Dormir em quarto separado é bom para o casamento?
Especialistas explicam os prós e os contras do casal não dividir a mesma cama, como é o caso da atriz Sheron Menezzes e seu marido
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Em meio aos debates sobre os segredos para um casamento duradouro, uma prática peculiar tem ganhado espaço entre os casais modernos: dormir em camas separadas. Mas será que isso é bom para o casamento?
Enquanto alguns especialistas ouvidos pela reportagem defendem a importância de dormir junto, outros afirmam que não há certo ou errado, e cada casal pode decidir o que é melhor para a relação.
A atriz Sheron Menezzes revelou, durante entrevista ao podcast Quem Pode, Pod, que ela e o marido, o lutador Saulo Bernard, dormem em quartos separados desde o nascimento do filho, Benjamin, hoje com 6 anos.
“Alguém tinha que descansar, então, o que eu fazia: ficava durante o dia com o Benjamin e meu marido ficava à noite. Ele ia no meu quarto levar nosso filho para eu dar o peito. Aí ele começou a dormir com nosso filho no outro quarto”, contou.
Hoje, segundo a atriz, os dois têm quartos separados, por terem hábitos diferentes, e dormem juntos quando querem.
De acordo com a psicóloga Naira Caroline, especialista em terapia de família, dormir junto é um costume tradicional e não uma necessidade ou regra de um casamento.
“Não há nada que justifique duas pessoas dormirem na mesma cama, com pesos diferentes, ruídos corporais, horários e temperaturas corporais diferentes, hábitos de ler, de olhar as mensagens, de ver as redes sociais que um leva para cama até adormecer, enquanto o outro precisa de luz apagada e silêncio para dormir. A não ser a vontade de estar perto e sentir a presença da outra pessoa”.
Já para a psicanalista, terapeuta de casal e sexóloga Lucimei Couto, com a atual rotina agitada, dormir em camas separadas pode ser mais um estimulante para o divórcio.
“A cama para um casal não é apenas um lugar para dormir ou ter relação sexual. Simboliza um vínculo conjugal e emocional, onde o casal tem acesso direto no olhar do outro, nas emoções, nas percepções, nas fragilidades, nas confidências e no abrir do coração”.
A psicóloga Paula Jenaína pontua, porém, que dormir em quartos separados pode ser bom para uns e maléfico para outros. “Tudo tem que ser avaliado junto ao casal, pois dormir na mesma cama ou quarto também não é a certeza de uma intimidade ou proximidade emocional”, avalia.
FIQUE POR DENTRO
Prós
> Fisiologicamente, segundo a psicóloga Naira Caroline, dormir em quartos separados pode ser até melhor para quem tem o sono muito leve ou desperta com qualquer movimento ou barulho e, neste caso, é melhor um sono reparador do que mau humor no outro dia.
> Há ainda casais que dormem juntos quando querem, como aos fins de semana, mas cada um tem seu quarto e dorme durante a semana sozinhos, pois tem hábitos noturnos e de despertar diferentes.
> Vida sexual ativa não tem a ver com dormir junto, avaliam os especialistas, apesar de poder ajudar. Ainda assim, intimidade é conexão mental e emocional.
Contras
> Quartos separados, segundo a psicóloga Paula Jenaína, podem provocar a perda da intimidade e reduzir a cumplicidade, já que tira a espontaneidade de possíveis momentos.
> Casais com filhos já possuem uma intimidade afetada, de acordo com a terapeuta de casais Lucimei Couto, pois a atenção precisa ser dividida. Dormir em camas separadas aumentará a distância física e emocional.
> Por vezes, o que parecem ser boas justificativas para dormirem separado, pode não passar de discurso para esconder a desconexão, as mágoas, a distância emocional ou mesmo um divórcio velado ou não assumido.
Fonte: Especialistas consultados.
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