Solteirice consciente: "A maturidade traz clareza", diz terapeuta
Tati Lima tem especialização em Neurociência Relacional e Reprogramação Emocional e deu entrevista ao jornal A Tribuna

Com mais de 400 mil seguidores no Instagram, a terapeuta emocional Tati Lima é uma influencer com especialização em Neurociência Relacional e Reprogramação Emocional. Seu foco está em ajudar mulheres com mais de 40 anos, seja nos relacionamentos ou no crescimento pessoal.
Para isso, Tati criou a comunidade Match Perfeito 40+, em que os assinantes podem encontrar pessoas interessadas em um relacionamento maduro e receber curadoria emocional.
- A Tribuna: Viver ou encontrar um relacionamento depois dos 40 anos pode ser desafiador?
Tati Lima: Sim. E não por falta de opção, mas por excesso de história. Depois dos 40, todo mundo carrega bagagem, traumas mal resolvidos, filhos, ex, carreira e expectativas. A leveza dos 20 dá lugar a encontros onde tudo parece mais arriscado.
- O que você observa que as mulheres enfrentam?
Há homens que se dizem admiradores de mulheres fortes, mas se retraem diante da autonomia feminina, ou que esperam ser cuidados como filhos, sem oferecer presença ou parceria de verdade.
- Mas vale a pena?
Também é delicioso, porque a maturidade traz clareza. Você sabe o que quer e, principalmente, o que não aceita mais.
- Mulheres solteiras ainda sofrem com estigmas?
A geração de mulheres 40+ hoje é muito diferente da anterior: mais autônoma, informada e corajosa. O estigma ainda aparece, principalmente em reuniões de família ou no discurso social ultrapassado.
- Vale qualquer coisa para estar em um relacionamento?
A solteirice consciente depois dos 40 não é fracasso. É escolha. E toda mulher que escolhe sua paz ao invés de um relacionamento medíocre está reescrevendo esse estigma.
- O que pode compartilhar com as leitoras de A Tribuna?
Não aceite o mínimo. O que aparece nos primeiros encontros já é o máximo de esforço que ele vai colocar. Se ele já é morno, dispensa. Se ele é disperso, não vai mudar. E lembre-se: o desejo é natural, mas o encantamento é racional. Se encante com quem te respeita, não com quem te distrai.
Tenha uma vida interessante

Mãe da Betina, 11, e do Dante, 15, a empresária Cláudia Alves tem 50 anos e está há nove solteira. Ela conta que só apresentou um namorado aos filhos nesse período. “Depois dos 40, você acaba pensando muito antes de começar uma relação porque você tem toda uma vida. Como colocar alguém dentro dessa estrutura? Ou entrar na estrutura do outro?”. Dona da loja Empório B, Cláudia conta que está aberta a novas relações e não acredita que seja difícil ser solteira. “Tenha uma vida interessante, você não depende de ninguém para isso".
Disposta a se casar novamente

“Descobri que não preciso de um homem para me sustentar”, conta a maquiadora Jucimara Nogueira, 46, sobre o que aprendeu sendo solteira há um ano e seis meses. Embora, no caso dela, não foi por escolha. “Sou viúva. Meu marido faleceu”.
Disposta a se casar novamente, Jucimara conta estar difícil conhecer alguém que “valha a pena tentar um relacionamento”. Uma vez, relata, descobriu que o homem tinha mentido na idade.
“Era mais velho do que na foto. Acredito que um relacionamento não pode começar assim”.
"Consigo cultivar relacionamentos”

Ary Ottes, 41 anos, tem uma vida corrida. Formada em Engenharia, tem exercido a função de atriz. Na opinião dela, ser solteira dá a sensação de liberdade. “Consigo cultivar melhores relacionamentos com as pessoas, ver minha família e amigos com mais frequência”, destacou. Já o desafio, destaca Ary, é a falta de companhia. “Gosto de ir a um restaurante ou cafeteria e, às vezes, sinto falta de um companheiro para ir comigo”.
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