Estudante de Vila Velha identifica asteroide e vira “detetive das galáxias”
João Emanuel Coslop, de 10 anos, identificou um asteroide no programa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
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Aos 10 anos de idade, o estudante João Emanuel Coslop Camporez coleciona conquistas que vão do universo da Matemática até a procura de asteroides nas galáxias.
Em julho, o menino identificou um asteroide no programa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Em outubro, ele vai para Brasília receber uma medalha pelo feito.
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“Tenho curiosidade sobre o espaço porque ele é muito grande e guarda segredos. Quanto mais desenvolvermos satélites e telescópios, mais imagens vamos ter”, explicou o menino.
Neste mês, João Emanuel foi reconhecido como umas das crianças mais brilhantes do mundo pela International Star Kids Awards, como prodígio na área educacional. “Fizemos a candidatura por meio do site, enviando todas as conquistas dele até aqui”, explicou a mãe, Elaine Coslop, de 48 anos.
O caminho das competições começou recentemente. “Eu estava no 3º ano do ensino fundamental e minha mãe falou para eu fazer uma olimpíada de Matemática. Nela, eu tirei o certificado máximo”.
Desde então, já foram diversas participações, que resultaram em 15 premiações, entre medalhas e honras. Entre as conquistas estão a Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) e a Copernicus de Ciências e de Matemática.
Hoje no 5º ano do ensino fundamental do Sesc Vila Velha, ele faz parte da Mensa Brasil, sociedade que reúne indivíduos com habilidades cognitivas excepcionais, como o Quociente de Inteligência (QI) elevado.
Além disso, João Emanuel também faz parte da Intertel R6, uma entidade internacional para pessoas com esta condição.
O pai, o inspetor da Polícia Penal João Carlos Camporez, de 56 anos, explica que o diagnóstico de superdotação é recente, e veio após o período de pandemia. Mas desde muito pequeno o filho já se mostrava acima da média.
“Logo quando começou a falar, ele aprendeu o alfabeto em coreano, chinês e russo. Ele falava como um adulto e até resolvia questões de matemática”, disse.
João disputa com mais 35 crianças a final do Sócios Mirins da Associação de Engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (AEITA) 2023, competição de tecnologia de renome que contou com mais de 700 concorrentes.
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A Tribuna - Como foi o processo de encontrar o asteroide?
João Emanuel Coslop Camporez - Minha mãe descobriu no grupo de mensagens da Nicolinha Kids (clube de astronomia para crianças) que o programa estava com inscrições abertas e falou para eu fazer.
Você tem que identificar quais pedrinhas estão se movendo pelas imagens enviadas pelo programa.
E qual o próximo passo?
Em outubro vou para Brasília receber uma medalha do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Hoje em dia, como é a sua rotina de estudos?
Estudo na parte da tarde, das 13h às 17h30. Segundas e quartas-feiras tenho aula particular de Matemática. E quando está chegando perto a data de alguma olimpíada, eu e minha mãe montamos um cronograma de estudos.
E nos finais de semana, você também estuda?
Se tiver alguma olimpíada por perto, sim. Mas sempre tenho tempo de brincar e descansar.
Nos momentos de lazer, o que você gosta de fazer?
Gosto de jogar videogame e futebol com os meus amigos. Aqui em casa a gente torce para o Vasco, mas o meu avô é Fluminense. Também gosto de resolver o cubo mágico. Meu recorde é de 33 segundos, mas gasto em média 58 segundos para montar.
O que você quer ser quando crescer?
Engenheiro aeroespacial. Acho que seria uma forma de conhecer o espaço. Existem várias galáxias e universos, daí, eu sendo engenheiro, poderia ver as primeiras imagens de lá. Tenho curiosidade sobre o espaço porque ele é muito grande e guarda segredos.
Estímulo para criança superdotada
A mãe de João Emanuel diz que o filho sempre demonstrou interesse por diversas áreas do conhecimento.
“No aniversário de três anos, ele pediu o tema da festa de números e letras”, contou Elaine Coslop.
Mas foi durante a pandemia de covid-19, com o isolamento social e aulas remotas, que a família viu a necessidade de um diagnóstico.
“Durante a pandemia, ficamos 10 meses em casa. Ele assistia às aulas de costas ou embaixo da mesa. Quando a professora fazia alguma pergunta, ele já sabia as respostas e fechava todas as provas”, lembrou a mãe.
João fez acompanhamento com neurologista e psicólogo para receber o diagnóstico de superdotação e Quociente de Inteligência (QI) de 134.
Hoje, ele faz aulas de inglês, robótica, taekwondo, xadrez, além de participar de clubes de ciências e até fazer ginástica para o cérebro, a técnica chamada soroban (ábaco).
A diretora-executiva da Mensa Brasil, Marina Couto, lembra que o estímulo é essencial para o desenvolvimento das crianças.
“Crianças superinteligentes ficam entediadas com muito mais facilidade na escola. Gerar estímulos extracurriculares para que esse tédio não se torne um problema é muito importante”, orientou.
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