Incêndio em terreiro de Vila Velha: pai de santo fala em racismo religioso
Objetos sagrados e parte do terreiro foram destruídos
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O terreiro do Grupo de Umbanda Aprendizes do Amor, em Vila Velha (ES), sofreu com um incêndio na madrugada desta sexta-feira (3).
Pai de santo acredita que incêndio foi criminoso. O babalorixá Alexandre de Ossaim, de 62 anos, afirmou à reportagem que vê o caso como um ato de intolerância religiosa e racismo.
Objetos sagrados e parte do terreiro foram destruídos. O incêndio teria começado no almoxarifado do terreiro, onde há mais artefatos inflamáveis. Entretanto, bombeiros teriam chegado rapidamente antes que o fogo se espalhasse e consumisse todo o local.
Terreiro já sofreu ataques anteriormente. Segundo Alexandre de Ossaim, outras pessoas já jogaram pedras no telhado do terreiro e discutiram com os gestores. "Senti uma dor muito grande, pelas minorias, pelos nossos antepassados, pelos negros, pelos gays. Só me pergunto por que ainda existe isso [intolerância]", disse o pai de santo.
Caso foi denunciado à polícia, diz pai de santo. Em nota, a PCES afirmou que "orienta as vítimas desse tipo de crime a registrarem as ocorrências em qualquer delegacia, a fim de identificar os suspeitos e aplicar a devida punição", mas não confirmou se foi aberta uma investigação. A reportagem tentou contato com o Corpo de Bombeiros e com a Polícia Militar do Espírito Santo, mas não teve retorno.
"Mais uma vez, em nosso país dito laico, onde os próprios irmãos deveriam se respeitar, nós das religiões de matriz afro sofremos um ataque. Crueldade, racismo e intolerância, o que mais podemos esperar? Até quando? O que lutamos 39 anos para adquirir virou cinzas, foram queimados pela maldade, juntamente com material ritualístico", disse o Grupo de Umbanda Aprendizes do Amor, em seu Instagram.
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