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Cidades

“Falar o que não gostamos é essencial para a relação”, diz psicóloga

Segundo psicólogos, quando algo não é falado entre o casal, o outro não sabe o que incomoda e vai manter a mesma atitude


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Imagem ilustrativa da imagem “Falar o que não gostamos é essencial para a relação”, diz psicóloga
Marina Simas diz que, ao conversar com o parceiro, limites são colocados |  Foto: Divulgação

Para evitar discussões, há casais que preferem ignorar situações incômodas. Ignorar para ser feliz, será mesmo?

Cofundadora do Instituto do Casal, a psicóloga Marina Simas de Lima, especialista em sexualidade humana, afirma que, quando algo não é falado, o outro não sabe o que incomoda e vai continuar fazendo e errando. 

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Ela frisa que, ao falar, os limites são colocados. “Falar o que não gostamos é essencial para construir um relacionamento com qualidade, seja em relação ao sexo, ciúmes, programas familiares com a família de origem, forma de lidar com dinheiro”, explica. 

“Se colocarmos tudo embaixo do tapete, com certeza vamos acumular mágoa e ressentimentos que atrapalham a entrega na relação”.

A especialista em terapia de casal destaca ainda que a negociação faz parte da vida do conjugal. 

“Em cada momento, um cede em relação a alguma coisa para o bem da relação. Tem de funcionar como uma balança. O que não pode é ceder sempre de uma forma unilateral”, avalia.

O casal deve buscar ajuda quando não consegue mais verbalizar sem que as emoções tomem conta. Um exemplo é quando um conflito está há um certo tempo sendo ignorado Marcelle Paganini, Psicóloga e sexóloga
 

A psicóloga Ana Carolina Souza destaca que há defeitos e manias que o parceiro vai precisar aprender a conviver para que a relação seja saudável.

“Os defeitos e as manias, geralmente considerados os 'vilões' de uma pessoa, fazem parte das características intrínsecas de um ser humano. Ou seja, não podemos meramente ignorar a 'parte ruim' que compõe a pessoa que amamos por não querer conviver com isso; ou ainda querer que ela faça  o mesmo com a nossa parte 'sombria', para que exista um relacionamento feliz”, pontua.

Agora, se o casal não está conseguindo negociar e ceder, pode ser sinal de que precisa de ajuda.

Ser feliz não quer dizer que dentro de um relacionamento não haverá desentendimentos. Ser feliz é saber se entender dentro das diferenças existentes na relação Ana Carolina Souza, Psicóloga
 

“Se as discussões se tornam destrutivas ao invés de construtivas, e os parceiros sentem que não conseguem mais resolver suas diferenças de maneira respeitosa e produtiva, a mediação de um profissional pode ser importante”, observa a psicóloga Percília Alvarenga, do Psico.Online. 

“A infelicidade persistente em um relacionamento indica outros problemas que podem se beneficiar da orientação de um profissional”, alerta a especialista.

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Ciúme é causa de divórcios

Você confia no seu parceiro? O ciúme e a falta de confiança na fidelidade estão entre as causas que mais levam ao divórcio, de acordo com especialistas em família. Essas também são causas de incômodos na relação, segundo apontou pesquisa feita por A Tribuna em parceria com a UVV.

Dos entrevistados, 21,9% disseram se sentir incomodados com o ciúme do parceiro. Já 21,3% relatam falta de confiança na fidelidade do parceiro.

Se as discussões se tornam destrutivas e os parceiros não conseguem mais resolver as diferenças de maneira respeitosa, a mediação de um profissional pode ser importante Percília Alvarenga, Psicóloga
 

Os especialistas destacam que a confiança é um dos fatores primordiais em uma relação, e sem ela o namoro ou casamento dificilmente durará muito tempo.

Para lidar com a desconfiança em relação ao parceiro ou parceira, é preciso primeiro entender qual a sua origem, afirma a psicanalista e terapeuta de casal Lucimei Couto.

“Uma pessoa pode ser ciumenta porque tem medo de ser abandonada ou porque o outro não a faz se sentir segura na relação. O casal pode se envolver em muitas discussões por disputa de poder ou por querer punir o outro, seja por motivos de mágoas, quebra de confiança ou por desentendimentos recorrentes que os faz estar num ciclo de raiva”.  

A especialista ressalta que é preciso verbalizar as emoções e expressar os sentimentos.

“Falar claramente o que deseja e alinhar as diferenças minimizam os conflitos e até evitam que eles surjam. Todos os conflitos podem ser administrados se o casal perceber os reais motivos das brigas”.

Há sinais, porém, que ultrapassam o limite do tolerável dentro de uma relação, aponta a psicóloga Percília Alvarenga.

“Se ocorrerem situações de abuso e violência, seja físico, emocional ou sexual, é crucial buscar socorro imediatamente. Nenhuma forma de abuso deve ser tolerada, e a segurança é sempre a prioridade”, alerta.

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