Hobby que vira fonte de renda no ES
Atividades que antes eram feitas por lazer estão ganhando um olhar profissional e podem rende até R$ 20 mil por mês
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Empreendedores do Estado estão criando oportunidades de negócios, a partir dos próprios hobbies. Atividades que antes eram feitas por prazer como preparar uma mesa de frios ou fazer um piquenique e plantar flores ganharam um olhar profissional e rendem até R$20 mil em um mês.
A publicitária Luezia Andrade, de 39 anos, por exemplo, sempre teve amor pela gastronomia. Há pouco mais de dois anos, criou uma empresa de experiências gastronômicas com conceito australiano.
A ideia surgiu após ela vencer um desafio no Instagram, para ver quem montava a mesa mais bonita. A proposta partiu de uma capixaba radicada na Austrália. Ela venceu e decidiu fazer o curso oferecido pela capixaba, ensinando a arte no estilo australiano.
O clima e as frutas na Austrália têm semelhanças com o Brasil. O grande diferencial está no formato de apresentar, decorar e servir. Luezia trabalha com a grazing table, em que a comida vai direto na superfície da mesa, sendo distribuída de forma despojada, mas seguindo critérios como cores, volumes, texturas e sabores.
Outra opção é a ilha gastronômica, na qual também são utilizados recipientes para elevação de alguns alimentos. As formas de apresentação têm o mesmo propósito: “Trazer liberdade para os convidados se servirem sem precisar de garçom”, afirmou.
Para os eventos, a publicitária oferece desde o cardápio, a montagem das mesas, utensílios, e até ornamentação. Ela também trabalha com as tábuas e caixas e revelou que ama o que faz. Mas lembrou que com o negócio também vieram as partes mais burocráticas, que ela delega a quem confia.
O doutor em administração Sérgio Bastos explicou que nenhum hobby formidável vai se transformar em um negócio sem planejamento. “Ele começa por compreender se tem demanda por aquele produto ou serviço”.
O consultor empresarial Glaucio Siqueira acrescentou que é preciso avaliar a precificação, observar se as margens de lucro serão favoráveis. A maior ameaça, segundo ele, é olhar para a satisfação e esquecer dos resultados.
Eventos em formato de piquenique
A esteticista Cláudia Wander Maas, de 37 anos, transformou uma atividade que ama em fonte de renda. Durante um passeio na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, Cláudia viu um piquenique mais elaborado e gostou da ideia.
Desde então começou a fazer para os filhos até que outras pessoas começaram a querer contratar o serviço. Hoje, trabalha montando a estrutura, com utensílios e decoração para eventos no formato.
"Pais pagam caro por festa, enquanto as crianças que participam do piquenique acham a melhor experiência do mundo”.
Ele cria memórias com brincadeiras como corrida no saco, ovo na colher e as crianças se divertem descalças ao ar livre.
Ela segue trabalhando como esteticista, mas ganha mais com o piquenique. “Ao ar livre, dependo de fatores climáticos”, observou, ao lado dos filhos e do marido Leandro Wander Maas, de 39 anos.
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Avaliação de amigos deve ser qualificada e muito sincera
Ao iniciar um novo negócio, muitas vezes parentes e amigos são utilizados como “cobaias“ pelos empreendedores, para experimentar novos produtos e serviços.
Para que essa troca dê certo, é preciso de um retorno qualificado, como explica o doutor em administração de empresas e professor da Fucape, Sérgio Bastos.
“Você usar a opinião de amigos e conhecidos para validar aquela ideia pode ser uma armadilha. Esse ciclo pode não ser crítico o suficiente”, observou.
Na prática, é importante buscar opinião de quem realmente tem certa qualificação em relação ao que o empreendedor está se propondo a fazer.
Além disso, também vem a questão da sinceridade, conforme o psicólogo Alexandre Brito. Ele explicou que para pedir opinião é importante buscar alguém com quem se tenha intimidade e deixar claro que está disposto a escutar o retorno com sinceridade.
“Costuma ser a mesma pessoa que dá o feedback, que apresenta seu produto ou serviço para outras pessoas”, lembrou.
Suculentas: de lembrança a cursos
Leona Pacheco, de 40 anos, gosta de cultivar suculentas. Quando engravidou, queria trabalhar em casa, para ter mais tempo com os filhos. Foi então que decidiu transformar essa paixão em negócio.
Hoje, ela cultiva as plantas e as transforma em lembrancinhas para eventos de empresas e familiares. Além disso, em seu canal no YouTube “Viver de Suculentas”, ela dá curso ensinando outras mulheres a fazerem o mesmo e já tem mais de 500 alunas.
Sua primeira experiência foi a partir de um convite para fazer um evento corporativo. Ela encarou o desafio e nunca mais parou. Em breve vai lançar uma aplicativo e até inaugurar uma loja física.
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