Produtores do ES apostam em biogás e fertilizante
Iniciativa tem gerado economia em diversas propriedades rurais e contribuído para a preservação ambiental no Norte do Estado

Agricultores familiares de Linhares, no Norte do Espírito Santo, já colhem os frutos da adoção de biodigestores sertanejos, tecnologia que transforma esterco e urina de animais em biogás e biofertilizante. A iniciativa tem gerado economia nas propriedades e contribuído para a preservação ambiental.
Cinco biodigestores foram instalados em comunidades com práticas agroecológicas. No Assentamento Sezínio Fernandes de Jesus, três equipamentos estão em funcionamento: um abastecido com dejetos de suínos e dois com resíduos bovinos. Já no Córrego Jacutinga, distrito de Farias, duas famílias usam o sistema com esterco de carneiros e suínos.
Na localidade, a família de Elísio Campin e dona Dola já sente os efeitos positivos no orçamento. “Desde que implantamos o biodigestor, não compramos mais gás de botija. Há mais de um ano não gastamos com gás de cozinha. O sistema é eficiente, dá destino correto aos dejetos e reduz despesas com adubação”, afirma Dola.
Elísio calcula uma economia de cerca de R$ 2.500 no período. “Funciona bem, nunca apresentou problema, não tem mau cheiro. E ainda produz o fertilizante que uso na horta, na pimenteira-do-reino e no café”, relata.
O projeto foi viabilizado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).
Segundo o extensionista do Incaper Daniel Duarte, responsável pela iniciativa, o biodigestor sertanejo é classificado como tecnologia social, de fácil instalação e manejo, com custo inicial acessível. O modelo instalado em Linhares comporta até 8 metros cúbicos de dejetos, mas há versões maiores para propriedades com rebanhos mais extensos.
O biofertilizante gerado substitui adubos químicos e pode ser aplicado em diferentes culturas, como café, pimenta-do-reino, frutíferas e hortaliças.
A utilização contribui para reduzir o consumo de insumos industriais, diminuir a incidência de pragas e favorecer o equilíbrio biológico do solo.
“Além da economia, o biodigestor ajuda a conter a poluição, reduzir emissões de gases de efeito estufa e melhorar a qualidade da água e do solo”, destaca Daniel Duarte.
Saiba mais
Biodigestores sertanejos
Estruturas de baixo custo usadas em pequenas propriedades.
Transformam esterco e urina de animais em biogás (para cozinhar) e biofertilizante (para adubar).
Funcionam por fermentação anaeróbica, em que microrganismos decompõem os dejetos sem oxigênio.
O gás é canalizado para o fogão e o resíduo líquido serve como adubo natural.
Principais benefícios
Reduz gastos com gás e fertilizantes.
Evita poluição de solos e rios.
Diminui emissão de gases de efeito estufa.
Melhora a fertilidade do solo e fortalece a agricultura familiar.
Fonte: Incaper
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