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Cidades

Cocada muda a vida de famílias no litoral Sul do ES. Conheça histórias

Venda de cocada em praias capixabas transforma o dia a dia de mulheres, como Néia Nunes, que enfrentou uma tragédia familiar


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Imagem ilustrativa da imagem Cocada muda a vida de famílias no litoral Sul do ES. Conheça histórias
Aldineia Nunes, a Néia, prepara cocadas há cerca de 40 anos: “Tenho clientes da França, dos EUA e da Itália” |  Foto: Roberta Bourguignon

Um dos doces mais populares do País, a cocada vem transformando a vida de muitas famílias ao longo dos anos, especialmente de mães que se tornaram empreendedoras em busca de uma vida melhor para os filhos.

Preparando cocadas há cerca de 40 anos, Aldineia Nunes, mais conhecida como Néia, de 63 anos, é um exemplo marcante dessa transformação.

Néia se tornou uma figura emblemática na venda de cocadas na praia de Castelhanos, em Anchieta, e o doce não apenas adoçou a vida de muitos, mas também se tornou a base de sua sobrevivência e a de seus filhos após uma tragédia familiar.

Ela começou com a venda de doces em 1987, mas foi no ano seguinte que passou a ser essencial. Néia ficou viúva e com três filhos pequenos: Frank, Bruno e Larissa.

Paulo Cezar Vieira era pescador, e morreu em um naufrágio, aos 26 anos de idade, e o corpo nunca foi encontrado.

“Vendíamos artesanato nas praias de Guarapari e Vila Velha. Quando começamos a ter nossos filhos, ele queria nos dar uma vida melhor e pensou que, mudando de profissão, seria possível. Ele vendeu a Brasília (carro) que tínhamos e comprou um barco de pesca. A pesca era boa, mas estávamos esperando o terceiro filho, e me sugeriram a cocada para vender na praia. Após a tragédia, foi isso que sustentou meus filhos, e me sustenta até hoje”.

Apesar de ter se consolidado na praia de Castelhanos, Néia começou com a cocada em Meaípe, Guarapari, e conta que já chegou a vender 200 cocadas por dia. Ao longo de tantas décadas comercializando os doces, a empreendedora ainda tem contato com os primeiros clientes e lembra com orgulho de cada um deles.

“Tenho clientes que ficavam tomando conta da Larissa (última filha) para eu vender cocada na praia”, conta, com carinho.

E revela que o segredo da cocada está no amor. “É bíblico isso. Tudo que colocamos amor, as coisas acontecem. E eu tenho muito carinho em fazer as cocadas. Eu mesma que faço. E eu saio de casa para vender 10 ou 200. Sempre que meus clientes me ligam querendo comer a cocada, eu vou lá levar. Tenho clientes da França, da Filadélfia (EUA) e da Itália, além de brasileiros de todos os lugares”.

Larissa vende cocadas com o marido e a nova geração

Fabricando cocada praticamente desde a barriga da mãe Néia, Larissa Nunes Vieira Silva, de 35 anos, agora vende doces com o marido, o Manásseis Silva Alves, de 39 anos, e os filhos, Lara, 12 anos, Lucas, 8, e Alice, de 1 ano e meio, na praia de Castelhanos, em Anchieta. Larissa começou com a venda aos 8 anos de idade.

“Eu vendia cocada sozinha e me escondia atrás das árvores para escapar da fiscalização”, lembra. Ela revela ainda que é um grande prazer trabalhar com a venda de cocadas e outros doces na praia.

“Vender cocadas é uma grande paixão. Eu consigo trabalhar em família, que é tudo para mim. Ganho meu dinheiro, mas não é só pelo dinheiro. Eu trabalho por amor. A gente faz uma amizade muito grande na praia, e ter o carinho das pessoas é muito gratificante”, diz Larissa, completando:

“O doce marca a vida das pessoas, e assim marca a nossa vida também. Muitos dizem que se vierem a Castelhanos e não comer nosso doce, não vieram à praia”.

Mais de 1 tonelada no verão

Na ensolarada praia de Meaípe, Maria de Fátima de Jesus Brandão, a Dona Léla, chega a vender mais de 1 tonelada de cocadas somente no verão.

Aos 61 anos de idade, ela comemora 33 anos de praia com a venda do doce que transformou sua vida e a de sua família.

“Trabalho na praia de Meaípe desde 1988. Antes, eu fazia artesanato, e em uma época o artesanato estava muito fraco. Uma amiga minha deu a ideia de mexer com doces, porque chamava mais atenção. O balneário já era uma referência com os restaurantes, e não tinha a sobremesa”.

Sua jornada começou em Ponta da Fruta, Vila Velha, logo após o nascimento de seu último filho. “Quando ele completou um mês, comecei a fazer os doces e peguei o primeiro verão”, lembra.

No início, as cocadas não saíam como ela desejava, mas, com dedicação, passou a diversificar seu cardápio, incluindo pé de moleque e novas versões de cocadas, como as de leite condensado e abacaxi.

O sucesso das cocadas de Dona Léla é tanto que, no verão passado, ela chegou a comprar 400 kg de coco em um único dia. “No verão, a gente chega a preparar mais de uma tonelada de cocada”.

Dona Léla começou a vender o doce por 1 cruzado, depois que a moeda no Brasil mudou, passou a custar 1 real, e foi subindo de acordo com a matéria-prima. Hoje, custa R$ 10.

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