As 30 cidades capixabas com mais casamentos e divórcios no Espírito Santo
Serra lidera nos dois cenários. Espírito Santo teve 22 mil casamentos em um ano e número de divórcios diminuiu, diz IBGE
O Estado viveu momentos de começos – e também de recomeços – com aumento no número de casamentos e uma queda nos casos de divórcio. A Serra lidera nos dois cenários.
A pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que em 2024 foram registrados 22.747 casamentos no Estado, um aumento de 1,7% em relação a 2023.
Entre as cidades que tiveram mais casamentos estão Serra, Vila Velha, Vitória, Cariacica, Cachoeiro, Linhares, Guarapari, São Mateus, Colatina, Aracruz, Viana, Itapemirim e Domingos Martins.
Nesse período, o número de casamentos entre pessoas de sexo diferente aumentou 1,7% enquanto entre pessoas do mesmo sexo subiu 5,9%.
No Espírito Santo, em 2024, o tempo médio entre a data do casamento de cônjuges de sexo diferente e a data da sentença ou escritura do divórcio foi de 13,2 anos.
As Estatísticas do Registro Civil mostram ainda que foram concedidos 6.288 divórcios no Estado em 2024, número 16,4% menor que o total de divórcios em 2023. Entre as cidades com mais registros estão Serra, Cariacica, Vila Velha, Vitória e Guarapari.
Para a vice-presidente do Sindicato dos Notários e Registradores do Estado (Sinoreg/ES), Fabiana Aurich, o aumento do número de casamentos na fase pós-pandemia reflete um movimento de reorganização da vida familiar, maior informação sobre os efeitos jurídicos do casamento, bem como a própria modernização dos serviços do Registro Civil.
Já a socióloga Maria Angela Rosa diz que o aumento de casamentos no Estado pode ter sido impulsionado pelas uniões homoafetivas, que tiveram um avanço significativo no período estudado, especialmente uniões entre mulheres.
“Por outro lado, o casamento formal representa segurança jurídica quanto a bens, pensão, definição de direitos e deveres, o que pode ser motivador para a legalização da união. Há ainda fatores sociais e culturais que mantêm o casamento formal como fundamental para constituir família”.
Quanto à diminuição dos divórcios, ela diz que isso pode ter explicação pelos mesmos motivos. “Considerando que a conquista do direito ao matrimônio pela população LGBTQIAPN+ é recente e resultado de muita luta e resistência, a percepção do divórcio difere da de casais de sexos diferentes”.
Capítulo especial
“Muito felizes”
Domingos Martins foi o local escolhido para um capítulo especial na vida dos agricultores Joana Endringer Waiandt Bürschner, 26 anos, e Ismael Antônio Bürschner, 27 anos. Em outubro de 2023, eles oficializaram a união civil na cidade. Já no dia 11 de outubro deste ano se casaram em Santa Leopoldina.
Para Joana, a escolha não poderia ter sido outra. “Nós moramos em Domingos Martins e temos propriedade também em Santa Leopoldina. Gostamos muito das cidades, que têm uma infraestrutura e qualidade de vida muito boas”, disse a agricultora.
Quando questionados se estão felizes com a decisão do “sim”, a resposta foi imediata, dita praticamente em coro pelo casal: “Sim, muito felizes.”
Raio-x
Casamentos por lugar do registro Ranking (2024)Espírito Santo: 22.747
1º Serra 3.038
2º Vila Velha 2.716
3º Vitória 1.933
4º Cariacica 1.878
5º Cachoeiro de Itapemirim 1.129
6º Linhares 972
7º Guarapari 781
8º São Mateus 700
9º Colatina 658
10º Aracruz 548
11º Viana 429
12º Itapemirim 390
13º Domingos Martins 322
14º Marataízes 305
15º Nova Venécia 303
16º Barra de São Francisco 294
17º Santa Maria de Jetibá 285
18º Castelo 219
19º Sooretama 219
20º São Gabriel da Palha 214
21º Iúna 199
22º Baixo Guandu 197
23º Ibatiba 182
24º Anchieta 162
25º Afonso Cláudio 161
26º Venda Nova do Imigrante 161
27º Guaçuí 155
28º Ecoporanga 151
29º Conceição da Barra 150
30º Piúma 150
Curiosidade
Em 12 anos, 2015 foi o ano com mais casamentos no Estado. Confira:
2013 - 25.023
2014 - 26.282
2015 - 28.359
2016 - 26.510
2017 - 24.490
2018 - 24.749
2019 - 23.870
2020 - 18.739
2021 - 23.120
2022 - 23.209
2023 - 22.360
2024 - 22.747
Maioria dos casamentos ocorre entre cônjuges solteiros
Nos casamentos entre pessoas de sexo diferente, predominou a união entre cônjuges solteiros, com 64,5% (14.555) do total das uniões legais.
Nos casamentos entre cônjuges do mesmo sexo, observou-se também a predominância de uniões entre pessoas solteiras, tanto entre casais masculinos (82,3%) quanto entre femininos (69,2%).
Idade média
Em 2024, nos casamentos entre pessoas de sexo diferente, a idade média dos cônjuges solteiros ao se casarem foi de 30,5 anos para os homens (4ª menor do País) e 28,4 anos para as mulheres (4ª menor do País).
A idade média ao se casar entre cônjuges solteiros de sexo diferente vem subindo ao longo do tempo: em 2004 era de 27,2 anos para homens e 24,1 anos para mulheres; em 2014, 28,9 anos e 26,2 anos, respectivamente.
Já nos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, em 2024, a idade média dos cônjuges solteiros ao se casarem foi de 34 anos entre cônjuges do sexo masculino (11ª menor do País) e 32 anos entre cônjuges do sexo feminino (11ª menor do País).
A idade média ao se casar entre cônjuges solteiros do mesmo sexo também subiu: em 2014, era de 29,5 anos entre homens e 31 anos entre mulheres.
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