Após apelo de moradores, viciado é internado à força
Pedido de internação compulsória foi feito pela Associação de Moradores de Itapuã, em Vila Velha, que teme ataques nas ruas
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Após queixas de moradores de Itapuã, a Prefeitura de Vila Velha internou à força o morador em situação de rua que vinha sendo acusado por populares de ameaças, xingamentos e comportamento agressivo. Segundo moradores, ele é usuário de drogas e aparentemente tem problemas mentais.
Em post feito no Instagram, o prefeito Arnaldinho Borgo disse que o caso que mobilizou a cidade está sendo resolvido. “A pessoa em situação de rua com aparentes transtornos psiquiátricos foi internada de forma involuntária para tratamento”.
Na legenda, Arnaldinho conta que o homem já havia passado por três internações anteriores, mas retornou a situação de vulnerabilidade. “Durante esse período, nossas equipes das Secretarias de Assistência Social e de Saúde tentaram, sem sucesso, restabelecer os vínculos sociais e ofertas de atendimento voluntário”.
O prefeito finalizou ressaltando que a internação involuntária, prevista em lei, é uma medida de exceção — aplicada apenas quando há risco real à pessoa.
Por nota, a prefeitura disse que o caso segue acompanhado pela rede de atenção psicossocial do município, com o envolvimento dos serviços responsáveis, conforme os protocolos estabelecidos.
“As abordagens durante a semana foram realizadas com o máximo de cuidado, respeitando os direitos da pessoa e considerando a complexidade do caso”.
Para que o homem fosse retirado das ruas, o advogado e presidente da Associação de Moradores de Itapuã, Valdenilson Lima, protocolou representações no Ministério Público Estadual, na Defensoria Pública e na Secretaria de Direitos Humanos do Estado.
“Após representação no Ministério Público, o processo foi distribuído para a 4ª Promotoria Civil de Vila Velha. A promotora deu prazo de 20 dias para que a Secretaria Municipal de Saúde enviasse relatório de avaliação psiquiátrica”.
Por achar o prazo extenso, Valdenilson protocolou um outro pedido: o de reconsideração do prazo, para que fosse diminuído para cinco dias, devido a sua gravidade. O pedido foi acatado.
“Ontem o homem foi contido e conduzido para tratamento psiquiátrico”. A internação ocorreu após liberação de vaga pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa-ES).
“Sensação agora é de alívio e de dever cumprido”
Presidente da Associação de Moradores de Itapuã, o advogado Valdenilson Lima disse que a sensação agora é de alívio e dever cumprido. Ele lembra que há várias semanas vinha recebendo mensagens, em suas contas pessoais e da associação, com queixas sobre problemas gerados pelo morador que vivia em situação de rua.
Entre os episódios protagonizados por ele, segundo o presidente da associação, está uma tentativa de agressão, com uma pedra de concreto, jogada contra o vidro lateral de um carro.
Em outro momento, o homem deu um soco em um morador que se aproximava apenas para oferecer um copo d’água.
“Temos também relatos e registros de situações em que ele mostrava suas partes íntimas em via pública, inclusive na presença de crianças e mulheres. Ele atacava com pedras, ameaçava verbalmente, gritava e gesticulava de forma agressiva. Criou um clima de medo constante na região”, relatou Valdenilson.
O medo dos moradores é de que ocorressem novos ataques graves, como o caso de 2018, quando a empresária Simone Tomani morreu após ser atingida por uma barra de ferro quando estava parada em um semáforo na Praia da Costa. O objeto foi arremessado por um homem em situação de rua.
Outro caso lembrado por moradores foi o da advogada Michaella Zukowski, 27 anos, que foi atingida por uma pedrada na cabeça enquanto estava dentro do carro com o pai na Rodovia do Sol. Ela perdeu a visão em um dos olhos.
Entenda o caso
Pedido de socorro
Moradores de Itapuã, em Vila Velha, vinham denunciando episódios constantes de violência e transtornos causados por um homem em situação de rua com histórico de comportamento agressivo.
Entre os episódios mais graves relatados está uma tentativa de agressão com uma pedra de concreto, lançada contra o vidro lateral de um carro, atingindo a altura do banco do passageiro. O ataque causou prejuízos e deixou moradores ainda mais preocupados.
Em outra situação, ele teria desferido um soco contra um morador que se aproximava para oferecer um copo d’água. A agressão causou lesão e necessidade de atendimento médico, o que acentuou os pedidos por intervenção imediata.
Exposição de partes íntimas
Diversos relatos também apontam que ele frequentemente mostrava suas partes íntimas em plena via pública, inclusive na presença de mulheres e crianças.
As ações foram consideradas ofensivas e perturbadoras, aumentando a sensação de insegurança no bairro.
Representações
O advogado e presidente da Associação de Moradores de Itapuã, Valdenilson Lima, protocolou denúncias junto ao Ministério Público Estadual, à Defensoria Pública e à Secretaria de Direitos Humanos do Estado.
O objetivo era pedir medidas legais para retirá-lo das ruas e garantir que recebesse avaliação e tratamento adequados.
Internação involuntária
Após as denúncias, o morador em situação de rua foi internado de forma involuntária pela Prefeitura de Vila Velha, por meio da Secretaria Municipal de Saúde.
Segundo o prefeito Arnaldinho Borgo, essa medida extrema foi tomada devido ao risco real à integridade física de terceiros e à reincidência do comportamento agressivo.
Internações anteriores
De acordo com o prefeito, o homem já havia sido internado outras três vezes. Durante esses períodos, as equipes tentaram promover o atendimento voluntário e restabelecer vínculos sociais, mas as tentativas não obtiveram sucesso, resultando em novo retorno à vulnerabilidade nas ruas.
Redução de prazos por urgência
Valdenilson pediu à promotoria a redução do prazo inicial de 20 dias para resposta da Secretaria Municipal de Saúde.
O novo pedido, para que o prazo fosse de cinco dias, foi acatado, possibilitando uma ação mais rápida diante da gravidade do caso.
Acompanhamento psicossocial
A Prefeitura informou que o caso segue acompanhado de forma articulada pela rede de atenção psicossocial do município, com o envolvimento dos serviços responsáveis, conforme os protocolos estabelecidos.
As abordagens durante a semana foram realizadas com o máximo de cuidado, respeitando os direitos da pessoa e considerando a complexidade do caso.
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