ES já tem 578 casos de doença provocada pelo fungo esporotricose
Problema desencadeia lesões na pele como uma úlcera e afetar também animais, principalmente gatos, que podem transmitir
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Um número que vem crescendo ano a ano é o de casos de esporotricose, infecção contagiosa causada por fungos, que afeta humanos e animais. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), até o momento, já são 1.053 notificações com 578 casos confirmados da doença em humanos no Estado.
A cidade capixaba com os números mais críticos é a Serra, com 224 casos confirmados da doença em humanos e 557 casos confirmados em animais. O médico infectologista Raphael Lubiana Zanotti explica que a doença é uma infecção contagiosa causada pelo fungo Sporothrix schenckii.
“Esse fungo pode estar presente em qualquer ambiente que tenha matéria em decomposição, principalmente madeira e musgo. Para infectar, ele precisa entrar na pele do animal ou do ser humano por meio de algum machucado ou ferida”, esclarece.
A transmissão pode ainda acontecer entre animais e de animais para humanos.
“Qualquer mamífero pode contrair e transmitir a doença, mas os gatos domésticos são os mais sensíveis e apresentam os quadros mais graves, caso infectados”.
A contaminação pode ainda acontecer entre animais. A infectologista Ana Carolina D'Ettorres explica que o simples contato com a pele do animal infectado não causa a transmissão do fungo.
“Mas, caso haja uma porta de entrada, como uma ferida, por exemplo, pode acontecer a transmissão”.
O esporotricose causa uma lesão, como uma úlcera, na pele, por onde o fungo entrou. Associada à lesão, Ana Carolina frisa que, nos humanos, ela é acompanhada de um cordão linfático.
“É como se a pessoa sentisse um cordão de bolinhas subindo pelo local da inoculação do fungo. De maneira geral, no humano, ela é restrita à pele. Já nos animais, principalmente no gato, além da lesão da pele, o comportamento dele muda”.
CURA
A infectologista Ana Carolina D'Ettorres acrescenta ainda que a doença tem cura, porém, assim como sua manifestação, a cura também pode ser demorada.
“O animal vai ser vítima do fungo tanto quanto o humano. O tratamento, em ambos os casos, é feito com antifúngicos durante, pelo menos, quatro semanas, e pode durar até um ano, dependendo do caso”.
"Animais doentes nunca devem ser abandonados. Caso aconteça, eles vão espalhar ainda mais a doença. Busque o veterinário”, Lidiane Nunes Bezerra, médica veterinária e gerente do Centro de Vigilância Ambiental em Saúde (VAS) da Serra.
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SAIBA MAIS
Tratamento para animais e humanos
Esporotricose
> É uma infecção contagiosa causada pelo fungo Sporothrix schenckii.
> Afeta tanto humanos quanto animais, sendo os gatos os mais sensíveis ao vírus, manifestando graves quadros quando infectados.
No Estado
> Em 2021, foram realizadas 600 notificações de esporotricose em humanos, com 77 casos confirmados.
> Já em 2022, foram 945 notificações, com 503 casos confirmados. Neste ano, foram 1.053 notificações com 578 casos confirmados.
Vitória
> Possui o Programa de Esporotricose Animal, responsável por promover o tratamento de animais suspeitos com a doença. O agendamento deve ser feito pelo canal 156.
> Em 2021, foram 312 animais registrados e atendidos. Em 2022 foram 359 animais e, até setembro de 2023, foram 271 animais.
> Em humanos, a capital registrou 28 casos de esporotricose em 2023.
Vila Velha
> Neste ano foram registrados 145 casos da doença em humanos e 390 em animais. Para notificar a doença em animais, os munícipes devem entrar em contato com a Unidade de Vigilância de Zoonoses. É realizada consulta, exame e acompanhamento do tratamento até a cura clínica.
Serra
> Neste ano, até outubro, foram 224 casos de esporotricose em humanos. Já em animais, foram notificados 557 casos. Há tratamento disponível tanto para humanos nas unidades de saúde, quanto para os animais pelo Programa de Controle da Esporotricose Animal.
Cariacica
> Em 2021, foram 17 casos de esporotricose animal. Em 2022, foram 165 casos e, neste ano, já são 95 casos.
> Em humanos, foram 114 casos em 2021, 185 casos em 2022 e 55 em 2023, até o momento.
> Humanos devem buscar as unidades de saúde. Já a avaliação da doença em animais pode ser solicitada à Unidade de Vigilância em Zoonoses.
Fonte: Órgãos citados e médicos ouvidos.
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