Lucro multiplicado por produtor rural com a agroindústria
Empreendimentos de agroindústria no Estado têm faturamento médio de R$ 18.650, criando 16 mil empregos diretos
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Com as agroindústrias, os produtores multiplicam o próprio lucro, agregando valor ao que produzem. Eles transformam morango em geleia, cacau em chocolate, leite em diversos produtos, por exemplo.
Confira: Litro de azeite fabricado no ES custa R$ 360
Esse aumento do lucro depende de muitos fatores e pode variar até para a mesma mercadoria, de produtores diferentes, conforme a coordenadora de Segurança Alimentar e Estruturação da Comercialização do Instituto Capixaba de Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Rachel Quandt.
“Os produtores costumam ter muita dificuldade em fazer essa conta e na formação do preço de venda”, observou.
Segundo dados mais recentes do Censo Agropecuário, a agroindústria no estado tem 2024 empreendimentos, com faturamento médio de R$ 18.650, criando 16 mil empregos diretos.
Do total, 51,9% da produção é de vegetais, trigo representam 35,2% da agroindústria familiar, leite e derivados 16,7%, derivados de frutas 10,1%. A agroindústria também tem um papel muito importante para o agroturismo.
Mas afinal, o que é uma agroindústria? De acordo com o Governo Federal, é o ambiente físico e equipado, onde se desenvolve atividades de transformação de matérias-primas agropecuárias em outros produtos.
Rachel explicou que geralmente os produtores começam fazendo suas produções dentro de casa, em um sistema conhecido como produção artesanal. E a medida que as encomendas vão crescendo, surge a necessidade de criar um ambiente só para aquele trabalho.
Como exemplo, ela citou a produção de geleias. “Ao construir um espaço para produzir as geleias, esse espaço é uma agroindústria. Mesmo que a produção seja artesanal”.
Para transformar agregar valor a produtos, tento também uma agroindústria, o produtor precisa de planejamento.
A analista técnica do Sebrae Mariana Augusta de Souza Guimarães explicou que é necessário planejamento. “Todo negócio pode dar certo ou errado, mas com planejamento a chance de dar certo é muito maior”.
Entre os aspectos a serem analisados ela destaca: clientes que quer atingir, quem são os concorrentes, quais equipamentos e matérias primas vai precisar, investimento necessário, tempo de retorno, principais fornecedores, por exemplo. Além disso, é mais fácil ter sucesso em um negócio em que já tenha experiência ou conhecimento.
Produtora de cacau
Em Colatina, a empresária Fabiani Reinholz, 33, produz cacau e transforma em chocolate, vendendo até 500 quilos no mês. “Além de utilizar o nosso, compramos cacau especial também”. Após o processamento da fruta, há 20% de perda e a quantidade de nibis em cada produto varia. “O cacau especial está a R$ 60 o quilo. E o quilo do chocolate é R$ 300”.
O processo envolve investimentos, trabalho, custo. “Tivemos um movimento de agregação de valor que está inspirando produtores”. Os chocolates são vendidos na propriedade e em uma loja no centro da cidade.
“Colha e pague” de morangos
A empreendedora Joelma Barbosa Kuster, 52, tem um “colha e pague” de morangos, em Forno Grande, em Castelo, no Sul do Estado. Os turistas colhem a fruta e compram o quanto quiserem.
Ela foi agregando outros produtos e serviços, começou a fazer geleia e licor com os morangos menores e agora tem uma lojinha para vender os seus produtos e os dos vizinhos, restaurante e outros atrativos. “Agregou muito valor, pois não tem desperdício”.
Linguiça
O produtor Marcelo Thompson Ferreira, de 45 anos, produz linguiças com pernil há sete anos. Os produtos são recheados com queijo, bacon, jiló, bananada, alho-poró, entre outros, e não levam aromatizantes.
“Consigo agregar valor. A carne é nobre, os recheios são de excelência e os consumidores pagam um pouco mais para ter um produto assim”, contou o produtor de Rio Novo do Sul. Ele explicou que o processo dá trabalho, que compra o pernil do frigorífico e faz o processo de rechear.
SAIBA MAIS
Azeite de abacate
O engenheiro de alimentos, doutor em bioquímica e professor do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Wilton Soares Cardoso, explicou que a legislação de alimentos aceita como azeite o óleo extraído a frio, com processos mecânicos sem uso de processos químicos, saído da poupa da fruta. Já o óleo, é extraído da semente, com uso de produtos químicos.
Para fazer em casa
É possível fazer o azeite de abacate em casa:
1 - Colher o abacate maduro.
2 - Abrir a fruta, retirar o caroço e a polpa. A polpa será a única parte utilizada para fazer o azeite.
3 - Colocar a polpa para secar. O processo pode ser feito de várias maneiras, como colocá-la no papel-manteiga e ao sol indiretamente por alguns dias, no forno ou no micro-ondas. A intenção é retirar a água do abacate. O ponto ideal é quando ela tiver escura e dura, em uma consistência semelhante à de farofa.
4 - Triturar a polpa no liquidificador.
5 - Colocá-la em um tecido e espremer até sair o óleo.
Lagar
O governo do Estado investiu em equipamentos para uma fábrica de uso coletivo para extração do azeite de oliva em Santa Teresa. Contudo, como a colheita da azeitona é feita de janeiro a abril, ela acabará ficando ociosa. Por isso já estão sendo propostas medidas para que seja feita a adaptação, para que a fábrica também possa ser utilizada para extração do óleo do abacate no restante do ano.
Molho com a fruta
Para quem busca outras alternativas, diante do preço do azeite, a nutricionista Fernanda Pignaton destacou um molho simples e barato, que leva um abacate, um limão, iogurte natural, ervas finas e sal a gosto. Segundo ela, é só amassar bem a polpa do abacate e acrescentar os outros ingredientes.
Fonte: Ifes, fontes citadas na reportagem
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