“Confiamos na recuperação dele”, diz irmã de argentino
Flavia Saracho viajou com o irmão Ivan Perez, que estava internado em hospital de Cariacica, para cuidar da saúde na Argentina
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O “paciente misterioso” Ivan Perez, 27, internado há cerca de cinco meses no Hospital Estadual de Atenção Clínica (Heac), em Cariacica, após ser atropelado na Praia da Costa, em Vila Velha, conseguiu um voo sanitário (de cuidados com a saúde) do governo argentino.
Ele seguiu viagem ontem para a Argentina acompanhado da irmã, a administradora Flavia Saracho.
Na despedida, funcionários do hospital fizeram festa para comemorar a alta e a ida de Ivan para perto de sua família. Flavia acredita que Ivan vai se recuperar melhor na Argentina, já que estará ao lado de sua família e dos seus amigos.
“Meu irmão melhorou muito. Eu aprendi que é preciso primeiro ter paciência. Nós conseguimos ver a evolução. Isso que nos dá fé e esperança”, relatou.
Questionada ao ver o seu irmão saindo do hospital, Saracho relata que o seu coração está quase saindo do peito. “Estamos sentido muita alegria. Estamos todos muito contentes”.
Após acompanhar o argentino, a assistente social Walquillia Calaça conta que tudo foi muito gratificante. “O coração está leve, estou muito feliz. Nosso trabalho não foi em vão, graças a Deus teve resultado. Isso que é trabalho em equipe!”.
Junto ao paciente durante cinco meses, sendo dois deles sem descobrirem a sua identidade, a psicóloga Mirella Vallandro ressalta que acreditou que tudo daria certo mesmo diante de todas as dificuldades durante o percurso.
Quando ele ainda era apenas um paciente misterioso, sem identidade, Vallandro relembra que foi feita biometria para saber quem ele era.
“O resultado mostrou que o paciente não era brasileiro. Então tentamos as redes sociais. Quando a família apareceu, eles continuaram presentes o tempo todo”.
Durante a despedida de seu paciente, o médico clínico geral David de Paula Luiz conta que o Ivan saiu do Estado clinicamente estável, tendo movimentos em seus olhares.
“Infelizmente, ou felizmente, ele segue com cuidados paliativos pelo trauma que sofreu”. Ele foi encaminhado para um hospital de Buenos Aires a fim de continuar o tratamento.
“Além da atenção de sua família, ele vai precisar de dar continuidade em uma fisioterapia motora e também respiratória”, disse David.
O diretor-geral do Heac, Felipe Goggi, explica que Ivan é, hoje, um paciente que não fala.
“Ele é o que a gente chama de paciente em estado vegetativo, com comprometimento neurológico de verbalização, que necessita de cuidados constantes”.
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