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Agro ES

Pedra de fel, o “cálculo biliar” do boi que vale R$ 100 mil o quilo

Apesar de pouco conhecido pelos brasileiros, item é popular na Ásia


Imagem ilustrativa da imagem Pedra de fel, o “cálculo biliar” do boi que vale R$ 100 mil o quilo
Pedra de fel: procura para comprar o “cálculo biliar” do boi é grande |  Foto: Divulgação

Quando se pensa em bois e vacas, é comum pensar em carne ou no leite e seus derivados. Mas há um item popular na Ásia e pouco conhecido no Brasil que movimenta cifras bilionárias: a pedra de fel.

Nada mais é do que pedras geradas dentro da vesícula dos bovinos. Esses cálculos são resultados do acúmulo de sais na vesícula de alguns animais e não afetam a qualidade da carne para o consumo.

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Os cálculos biliares são massas duras que se formam na vesícula. A bile é um líquido produzido pelo fígado que ajuda na digestão de gorduras. Quando a bile contém quantidade excessiva de colesterol, sais biliares ou bilirrubina, pode ocorrer a formação de cristais.

“A fonte mais comum das pedras são os frigoríficos, porque essas pedras são retiradas no momento do abate”, explicou Daniela Gomes da Silva, pesquisadora da Clínica Médica da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O valor do grama, em média, está na faixa dos R$ 1.000. Ou seja, 1 kg pode chegar a custar R$ 100 mil.

Para o empresário Ângelo Setim Neto, diretor do frigorífico Argos, em São José dos Pinhais, no Paraná, o valor estimado da pedra pode parecer alto, mas é considerado “irrisório” se for considerado o volume de abate necessário para atingir 1 quilo.

“O volume de animais para produzir isso é muito grande. A representatividade na receita da indústria frigorífica é irrisória comparada ao volume que se produz”.

O pecuarista Paulo Varejão concorda. Ele relata que até o início da década de 90, chegou a trabalhar com esse tipo de material, mas a realidade atual não torna esse tipo de produção viável e nem priorizável. “Os chineses chegavam aqui e pagavam à vista. Hoje é mais difícil de comercializar porque o gado é abatido mais jovem”.

Varejão não cita os chineses à toa: os produtos são muito procurados pelos asiáticos para uso medicinal. “É muito utilizada na medicina tradicional chinesa para o tratamento para tratar febre alta, convulsão, epilepsia e pneumonia, além de outras doenças. Dezenas de drogas dessa medicina usam pedra de boi na composição”, explica Daniela Gomes.

Além disso, em 2020, cientistas chineses afirmaram ter descoberto nas pedras uma concentração de substâncias com efeitos neurológicos e terapêuticos em humanos. Já os médicos norte-americanos David Wang e Martin C.Carey publicaram no American Journal of Gastroenteroology pesquisas que mostram que as pedras podem ter efeito tranquilizante e sedativo.

Porém, a pedra também tem um outro uso: ela também pode ser utilizada para estimular a formação de pérolas dentro das ostras.

Um produtor rural que comercializa esse tipo de pedra, mas pediu para não ser identificado, relata que o valor alto se justifica devido à produção hoje ser muito pequena e que, para reunir 1kg do item, demora-se um ano. Ou seja, a raridade faz o preço do produto disparar. “Hoje os bois são mais abatidos mais cedo. Esse tipo de material só dá em boi velho”.

Outros animais consumidos pelo mundo

Não cheirou bem

O consumo de gambá é comum na Nova Zelândia. Restaurante de Santa Catarina chegou a vender a carne do animal, mas foi fechado porque o consumo é proibido no País.

“Não contavam com a minha astúcia”

Cerca de 2 mil espécies de insetos e aracnídeos consumíveis já foram catalogadas no mundo. Formigas, por exemplo, são populares em regiões do Brasil e se tornaram até parte de cardápios de chefes como Alex Atala.

Escorpiões são comuns na Ásia, tarântulas consumidas fritas no Camboja e um tipo de gafanhoto, o “chapulin” é tão consumida no México que inspirou o personagem Chapolin Colorado.

No Brasil, há relatos de estudos para a criação de grilos - considerado um “alimento do futuro” - para consumo.

A culpa é do drácula

Morcegos são consumidos até crus no Vietnã.

Pesquisa da Universidade de Cambridge estimou que cerca de 3 mil morcegos são consumidos na Bolívia por mês, e o animal chegou a ser alimento na Itália após a Segunda Guerra, mas não se popularizou na Europa por conta da associação do bicho com a morte e com vampiros.

O animal é consumido em Madagascar, onde pesquisas associaram seu consumo a um efeito positivo na nutrição: a estimativa é de que, se fosse proibida, o índice de anemia em crianças do país seria 29% mais alto.

Chegou voando no prato

A carne dos pombos pode ser consumida assada ou cozida e é comum no Egito, no Oriente Médio, na França, na Espanha, em Portugal e em países da Ásia.

Fontes: Ministério da Agricultura e Pecuária, especialistas citados, pesquisa AT.

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