Censo Escolar: ES se destaca na educação durante a pandemia de covid-19
Uma das estratégias foi a avaliação para compreender lacunas de aprendizagem entre alunos
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Junto com o Ceará, o Espírito Santo se destacou positivamente na pandemia de covid-19 em relação à educação na rede pública ao adotar grande parte das estratégias educacionais de 2021 investigadas pelo Censo Escolar.
Dentre as ações de educação desenvolvidas estão a busca ativa para evitar a evasão de alunos, avaliação de lacunas de aprendizagem e priorização de conteúdos e habilidades específicas.
As informações sobre o desempenho do Estado foram compartilhadas pelos pesquisadores Maria Helena Bravo, Maria do Carmo Meirelles, Karina Carrasqueira e Wagner Rezende, que utilizaram dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) de 2021 e 2022.
Segundo o levantamento, a estratégia que mais teve adesão nos estados brasileiros foi a busca ativa, sendo no Ceará onde mais escolas realizaram o procedimento (96,9%), posteriormente Goiás (94,9%), e, em terceiro lugar, o Espírito Santo (94,9%).
“Em 2019 já tínhamos o programa de busca ativa em parceria com a Unicef, chamado ‘Todos na Escola’. A gente fazia um monitoramento junto com as escolas sobre a entrega e devolução de atividades”, comentou Andréa Guzzo Pereira, subsecretária de Estado da Educação Básica e Profissional.
Outra estratégia em que o Estado se destacou foi a de avaliação para compreender lacunas de aprendizagem entre alunos.
Em 2021, ele contou com mais escolas realizando a avaliação (94,3%), seguido de São Paulo (89,9%) e das escolas cearenses.
“Em janeiro de 2021, elaboramos a primeira avaliação diagnóstica de todas as matérias para sabermos sobre os conhecimentos dos alunos. A partir da avaliação, começamos a revisar e fazer um novo plano curricular. E é válido ressaltar que ela é mantida até hoje”, comentou Andréia.
Ela ressaltou que outras medidas foram adotadas, como aulas sobre tecnologia para professores, doação de cestas básicas, apoio socioemocional com psicólogos e assistentes sociais, e união de Estado e município com o compartilhamento de conteúdos.
Maria do Carmo Meirelles, junto a outros pesquisadores de universidades do Brasil, Chile, França e Guiana Francesa, citou em um estudo 12 estratégias para escolas seguirem em contexto de pandemia.
Organizar sistemas de informação entre secretarias, escolas e alunos, e criar materiais pedagógicos estruturados para plataformas digitais são algumas delas.
Estudo
Um estudo realizado por vários pesquisadores apontou estratégias educacionais para uma possível crise sanitária. Confira abaixo:
1 Fortalecer o regime de colaboração entre União, estados e municípios.
2 Ampliar a conectividade em escolas e municípios (dispositivos e internet).
3 Ampliar o letramento digital de professores e alunos.
4 Formar professores para a utilização pedagógica de tecnologias digitais.
5 Criar materiais pedagógicos estruturados para plataformas digitais de ensino.
6 Organizar sistemas de informação entre secretarias, escolas, servidores e alunos.
7 Investir no vínculo permanente entre escola e família.
8 Formar um conselho com múltiplos atores que tomem decisões com base em dados sanitários, a serem adotadas na rede.
9 Acolher docentes e estudantes para aumentar o vínculo e reduzir a evasão.
10 Adotar estratégias de busca ativa dos alunos evadidos.
11 Garantir a segurança alimentar da comunidade escolar.
12 Fornecer apoio psicológico para a comunidade escolar.
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