Conheça a história da família de Belo Horizonte que "desbravou" a Praia do Morro
Patriarca Antônio Dabés comprou um lote à beira-mar e construiu a primeira casa do bairro

Em 1964, a Praia do Morro tinha um cenário muito diferente do que se vê hoje. Guarapari somava pouco mais de 14 mil habitantes e a orla mais famosa da cidade não possuía sequer um prédio. O turismo ainda se concentrava no Radium Hotel e nas praias do Centro.
Foi nesse contexto que uma família de Belo Horizonte deixou sua marca na história da região. O patriarca, Antônio Dabés, já falecido, comprou um lote à beira-mar e construiu a primeira casa da Praia do Morro.
O filho, Mauro, hoje com 65 anos, recorda: “Um vizinho nosso de Belo Horizonte foi o responsável por lotear a Praia do Morro, e vendeu um dos lotes para o meu pai sob a condição dele construir uma casa.”
A residência ficava no meio da orla e, durante anos, a praia funcionou como um quintal exclusivo da família.
“Nós íamos todo ano, no verão e em julho. Não tinha nada, apenas nossa casa e mato em volta. Após a construção da casa chegamos a ficar dois anos até que a energia elétrica chegasse”, relembra Mauro.
Com o passar das décadas, a família se desfez das propriedades, mas deixou uma herança que ainda resiste no calçadão da Praia do Morro: a “árvore do Vovô Nuto”.
Plantada inicialmente no quintal da casa, a muda de ficus acabou sendo replantada em outro local, após descobrirem que a espécie cresceria muito. Hoje, a árvore segue de pé como testemunha da história dos primeiros veranistas mineiros da região.


Areia Preta fortalece turismo

Apelidada de Cidade Saúde pelo médico e pesquisador Antônio Silva Mello, Guarapari começou a ganhar destaque nacional nos anos 1940.
O motivo foram as pesquisas sobre a radioatividade das areias monazíticas da praia da Areia Preta, que resultaram em reportagens e chamaram a atenção de visitantes de todo o País.
De acordo com o historiador José Amaral, esse foi o ponto de partida para o crescimento do turismo no município. “A partir daí, muitos mineiros começaram a se interessar pela cidade e vários hotéis e hospedarias surgiram”, afirma.
Outro fator decisivo para o aumento do fluxo turístico foi a construção da BR-262, que encurtou o trajeto entre Minas Gerais e o Espírito Santo. Antes da rodovia, a distância obrigava a existência de um aeroporto em Guarapari.
“Com a estrada, outros pontos da cidade passaram a ser explorados turisticamente, como a Praia do Morro, hoje o grande point das altas temporadas”, diz.
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