“Adultização”: aplicativos recomendados para proteger crianças e adolescentes
Especialistas indicam ferramentas que podem ser utilizadas para o controle dos pais sobre o que seus filhos estão acessando na internet
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Um vídeo de quase 50 minutos do youtuber Felipe Bressanim, o Felca – que escancarou o problema da “adultização” nas redes sociais – também acendeu o alerta para os conteúdos acessados por crianças e adolescentes na internet.
Especialistas apontam ferramentas que podem ser usadas pelos pais para proteger os filhos de conteúdos que não são adequados para sua idade, assim como de investidas de abusadores.
O consultor de tecnologia da informação Eduardo Pinheiro ressaltou que existem hoje várias opções de aplicativos de controle parental. “Se tratando de criança, é importante que pai e mãe instalem ferramentas dessa natureza”.
Ele destacou que o Marco Civil da Internet concede aos pais respaldo legal para que instale esses aplicativos em dispositivos usados pelas crianças. “Ao instalar um aplicativo de controle parental, o responsável está exercendo a proteção do filho menor de idade”.
Entre os aplicativos, ele citou o Google Family Link, o mSpy, o FamiSafe e o Norton Family.
“Algumas ferramentas são pagas, com valores a partir de R$ 19,90 por mês. Já o Family Link, por exemplo, é gratuito”.
A diretora executiva da empresa Tecnolokid, Cynthia Barros Scarpati, ressaltou que praticamente todas as grandes empresas de tecnologia oferecem ferramentas de controle parental para filtrar conteúdo, limitar tempo de uso e aprovar contatos e aplicativos.
“O problema é que muitos pais não sabem que esses recursos existem ou não configuram corretamente. No Google, por exemplo, há o Family Link; na Apple, o Tempo de Uso; no YouTube, há o YouTube Kids; no Facebook/Instagram, o Messenger Kids”.
Segundo ela, até consoles como Xbox e PlayStation permitem restringir jogos e interações on-line. “Quando uma conta é configurada para criança, ela já vem com filtros e classificação indicativa próprios. A conta principal é a do responsável, que escolhe e aprova o que será liberado”.
Na casa da consultora de vendas Flávia Nogueira de Souza, 43, e de Jovencio Junior, 34, a atenção é redobrada ao conteúdo acessado por Theo, de 8 anos. Além de não ter rede social, ele só pode acessar vídeos com autorização.
“Meus filhos gostam de esportes, então coloco eles em escolinhas de futebol para tirar de frente das telas”, revelou Flávia.
Opinião


Saiba mais
“Adultização”
O termo – que ganhou força desde a última semana – refere-se a expor precocemente crianças a comportamentos e responsabilidades de adultos.
Esse foi o tema de um vídeo, de cerca de 50 minutos, publicado pelo youtuber e influenciador Felipe Bressanim Pereira – conhecido como Felca –, que levantou um debate sobre a exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais, assim como a exposição a conteúdos impróprios para a idade delas.
Denúncia
No vídeo em seu canal no YouTube, Felca denunciou e mostra casos de sexualização e exploração de menores na internet.
Entre os casos que Felca chama de “conteúdo nefasto” está o do influenciador Hytalo Santos, que reúne vídeos de vários adolescentes convivendo em uma espécie de reality show. Nos vídeos, adolescentes aparecem com pouca roupa, em danças sensuais, expostos a ambientes adultos e com bebidas alcoólicas.
Consequências
Tanto o vídeo de Felca quanto diversos especialistas alertam para os riscos desse tipo de exposição.
Entre os problemas, citam a exposição a pedófilos, além do desenvolvimento de transtornos mentais, como de ansiedade e depressão, entre outros.
Congresso
O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, publicou uma mensagem, no último domingo, dizendo que vai pautar projetos nesta semana para “enfrentar essa discussão”.
No Senado, foi protocolado o pedido de criação de uma CPI para investigar a sexualização de crianças na internet.
Atenção

A advogada e influencer Arine Mello Duarte, 35, tem atenção especial com relação aos filhos Fernando, 16, e Miguel, 6, na internet.
“Esse é um cuidado que todo pai e mãe deveriam ter. No caso do Miguel, o controle é total. Ele não tem celular próprio e o acesso às telas é limitado e supervisionado. Já o Fernando tem mais liberdade, mas isso não significa que eu não acompanhe. Faço questão de conversar com ele”.
Controle parental
é um conjunto de ferramentas e configurações que permitem aos pais ou responsáveis monitorar, limitar e gerenciar o que as crianças acessam em dispositivos digitais e na internet.
Alguns aplicativos de controle dos pais
Google Family Link
O aplicativo gera relatório sobre o período de uso e também possibilita controlar o que pode ser comprado na Google Play Store, rastrear a localização, ocultar apps, bloquear o dispositivo e limitar o tempo de uso.
No momento da configuração do monitoramento parental, é preciso que o celular da criança e dos pais estejam próximos.
M Spy
é um aplicativo de controle parental capaz de registrar desde histórico de chamadas até mesmo mensagens, localização e mídias sociais. O serviço é pago e compatível com Android e iOS.
FamiSafe
O aplicativo Oferece aos pais a capacidade de supervisionar e monitorar o uso dos dispositivos por parte de seus filhos.
O recurso permite o bloqueio remoto de dispositivos, proporcionando um gerenciamento seguro do tempo de tela.
Além disso, potencializada pela IA, bloqueia conteúdo impróprio.
Norton Family
Produzido pela empresa reconhecida pelos seus antivírus, ele permite definir limites de tempo de tela, bloquear sites inadequados, monitorizar a localização e receber alertas sobre atividades suspeitas.
É possível, por exemplo, acionar recursos de aprendizagem que impedem que as notificações de distração apareçam enquanto a criança está estudando.
Fonte: Pesquisa A Tribuna
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