Encantos do ecoturismo nas montanhas capixabas
Região que abrange os municípios de Castelo, Domingos Martins e Vargem Alta conta com variedade de espécies e belas paisagens
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No Espírito Santo, é possível ir da praia à montanha em um mesmo dia. O desafio não é a distância percorrida, mas, sim, conseguir aproveitar em pouco tempo tudo de bom que cada região oferece.
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Nas montanhas capixabas, a região que abrange os municípios de Domingos Martins, Vargem Alta e Castelo, além de ser muito propícia para curtir um clima ameno e saborear uma gastronomia de influência europeia, é ideal para a prática do ecoturismo.
Lá fica o corredor ecológico formado pelo Parque Estadual Pedra Azul, pela Reserva Ambiental Águia Branca e pelo Parque Estadual Forno Grande.
São 55.870 hectares com uma enorme variedade de espécies e paisagens de tirar o fôlego.
O Parque Estadual Pedra Azul, em Domingos Martins, é um dos mais visitados do Espírito Santo. A Pedra Azul, a Pedra das Flores e a Pedra do Lagarto formam um dos principais cartões-postais do Estado e são considerados patrimônio geológico brasileiro.
Orquídeas, bromélias, ipês, tatus, macacos bugios e saguis estão entre as espécies da flora e da fauna existentes por lá. A visitação é gratuita, mas precisa ser agendada com antecedência, pela internet.
A Reserva Águia Branca, localizada em Vargem Alta, é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), criada em 2017 pelo Grupo Águia Branca.
São mais de 2.200 hectares, com mais de 800 espécies já identificadas de plantas e animais, além de dezenas de nascentes e cursos hídricos. A área também é aberta à visitação, mediante agendamento pelo telefone (27) 99942-0474.
Em Castelo, no Parque Estadual Forno Grande, há animais em risco de extinção, como a onça sussuarana e o gavião-pega-macaco. Entre os atrativos estão o Pico do Forno Grande, poços naturais, trilhas e cachoeira. O parque funciona diariamente, das 8 às 16 horas, e não demanda agendamento.
“Ter esse corredor ecológico garante a sobrevivência de diversas espécies e auxilia na conservação da biodiversidade local”, disse Alaimar Fiuza, diretor-geral do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
Felipe Rigoni, secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), destacou que um importante estudo está sendo desenvolvido, a fim de avaliar o potencial turístico de cada parque.
Experiências e educação ambiental na prática
A Reserva Águia Branca, em Vargem Alta, além de toda a beleza que proporciona aos visitantes, promove conhecimento e conscientização, por meio de ações de educação ambiental, eventos culturais e pesquisas científicas.
Os visitantes podem participar de vivências mediadas por uma equipe especializada. Entre as trilhas que podem ser percorridas no local está a dos Mirantes, que possui 4 km de extensão e leva a um ponto de onde é possível avistar, inclusive, o Pico do Forno Grande.
No local, existe também o programa Floresta-escola, cujo propósito é preparar pessoas para a conservação da natureza, por meio da criação de espaços para reflexões, compartilhamento, trocas, cooperação, ensino-aprendizagem e interações.
Para este ano, estão previstos ciclos de debates, formações e oficinas dentro da Reserva. Outra vivência é o Banho de Floresta, que consiste em estar na floresta com os sentidos despertos.
“Acreditamos que, por meio de um leque de atividades, contribuímos não apenas para o desenvolvimento sustentável das montanhas capixabas, mas, sobretudo, para a preservação da Mata Atlântica”, disse Adriana Denadai, head de Sustentabilidade do Grupo Águia Branca.
No ano passado, a Reserva recebeu mais de 9 mil pessoas, entre hóspedes, escolas e visitantes em geral. As visitas devem ser agendadas pelo site https://reserva-ambiental-aguia-branca.reservio.com ou pelo telefone (27) 99942-0474.
Belezas da região em documentário
A região que compreende o Parque Estadual da Pedra Azul, a Reserva Ambiental Águia Branca e o Parque Estadual do Forno Grande virou cenário para o documentário Corredores, um filme com 70 minutos de duração que mostra a beleza e a biodiversidade de uma área com mais de 55 mil hectares.
O projeto é do Instituto Últimos Refúgios, Organização da Sociedade Civil (OSC), que atua em prol da conservação de espécies e ambientes. A produção, dirigida por Klaus Berg, é resultado de um trabalho de registro de imagens captadas em seis expedições.
“A história ambiental desse Corredor Ecológico nos leva a refletir sobre como ocorreu a interação entre os seres humanos e o ambiente natural ao longo dos anos. Com base em aspectos ambientais e sociais, observamos o presente como reflexo do passado, e essa compreensão é relevante para as decisões que vão determinar o futuro”, comentou o fotógrafo Leonardo Merçon, fundador e diretor da Últimos Refúgios.
Raphael Gaspar, produtor do documentário, comentou o quanto foi impactado pela experiência. “Encontrei uma biodiversidade exuberante, pessoas que são símbolos da conservação, cantos e paisagens de tirar o fôlego. Se eu amava a natureza, agora morreria por ela!”.
O documentário Corredores foi realizado com recursos do governo federal, viabilizados pela Lei de Incentivo à Cultura, e teve patrocínios da ArcelorMittal e do Grupo Águia Branca. Ao longo do ano, participará de festivais. Depois será disponibilizado integralmente no YouTube. Por enquanto, é exibido em datas e locais específicos, como cinemas.
A próxima exibição será no Cine Metrópolis, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), no campus de Goiabeiras, na próxima quarta, às 20h. A entrada é gratuita.
* KR Comunicação
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