Comerciante capixaba faz "mergulho” em piscina de caranguejos
Wanderson da Silva viralizou na internet ao aparecer cercado de caranguejos para promover seu negócio
Driblar os desafios de empreender demanda conhecimento, estratégia e muito bom humor. Buscando aumentar as vendas de caranguejo pré-cozido, um comerciante capixaba decidiu apostar tudo e entrou em uma caixa d’água cheia de caranguejos vivos. O sucesso do vídeo nas redes sociais resultou em aumento nas encomendas.
O feito é do comerciante Wanderson da Silva, de 47 anos, dono do Caranguejo do Vandinho, especializado na venda de caranguejo pré-cozido. O vídeo dele e dos 1.200 caranguejos vivos, postado no Instagram, rendeu quase 300 mil curtidas, 12 mil comentários, 390 mil compartilhamentos e 11 mil salvamentos.
Mas essa não é a primeira vez que ele se aventura em uma bacia repleta de caranguejos vivos. Logo depois da pandemia, ele fez um vídeo do mesmo jeito, com o objetivo de aumentar a visibilidade de seu comércio, mas a produção não alcançou tanta repercussão.
“O Caranguejo do Vandinho fez dois anos agora, mas a história vem lá de trás. Tudo começou com um bar que eu tinha, o Nosso Cantinho Gastrobar. Com o tempo acabei optando por não continuar com o estabelecimento, mas o aprendizado ficou”.
Na casa, o caranguejo era o carro-chefe. “Eu não sabia nem fritar um ovo, mas comecei a fazer, acertei o ponto do tempero e aí começou a atrair também várias pessoas de fora da Serra”.
Depois de dois anos do estabelecimento fechado, a saudade do tempero do Caranguejo do Vandinho fez com que clientes pedissem pelo retorno. Ele topou, mas com a ideia de vender apenas o caranguejo, sem reabrir o estabelecimento.
“Deu muito certo. A galera gostou, mas comecei a enfrentar um problema que era a impossibilidade de manter o caranguejo fresco para ser preparado ao longo dos dias. Foi aí que comecei a fazer testes e cheguei a uma maneira de pré-cozinhá-lo. E na tentativa de aumentar as encomendas, fiz novamente o vídeo”, contou.
Dessa vez, o comerciante relata que, em dois anos de existência do Caranguejo do Vandinho, nunca recebeu tantos pedidos. Ele vende o caranguejo já pré-cozido e embalado a vácuo.
Atualmente, Wanderson está precisando redobrar o trabalho para dar conta das demandas e ficou muito feliz com os resultados do vídeo.
ENTREVISTA
“Eu não sabia nem fritar um ovo” - Wanderson da Silva, comerciante
A Tribuna - De onde veio a ideia do vídeo?
Wanderson da Silva - O Caranguejo do Vandinho fez dois anos agora. Eu já tinha feito um outro vídeo assim, mas não teve tanta repercussão.
- Como nasceu?
A história vem lá de trás, de um bar que eu tinha, o Nosso Cantinho Gastrobar. Começou na garagem de casa. Minha mãe estava adoentada. Aí um amigo meu falou: 'Rapaz, por que você não abre um boteco aqui? Você é popular e carismático'. Aí fiz isso. Eu não sabia nem fritar um ovo. A gente fazia churrasquinho e depois colocamos o caranguejo. Deu certo.
- De alguém que não sabia nem fritar um ovo até acertar o tempero do caranguejo. Como isso aconteceu?
Eu comecei a fazer, testar e acertei o ponto do tempero, aí começou a atrair várias pessoas de fora da Serra. O carro-chefe virou o caranguejo.
- De onde veio a ideia de pré-cozinhá-lo?
Depois que eu já não tinha mais o bar, comecei a vender só o caranguejo no balde. Eu preparava e a pessoa só chegava em casa e comia. Mas tinha um problema. Os que eu não vendia, não podiam ser mais vendidos, então parti para buscar como solucionar esse problema.
- Como foi o processo para descobrir como deixá-lo pré-cozido?
Eu fiquei um ano testando até conseguir o pré-cozimento, que não perde qualidade. Teste atrás de teste. Atendi cliente exigente e todos falavam: 'Seu caranguejo é o melhor'. E era o pré-cozido congelado.
O caranguejo pré-cozido “explodiu”. O Instagram cresceu sozinho. Agora estou com vários pedidos, o vídeo ajudou. Tem cliente que vem de Governador Valadares, em Minas Gerais, buscar aqui. Alguns estabelecimentos fazem encomendas mensais para revendê-los.
- De onde vem os caranguejos?
De Caravelas, na Bahia. Essa última leva tinha 1.200 caranguejos. Eles chegam toda semana. O caranguejo tem que ter no mínimo 5 a 8 centímetros de carapaça. Eu exijo isso para não vir caranguejo miúdo de mangue. Com 5 centímetros ele tem mais de 3 anos de idade.
Quando chegam, fazemos a triagem, descartamos os mortos, lavamos, matamos um por um, limpamos, lavamos de novo, pré-cozinhamos, lavamos outra vez e embalamos. Eles são vendidos em pacotinhos com seis unidades. Cada pacote custa R$ 55, mais a taxa da entrega. Ficamos em São Judas Tadeu, na Serra.
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