Especialista explica riscos de mergulhos em piscinas
Especialista em Salvamento Aquático alerta para saltos que podem causar paraplegia, tetraplegia ou perda da consciência
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O recente caso da morte do dentista Rafael Puglisi, de 35 anos, depois de mergulhar de cabeça na piscina de sua casa, em São Paulo, traz o alerta de especialistas sobre os riscos de mergulhos em piscinas e outros ambientes aquáticos, como rios.
Segundo a bombeiro militar e especialista em Salvamento Aquático capitã Gabriela Andrade, acidentes como o que ocorreu com o dentista é comum de acontecer, principalmente, em saltos de ponta em piscina rasa. Além do risco de morte, a pessoa corre também risco de ficar paraplégica, tetraplégica ou perder a consciência.
“Se a pessoa executar um salto errado, ela tem o risco de sofrer um trauma raquimedular (lesão que afeta a medula espinhal). Essa chance é ainda maior quando se trata de uma piscina rasa”, alerta.
A capitã alerta ainda que os acidentes podem ocorrer em qualquer ambiente aquático, como rio, lagoa, praia e cachoeira. “Temos vários casos de pessoas que ficaram tetraplégicas após salto de ponta. Isso pode acontecer em qualquer local”.
Mesmo que a pessoa conheça o lugar, ainda assim a bombeiro recomenda entrar com os pés primeiro na água.
“O maior erro das pessoas é saltar para baixo, em direção ao fundo, e não para frente, como deve ser executado”, explica.
A especialista alerta ainda que o trauma raquimedular acontece não apenas em casos de salto de ponta.
“Ele pode acontecer nos 'saltos mortais' (cambalhotas) e saltos próximos à piscina”, alerta.
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Gabriela recomenda também sempre estar acompanhado em um ambiente aquático, além de ter atenção para a parte mais rasa e funda da piscina. “Muitas vezes, a pessoa não sabe qual a parte rasa e funda da piscina e pula de ponta”.
Outro cuidado dado pela especialista é com as crianças. “Os adultos precisam dar o exemplo e não devem reproduzir saltos ou brincadeiras que elas não podem fazer”.
Nos casos de presenciar algum acidente após um salto na piscina, por exemplo, a capitã dá algumas orientações.
“Deve-se ligar imediatamente para o Corpo de Bombeiros e tentar retirar as vias áreas da vítima da água enquanto o socorro não chega, tentando movimentar a vítima o mínimo possível para não agravar a lesão”.
Polícia investiga morte de dentista
A Polícia Civil de São Paulo registrou como suspeita a morte de Rafael Puglisi, dentista das celebridades, e está investigando o caso. Ele foi encontrado morto na última segunda-feira, próximo à piscina de sua casa, em São Paulo.
A causa da morte, segundo divulgação da família, foi traumatismo cranioencefálico.
A informação passada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo é que a morte do cirurgião-dentista foi registrada como “suspeita”.
“O dentista de 35 anos morreu depois de sofrer um acidente na piscina da sua residência, por volta das 8 horas desta segunda-feira (dia 18), na Alameda Malbec, em Barueri. Policiais militares foram acionados, via Copom, para o atendimento da ocorrência e, no endereço indicado, encontraram a vítima caída já sem vida próximo a sua piscina”, inicia a nota.
“O Corpo de Bombeiros também foi acionado e esteve no local. Foram solicitados exames junto ao Instituto Médico Legal (IML) e ao Instituto de Criminalística (IC) e o caso foi registrado como morte suspeita no 2° DP de Barueri”, finaliza a polícia.
“Os policiais disseram ter encontrado o dentista no chão, com parte do corpo dentro da piscina. Havia manchas de sangue perto da vítima e na parte superior de um quarto, o que sugere eventual queda”, relatou o Jornal da Record.
Em nota, a família Puglisi exaltou Rafael por ter sido uma “pessoa de sorriso fácil” e transformado a odontologia com seus estudos.
“Estamos em luto! Deus quis que esse mergulho fosse diferente, e Rafa acabou batendo a cabeça!”.
FIQUE POR DENTRO
Riscos na piscina, lagoa, rio ou cachoeira
Cuidados
Entrar com os pés
> A recomendação é entrar primeiro com os pés nas águas, seja piscina, lagoa, cachoeira ou rio.
Verificar a profundidade
> “Muitas vezes, a pessoa não sabe qual a parte rasa e funda da piscina e pula de ponta”, alerta a bombeiro militar e especialista em Salvamento Aquático, capitã Gabriela Andrade.
Não saltar de cabeça
> O maior erro das pessoas é saltar para baixo, em direção ao fundo, e não para frente, explica a bombeiro.
Riscos
> Saltar de cabeça ou dar “saltos mortais” pode deixar a pessoa paraplégica, tetraplégica, perder a consciência ou até causar a morte.
Acompanhamento
> Gabriela recomenda sempre estar acompanhado em um ambiente aquático. “A gente nunca sabe o que pode acontecer. Vai que a vítima desmaia e precisa de uma ajuda. É sempre bom ter alguém por perto”.
Crianças
> “Os adultos têm de dar o exemplo e não devem reproduzir saltos ou brincadeiras que elas não podem fazer”, orienta a especialista.
Fonte: Capitã Gabriela Andrade.
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