Aniversário de 474 anos: Novas gerações declaram seu amor a Vitória
Entre os jovens, cresce o interesse pelas manifestações culturais e iniciativas para preservar o patrimônio histórico

Cercada pelo mar e abençoada com belas praias, Vitória completa amanhã 474 anos. Crescendo entre montanhas e manguezais, preservando tradições como o congo e a Festa de São Benedito, Vitória está entre o primeiro grupo de cidades fundadas no Brasil Colônia. Mas se a cidade é antiga, a paixão por ela não é. Novas gerações não hesitam em declarar seu amor.
“Sou apaixonada pela capital. Escolhi esta cidade para chamar de minha. Minha filha Liz nasceu aqui. E amo a cidade ainda mais por causa disso”, conta a empresária Raquel Rampon, 38, casada com o empresário Rafael Ewald, 37 anos.
“Lembro a primeira vez que fui à Curva da Jurema e fiquei encantada com a beleza. Para mim, é a vista mais linda da cidade”.
Gaúcha, Raquel conta que se mudou para o Estado há 28 anos devido ao trabalho do pai. Sete anos depois, a vida a levou para a capital.
“Nos momentos de lazer, costumamos ir à Praça dos Namorados, Praia da Guarderia e adoramos almoçar e tomar café na Curva da Jurema. Também aproveitamos para caminhar e correr na orla”.
“Explore Vitória por que há muitas coisas bacanas para fazer”, aconselha a empresária.
Uma delas pode ser observar o trabalho de Carlo Crepaz, destaca Giuliano de Miranda, historiador e pesquisador do Laboratório de Extensão e Pesquisa em Artes (Leena) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
“Foi um grande escultor italiano que residiu em Santo Antônio por mais de duas décadas e é autor de inúmeras esculturas da capital: Índio Arariboia, Papa Pio XII, Professora Ernestina e a mais famosa, Dona Domingas, na escadaria do Palácio Anchieta”.
Para o historiador, o amor das novas gerações pela capital é visto como um reencontro com a identidade local. “Entre os jovens, cresce o interesse pelas origens da cidade, manifestações culturais populares e iniciativas que visam preservar o patrimônio histórico e ambiental, reforçando o laço afetivo com Vitória”.
Orgulhoso da cidade que administra, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, conta que há muito o que celebrar nesse aniversário. Ele destaca duas coisas: a união da população e a transformação da Grande São Pedro. “A Ilha das Caieiras tem o pôr do sol mais bonito do Brasil”, diz.
Apaixonados pela capital
Natureza
O médico Roberto Dias, 48 anos, aproveitou o sábado de sol para pedalar pela orla de Camburi junto com os filhos Isadora, 7, e Lucas, 10.

No píer de Vitória, parou para mostrar aos filhos três tartarugas que emergiam para respirar.
“Acredito que Vitória tem esse diferencial. Você consegue usufruir tudo que uma região metropolitana tem a oferecer, nas devidas proporções. Ao mesmo tempo, pode aproveitar a natureza”.
Já as crianças contaram que gostam de morar em Vitória. “Tem várias coisas diferentes, locais para pedalar e jogar bola. É legal”, conta Lucas. Isadora concorda.
Pôr do sol em Camburi
“Tenho muitas boas lembranças daqui, mas uma que me marca bastante é o pôr do sol na praia de Camburi, que sempre me traz paz e boas reflexões”, conta o dentista Diorgillis Henrique Silva, 31.

Mineiro, natural de Lajinha, o dentista conta que veio para Vitória fazer faculdade, se apaixonou pela capital e “não conseguiu largar daqui”.
O que ele mais gosta em Vitória é a qualidade de vida, contato com a natureza e as praias.
“Que são sempre uma ótima opção de lazer. Também gosto de estar com amigos e família nesses momentos”.
"Escolhi esta cidade para chamar de minha”
“Sou apaixonada pela capital. Escolhi esta cidade para chamar de minha. Minha filha Liz nasceu aqui. E amo a cidade ainda mais por causa disso”, conta a empresária gaúcha Raquel Rampon, 38, casada com o empresário Rafael Ewald, 37 anos. “Explore Vitória porque há muitas coisas bacanas para fazer”.

História
Fundação
Vitória só foi oficialmente fundada em 8 de setembro de 1551, ou seja, 16 anos após a chegada de Vasco Fernandes Coutinho à Capitania do Espírito Santo (1535).
Sua transferência como sede foi uma decisão militar e defensiva. A ilha era mais protegida pelos manguezais e pelo relevo.
Isso era necessário devido à dificuldade de defesa contra ataques indígenas e invasões estrangeiras.
Nome
O próprio nome “Vitória” foi dado para comemorar o resultado de uma batalha dos portugueses contra os indígenas Goitacazes.
Os povos nativos chamavam a ilha de Guananira, ou “Ilha do Mel”, em alusão à sua paisagem harmoniosa, ao clima agradável, à baía de águas serenas e aos abundantes manguezais repletos de peixes, aves e moluscos.
Urbanização
Foi lenta e marcada pelo isolamento até o início do século XX. Vitória permaneceu por quase 350 anos com ocupação urbana restrita.
Fatores como a fragilidade econômica, conflitos com povos indígenas, epidemias e a interdição do acesso aos sertões mineiros explicam o ritmo reduzido de crescimento.
Avanço
A transformação começa a partir de 1900, quando aterros, obras portuárias e o bonde elétrico ampliaram em cinco vezes a área da cidade. A expansão continua nas décadas seguintes. Em 2016, Vitória foi considerada a cidade com melhor qualidade de vida do Brasil pelo Observatório Metrópolis.
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