Escolas de Samba do ES querem atrair mais turistas para os desfiles
Carnaval capixaba deve movimentar cerca de R$ 136 milhões em receita para o turismo. No ano passado, Vitória recebeu 12 mil visitantes
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As manifestações culturais, a qualidade técnica e o espetáculo na avenida fazem com que as escolas de samba do Carnaval de Vitória surpreendam capixabas e turistas.
Com um inegável legado para o Espírito Santo, a ambição das agremiações é, agora, atrair mais foliões de outros estados para o Sambão do Povo.
De acordo com a Prefeitura de Vitória, no ano passado a capital recebeu cerca de 12 mil turistas para os dias do desfile, com taxa de ocupação de 90% na rede hoteleira.
O presidente da escola de samba Andaraí, Thiago Bandeira, aponta que a expectativa de crescimento do Carnaval tem base em evidências. Nos últimos anos, a pandemia afetou a festa e, agora, a esperança é de que os turistas voltem a celebrar o Carnaval capixaba.
“Nos anos anteriores, muitos se afastaram pela situação sanitária, mas estamos no caminho para atrair os turistas. Muita gente já conhece o Carnaval capixaba, inclusive pessoas no eixo Rio-São Paulo. Talvez, faltem artistas e personalidades, mas já temos transmissão até pela internet”.
Já o presidente da Mocidade Unida da Glória, Robertinho da MUG, diz que o Carnaval capixaba já é consagrado e, com o pós-pandemia, tende a crescer e a atrair mais foliões. “Temos trabalhado o ano inteiro com a intenção de mostrar um Carnaval comparado aos do Rio e São Paulo. As escolas fazem tudo o que podem!”.
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Movimentação
O Carnaval capixaba deve movimentar, ao todo, cerca de R$ 136 milhões em receitas para o turismo, aponta a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES).
O presidente da instituição, Idalberto Moro, aponta que os destinos que mais recebem visitantes no Estado são aqueles que promovem shows e carnavais temáticos, além daqueles com atrativos naturais de lazer gratuito, como praias e cachoeiras.
“Temos um destino privilegiado, com riquezas naturais, históricas e culturais, e estamos bem localizados, próximos aos grandes emissores, como Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro”.
SAIBA MAIS
Foram gerados 5,3 mil empregos
Números
Em 2022, a capital recebeu cerca de 12 mil turistas para os dias do desfile, com taxa de ocupação de 90% na rede hoteleira.
Foram gerados 5,3 mil empregos diretos e indiretos.
A movimentação econômica, em 2022, alcançou 20 milhões durante o Carnaval, apenas em Vitória.
Em 2022, foram 40 mil pessoas impactadas nas 19 comunidades das escolas de samba. Ao todo, o desfile contou com 309 alas, 26 alegorias e 19,5 mil componentes.
Mais de um milhão de pessoas acompanharam as transmissões.
2023
O Carnaval 2023 deverá movimentar R$ 136 milhões em receitas para o turismo capixaba.
A projeção é de que o Carnaval 2023, em todo o Espírito Santo, deve superar a movimentação econômica dos anos de 2021 e 2022.
Fonte: Prefeitura de Vitória, Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio ES) e Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
HISTÓRIA DO DESFILE EM VITÓRIA
Início com as batucadas
O surgimento das escolas de samba do Espírito Santo começou com o desaparecimento das grandes sociedades e dos grupos musicais, por volta de 1929. Desde então, surgiram pequenos grupos chamados de batucadas, que apareceram em vários subúrbios.
No início da década de 1930, na subida dos morros da Piedade e da Fonte Grande, no fim da rua Sete de Setembro, no centro de Vitória, foram formadas duas batucadas rivais: a Chapéu do Lado e a Mocidade da Fonte Grande. Depois, começaram a surgir várias batucadas, como a Centenário, a Santa Lúcia, a Mocidade da Praia, a Andaraí, a Prazer das Morenas, a Gurigica do Centro, a Girassol e ainda a batucada Estrela da Vila.
Em 1948, o desfile passou a ser oficialmente organizado. O surgimento das escolas de samba começou na década de 50, com o Rominho da Fonte Grande, que trouxe o ritmo dos surdos e tamborins, organizando a primeira escola de samba capixaba: a Unidos da Piedade. A escola começou com a maioria do pessoal da batucada Chapéu de Lado.
Durante as décadas de 1960 e 1970, o desfile cresceu e tomou o lugar das batucadas no protagonismo do Carnaval de Vitória. As batucadas foram desaparecendo ou se transformando em blocos ou escolas de samba. No início dos anos 80, o desfile passou a ser organizado pelo governo do Estado.
Em 1987, foi construído o Sambão do Povo. Atualmente, há 19 escolas de samba, divididas entre Grupo Especial, Grupo A e Grupo B.
Fonte: Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo Especial (Liesge).
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