Direção violenta: famílias pedem justiça após morte de universitárias
Luma e a amiga Natiele Lima dos Santos, também de 19 anos, morreram no banco de trás de um carro que colidiu violentamente com o muro de um condomínio
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A dona de casa Gessyana da Silva Alves, de 49 anos, sabe bem o que é conhecer alguém que faz parte das estatísticas da violência no trânsito. Há cerca de um ano, ela viu sua vida desmoronar após perder a filha, Luma Alves da Silva, de apenas 19 anos, em um grave acidente na Rodovia Norte-Sul, na Serra. Desde então, ela tem se apoiado na fé e na luta por justiça.
Luma e a amiga Natiele Lima dos Santos, também de 19 anos, morreram no banco de trás de um carro que colidiu violentamente com o muro de um condomínio, em Jardim Limoeiro. O motorista, que havia ingerido bebida alcoólica, sobreviveu sem ferimentos.
“Foi a primeira vez que ela saiu sozinha. Sempre a gente levava, buscava. Era a primeira festa da faculdade. Como você diz não para uma menina que sonhava tanto?”, relembra Gessyana.
Antes da tragédia, a família de Luma planejava uma mudança para o interior do Estado, em busca de uma vida mais tranquila.
Preocupados com o futuro da filha, os pais queriam vê-la encaminhada antes de seguir com o plano profissional.
Foi então que Luma decidiu cursar Medicina Veterinária, determinada a acompanhar a mudança e realizar seu sonho de cuidar de animais no campo.
“Ela falava que queria ir com a gente, que ia cuidar de bois e cavalos. Estava tudo certo, só faltava a vida seguir”, lembra Gessyana, emocionada. Luma estava no primeiro semestre de Medicina Veterinária. “Ela dizia que queria um cavalo preto. Tinha tudo planejado”.
O acidente interrompeu sonhos e deixou uma ferida aberta na família. Além de Luma e Natiele, outros dois jovens ficaram feridos, entre eles o irmão de Luma, que foi arremessado para fora do veículo.
“Meu filho sobreviveu por misericórdia. Eu poderia ter perdido os dois. A vida desse motorista segue, a nossa parou ali”, lamenta a mãe.
O motorista foi preso, mas solto na audiência de custódia. “Ele tirou duas vidas e a vida dele segue normal, enquanto a nossa nunca mais será a mesma”.
De acordo com o advogado da família, Fabio Marçal, já existem provas que comprovam o dolo eventual. “Tanto é que a própria Justiça já encaminhou o caso para a Vara do Tribunal do Júri. Agora estamos aguardando a manifestação do Ministério Público quanto ao oferecimento de denúncia e outras medidas cautelares”.
Uma missa em memória das jovens acontecerá na comunidade São Gabriel Arcanjo, na Serra, segunda-feira, às 19h30. “A única coisa que nos mantém de pé é a fé”, diz Gessyana, que assim como Eronildice Ramos dos Santos, mãe de Natiele, clama por justiça.
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