Comandante da FAB defende compra de novo avião para Lula após incidente no México
Ele afirmou ainda que o problema detectado pouco depois da decolagem foi a alta vibração em uma das turbinas
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O comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno, disse nesta quinta-feira (3) que não há indicativo até o momento de que um pássaro tenha sido sugado pela turbina do avião presidencial que teve que retornar à Cidade do México após apresentar problemas técnicos.
Damasceno destacou ainda que a atual aeronave usada pelo presidente Lula (PT) tem 20 anos e defendeu a compra de um novo avião.
"Nós não descartamos [que houve] uma ingestão de pássaro. A aeronave tinha acabado de recolher o trem de pouso, é uma altitude que normalmente pode ter ingestão de pássaro, mas não temos nenhuma indicação. Não há sangue, não há pena, não há nada que tenhamos identificado. Ao abrir o motor pode surgir", disse.
Ele afirmou ainda que o problema detectado pouco depois da decolagem foi a alta vibração em uma das turbinas. Ele também destacou que os procedimentos adotados pelo piloto e pela tribulação permitiram que o avião pousasse em segurança —Lula trocou de aeronave e seguiu para Brasília.
De acordo com Damasceno, técnicos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e da empresa Latam, que auxilia na manutenção de aeronaves oficiais, estão na Cidade do México para fazer uma avaliação da aeronave que apresentou problemas.
Damasceno defendeu a compra de uma nova aeronave devido à necessidade de mais espaço e autonomia nos deslocamentos do presidente. "Pessoalmente eu defendo [a troca]. Esse avião completa agora, no dia 5 de janeiro, 20 anos. Eu era comandante do esquadrão quando recebi o avião", afirmou.
"O avião é muito seguro, mas tem uma autonomia que nos atende em parte. Um país como o nosso, uma potência mundial, entre as dez economias do mundo, deve ter um avião maior. Que tenha mais autonomia, que tenha mais espaço para levar o mandatário do país", afirmou.
O comandante disse ainda que o modelo atual usado por Lula não tem o sistema de alijamento, que teria permitido o despejo de combustível para reduzir o peso da aeronave sem a necessidade de voar em círculos durante horas.
O chamado Aerolula teve um problema técnico pouco após decolar, no aeroporto da Cidade do México, na terça-feira (1º). Como não conseguiu se desfazer de parte do combustível, precisou ficar voando praticamente em círculos para esvaziar o tanque e conseguir pousar com segurança. Foram 50 voltas sobre o território mexicano ao longo de quase cinco horas.
Lula depois pousou no Aeroporto Internacional Felipe Ángeles, próximo à Cidade do México. O piloto do avião chegou a declarar urgência nas comunicações com a torre de controle do aeroporto logo após a decolagem.
Após o pouso, a comitiva presidencial embarcou no avião reserva da Presidência e seguiu viagem para Brasília, chegando apenas na manhã de quarta-feira. Lula reclamou das condições durante o voo, sem telefone e internet em alguns momentos para se comunicar com o Planalto.
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