Adolescentes internados em estado grave com dengue
Morador de Linhares, o garoto de 14 anos está com sintomas da doença. Apenas este ano foram 1.938 internações
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Em meio à disparada de casos de dengue no Estado, são mais de 34 mil em apenas dois meses, 1.938 pessoas precisaram de internação, o que correspondente a 5,7% do total. Para se ter uma ideia, em todo o ano de 2022 foram 307 internados.
Crianças e adolescentes também estão sendo vítimas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Apenas em janeiro, 39 também foram internadas. Os dados foram informados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Entre as vítimas graves está um adolescente, de 14 anos, que não teve a identidade revelada. Ele e uma criança, de 5 anos, foram internados no Hospital Maternidade São José, de Colatina, Noroeste do Espírito Santo, nesta semana, com sinais de alarme da doença.
Os pacientes são de Linhares e, segundo a Secretaria de Saúde do município, antes de serem transferidos, entre segunda-feira e ontem, tanto o adolescente quanto a criança foram atendidos na UPA Infantil, no bairro Shell.
A criança recebeu alta ontem, de acordo com a nota enviada pelo hospital, mas o adolescente segue internado sob cuidados médicos.
O pediatra Rodolfo Nicolau Soares pontua que geralmente as crianças têm um quadro mais leve. “Porém, elas podem evoluir também para quadros mais graves, principalmente crianças que têm alguma comorbidade, como problema cardíaco, renal ou reumatológico”, destacou.
Por ser uma infecção viral, que promove um estado de inflamação no corpo, o médico explica que a dengue pode levar à perda de líquido e queda das plaquetas.
A infectologista Martina Zanotti, do Vitória Apart Hospital, alerta que ter dengue pela segunda ou terceira vez aumenta os riscos de ter a doença na forma mais grave.
“A dengue começa com febre e dor no corpo. O período mais crítico são nos primeiros dois dias após a febre ter parado, terceiro ou quinto dia de doença”.
Dor abdominal, tonteira, sensação de desmaio ou desmaio, frequência cardíaca elevada e algum sangramento são sinais de alarme e o médico deve ser procurado imediatamente, frisa Martina.
A cardiologista e coordenadora do pronto-socorro adulto da Unimed Sul Capixaba, Tháina Soares, destacou que o Estado vive uma epidemia de dengue. “Nós saímos de 49 atendimentos em dezembro de 2022 para 503 em fevereiro”.
Criança ficou sem poder andar
No dia 28 de fevereiro, o estudante Davi Canhestro Silva, de 8 anos, começou a ter sintomas de dengue, segundo relata sua mãe, a empresária Cinthia Rakel Canhestro, 34.
“Ele começou com febre e à tarde piorou. Fomos para o hospital e lá a médica disse que não era possível saber se era dengue, mas se a febre continuasse era para voltar”.
Moradores do bairro Aeroporto, em Guarapari, na madrugada da sexta-feira passada Davi voltou ao hospital carregado, já que não conseguia andar.
“Ele teve miosite viral (doença que deixa os músculos fracos) e perdeu a movimentação das pernas. Ele falava: 'mãe, quero andar!'. Eu só chorava. Na segunda-feira ele teve alta, depois de voltar a andar e as plaquetas subirem. Agora ele está se recuperando em casa”.
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Internações por dengue
das mais de 34 mil notificações de dengue, em apenas dois meses deste ano cerca de 5,7% necessitaram de algum tipo de internação no Estado, o equivalente a 1.938 internações.
84 INTERNAÇÕES foram registradas apenas em janeiro.
307 internações foram registradas em 2022, por dengue.
Mortes
9 mortes pela doença já foram confirmadas este ano.
6 mortes foram confirmadas no ano passado.
Crianças internadas
Apenas em janeiro deste ano 39 crianças e adolescentes já foram internados.
111 internações desse grupo foram registradas em 2022.
Cuidados
é fundamental evitar a reinfecção. Para quem já teve dengue, o perigo aumenta no caso de uma segunda ou terceira contaminação pelo mosquito Aedes aegypti.
Prevenção individual
Usar repelentes, utilizar mosquiteiros sobre a cama, usar telas em portas e janelas e, quando disponível, ar-condicionado.
Sorotipo
Está em circulação no Estado o DENV-2, conhecido como sorotipo 2 da dengue.
O DENV-2 é um dos quatro sorotipos de vírus da dengue e a circulação dele não era detectada desde 2019 no Estado. Entretanto, já havia sido detectado no último ano em circulação no País.
Como combater
Para combater o mosquito, Aedes aegypti, transmissor de arboviroses como Dengue, Zika e Chikungunya, é importante que a população tenha alguns cuidados, uma vez que 80% dos focos encontram-se nas casas.
São eles: limpar o quintal, tirar água dos pratos de plantas, tampar tonéis, depósitos de água, caixas d’água e qualquer tipo de recipiente que possa reservar água, além de escovar bem as bordas dos recipientes.
Sinais da dengue
Os principais sintomas são febre alta acima de 38°C, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.
Os sinais de alarme são caracterizados principalmente por dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramento de mucosa, confusão mental, queda de pressão, que ocorrem do 5º ao 7º dia da doença.
Quando procurar ajuda médica?
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) orienta que, em caso de quaisquer sintomas como febre, dor no corpo, dor articular, dor muscular, dor ao redor dos olhos, dores abdominais, náusea, vômitos ou dor de cabeça, deve-se iniciar imediatamente a hidratação com a ingestão de água, sucos naturais, chás. Além disso, procure um serviço de saúde mais próximo.
A dengue, na maioria dos casos leves, tem cura espontânea depois de 10 dias. É importante ficar atento aos sinais e sintomas da doença.
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