Dono de pitbull abandonado é identificado por chip
Revelação foi feita por jovem que, a pedido do tutor, abandonou o cachorro às margens de rodovia. Dono foi identificado por chip
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“Eu estava bêbado e recebi R$ 17 para apedrejar e jogar o pitbull em uma lagoa para morrer”. A revelação foi feita na noite desta terça-feira (31) por um jovem que deixou o pitbull Borys, de 5 anos, às margens da Rodovia Serafim Derenzi, em Vitória. Ele foi ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Maus-Tratos contra os Animais, da Assembleia Legislativa.
O cão foi abandonado dentro de um saco de lixo agonizando no último dia 22. Ele foi socorrido, mas acabou morrendo, com ferro e pedras no estômago no dia seguinte.
“O tutor do animal disse para eu me livrar dele e falou que me pagaria R$ 17. Como eu estava bêbado, aceitei, mas não tive coragem e deixei o cachorro na mata para que alguém resgatasse”, disse.
O tutor do animal, identificado graças a um microchip implantado nele, se recusou a responder às perguntas feitas durante a CPI: “Por orientação do meu advogado, ficarei em silêncio”.
O cachorro estava no Programa Vitória da Castração Animal, por isso tinha o chip, que está associado ao CPF do seu tutor. O dono é barbeiro e morador de Vitória, mas não será identificado, pois o caso segue em investigação.
Após encontrarem o animal, moradores acionaram a CPI dos Maus-Tratos contra os Animais da Assembleia Legislativa e a Prefeitura de Vitória.
A presidente da CPI dos Maus-Tratos, deputada Janete de Sá, convocou o tutor de Borys e testemunhas para depor, em sessão nesta terça-feira à noite.
“O tutor contratou outra pessoa para dar fim ao pitbull, mas essa pessoa não teve coragem de concluir o crime e abandonou-o agonizando. O tutor, que se diz cristão, está errado desde o início, pois, se alega que não tinha recursos para cuidar do cachorro que estava prostrado, procurasse a prefeitura”, afirma a deputada.
Laudo
Secretário de Meio Ambiente de Vitória, Tarcísio Foeger disse que nesta quarta-feira (01) deve sair o resultado do laudo com a causa da morte de Borys.
A advogada e defensora dos direitos dos animais Marina Lyrio observa que o responsável pelos maus-tratos pode ser preso.
“Agora é mais difícil por não ter sido prisão em flagrante, mas a Justiça ainda pode aplicar a pena de reclusão de dois a cinco anos, aumentada de um terço a um sexto por ter havido morte do animal, e multa”, disse ela.
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