uma estiagem intensa, em que realmente não está chovendo, e se chove, o volume é insuficiente para cessar qualquer queimada ou para umedecer a vegetação por mais tempo. Com a vegetação seca, o incêndio acontece com mais facilidade”, alerta Sério Mittri.

Ivaniel Maia, meteorologista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), conta que mesmo a umidade das frentes frias não tem sido o bastante para suavizar as queimadas.

“Estamos saindo de uma frente fria. A expectativa é que ela deixe um pouco mais de precipitação aqui pelo Estado, entre o litoral e a região serrana, porém, não vai chover de forma generalizada em todo o Espírito Santo. A característica desta estação é o clima seco”, explicou Ivaniel.

Nova queimada em Castelo

O Parque Estadual Mata das Flores, em Castelo, voltou a ser alvo de um incêndio no último sábado (24), poucos dias após equipes de combate terem controlado outro foco na região.

No sábado, as chamas, que começaram durante a noite, avançaram rapidamente em uma área próxima às torres de telecomunicação e ao Santuário de Aracuí, em Cava Roxa, perto do centro da cidade.

De acordo o diretor-presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), Mário Louzada, desta vez o incêndio pode ter sido criminoso. “Um motociclista teria colocado fogo, segundo a população. O fogo se alastrou rápido e o foco do combate agora é a mata. Estamos tentando localizar o responsável”.

O enfrentamento das chamas conta com equipes do Corpo de Bombeiros e do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo da Secretaria da Casa Militar (Notaer).

Outro grande incêndio nos últimos dias já havia deixado danos significativos no parque.

Distrito Federal e 16 estados têm a pior seca em 44 anos

Cidades sufocadas pelas queimadas e pela fumaça. Rios expostos e animais morrendo pela falta de água. O setor hidrelétrico em alerta devido à baixa nos reservatórios. O ar tão seco que é difícil respirar.

Esse é o cenário causado pelo pior período seco já enfrentado por mais da metade do País nos últimos 40 anos, segundo levantamento exclusivo do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden).

Das 27 unidades da federação, 16 estados e o Distrito Federal enfrentam a pior estiagem já vista no período de maio a agosto, desde os anos 1980.

Na lista estão Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins.

Ana Paula Cunha, especialista no monitoramento de secas do órgão, explica que, além de extensa pelo País, é a primeira vez em anos de monitoramento que se observa uma seca tão longa.

“A gente nunca tinha visto de forma tão expandida pelo País, fora dos estados do semiárido, uma seca tão longa. Já são 12 meses de duração. Isso é um cenário muito preocupante”, afirmou Ana Paula.

Hoje, mais de 3,8 mil cidades estão com alguma classificação de seca (de fraca a excepcional). O índice de seca é calculado com base no índice de chuva, variando conforme a proximidade ou distância da média e período.

Para se ter uma noção, o número de cidades nessa situação aumentou quase 60% entre julho e agosto e, segundo o Cemaden, os números de agosto são uma prévia e até o fim do mês o cenário pode piorar.

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