80% dos jovens têm hábitos que favorecem doenças
Entre os fatores de risco apontados pela pesquisa estão falta de atividades físicas, alimentação ruim, fumo e bebidas alcoólicas
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A cada 10 adolescentes brasileiros, oito têm comportamentos que favorecem o surgimento de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, doenças respiratórias crônicas e até câncer.
Os dados fazem parte de estudo publicado pela BMC Pediatrics, que apontou que 80% dos adolescentes brasileiros têm dois ou mais comportamentos que facilitam a predisposição a essas doenças crônicas não transmissíveis.
O levantamento – realizado por pesquisadores brasileiros – foi feito com base na PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde Escolar) de 2019, uma pesquisa do IBGE. Ao todo, 121.580 adolescentes de 13 a 17 anos foram ouvidos.
Nas entrevistas, eles foram perguntados sobre sete fatores, como o consumo de frutas, vegetais, refrigerantes, guloseimas, prática de atividade física, sedentarismo, tabagismo e ingestão de álcool.
Aqueles que não apresentaram nenhum comportamento de risco representam apenas 3,9% dos entrevistados.
Atividade física insuficiente foi mencionada por 71,5% dos entrevistados como um dos hábitos que favorecem o aparecimento de doenças crônicas, seguida por ingestão irregular de frutas e vegetais (58,4%), estilo de vida sedentário (54,1%), consumo frequente de guloseimas (32,9%), consumo de bebidas alcoólicas (28,1%), ingestão regular de refrigerantes (17,2%) e tabagismo (6,8%).
O oncologista Fernando Zamprogno destacou que o que a pesquisa aponta é algo que já se sabe na prática. “Temos visto os fatores de risco de câncer presentes desde o início das nossas vidas”.
OBESIDADE
Segundo ele, é comprovado que a obesidade está relacionada a vários tipos de câncer.
“Se a pessoa tem dieta inadequada desde pequena, se fica obesa desde pequena, está em risco. Quanto maior o tempo em obesidade, maior o risco”.
Ele enfatizou que hoje as pessoas passam mais tempo em frente à TV que há alguns anos, quando as crianças e adolescentes brincavam na rua.
“Temos que comprar mais comida na feira. Temos que descascar mais e desembalar menos. É possível mudar de hábitos”.
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Estudo
Publicado pela BMC Pediatrics, em fevereiro deste ano, um estudo apontou que 80% dos adolescentes no Brasil têm dois ou mais comportamentos que facilitam a predisposição a problemas como obesidade, hipertensão, diabetes e até câncer, algumas das doenças crônicas não transmissíveis.
O levantamento foi feito com base na Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) de 2019, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entrevistas
Ao todo, 121.580 adolescentes de 13 a 17 anos foram entrevistados.
Os jovens foram perguntados sobre sete fatores, como o consumo de frutas, vegetais, refrigerantes, guloseimas, prática de atividades físicas, sedentarismo, tabagismo e ingestão de álcool.
Desses, 28,3% e 27% apresentaram, respectivamente, dois ou mais hábitos de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.
Mais propensos
O estudo mostrou que os jovens de 16 a 17 anos, moradores do Sudeste, e aqueles que relataram uma autoavaliação ruim ou muito ruim da própria saúde foram identificados como os mais propensos a apresentar dois ou mais fatores de risco.
Já entre aqueles que declararam cinco ou mais hábitos, 63,6% eram mulheres, 54,7% tinham de 13 a 15 anos; 40,2% eram de cor da pele branca; 48,2% residiam na região Sudeste; 85,3% estudavam em escola pública; 96,5% residiam em área urbana e 55,1% autoclassificavam seu estado de saúde como muito bom ou bom.
Menos propensos
Já os adolescentes do sexo masculino, aqueles de raça mista e residentes de áreas rurais estão menos propensos a manifestar comportamentos que possam evoluir para doenças crônicas não transmissíveis.
Detalhe: aqueles que não apresentaram nenhum comportamento de risco representam apenas 3,9% dos entrevistados.
Doenças crônicas
São responsáveis por 75% das mortes gerais e 15% dos óbitos prematuros, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Entre os adolescentes participantes da pesquisa, 50,7% se identificaram como mulheres, com a maioria na faixa etária de 13 a 15 anos.
Além disso, 43,6% tinham cor de pele mista, 38,8% residiam na região sudeste, 85,5% frequentavam escolas públicas e 69,6% auto declaravam a saúde como muito boa ou boa.
Fonte: Folhapress.
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