Mais da metade dos corpos de mortos em operação no Rio passou por perícia no IML
O número significa mais da metade dos corpos contabilizados oficialmente pelo governo estadual, que aponta 121 mortes
 
	O IML (Instituto Médico Legal) do Rio de Janeiro afirmou nesta quinta-feira (30) que 80 corpos dos mortos na Operação Contenção, contra o Comando Vermelho, já passaram por necropsia desde que eles começaram a chegar no instituto.
O número significa mais da metade dos corpos contabilizados oficialmente pelo governo estadual, que aponta 121 mortes.
Até a noite de quarta (29), seis corpos haviam sido liberados para os sepultamentos. A Polícia Civil afirmou que ainda não há informações sobre o número de identificados.
A necropsia é feita pela Polícia Civil. Técnicos enviados pelo Ministério Público também acompanham a perícia de maneira independente.
Um posto do Detran (Departamento de Trânsito), no centro do Rio e ao lado do IML, foi colocado como ponto de triagem para as famílias. Os parentes chegam, cadastram as informações pessoais dos mortos, e recebem uma senha antes de fazer o reconhecimento.
Alguns deles têm reclamado da demora para a liberação.
"Eu tenho medo do corpo do meu filho entrar em decomposição. Eu já vi o corpo dele por fotos, mas queria logo reconhecer. Estou confusa porque nossa senha é 96, mas antes chamaram as senhas 101 e 105. Não estamos entendendo", afirmou Fabiana Martins, mãe de Fabian Alves Martins, um dos mortos na operação.
A família de Fabian é de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo.
O IML do centro foi destacado para o recebimento dos corpos da operação. Os demais casos que não envolvem a ação foram deslocados para o IML de Niterói.
Parentes, principalmente mães, enfrentaram peregrinação no reconhecimento dos corpos após a operação policial da última terça-feira (28).
Em comum, havia a reclamação de supostas irregularidades da polícia, como a falta de socorro aos baleados.
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, afirmou em entrevista nesta quarta-feira que, na ausência de perícia, as autoridades utilizam "todo o contexto" para afirmar que os civis mortos eram envolvidos com o tráfico de drogas nos complexos do Alemão e da Penha.
Segundo Santos, o governo estadual se baseia em informações como o horário em que ocorreram as mortes, os locais onde as pessoas estavam e as roupas que elas usavam para chegar a essa conclusão.
"Claro que a gente vai fazer a pesquisa, mas não é um fato se, eventualmente, algum deles não tiver antecedentes criminais, se tornar vítima ou inocente. A história do Rio de Janeiro já mostrou que criminosos, apesar de vasta vida criminosa, não tem antecedentes", afirmou o secretário.
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