Casagrande diz ser “inconcebível levantar suspeitas sobre número de leitos de UTI”
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A ação civil pública aberta pelo Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES) contra o Estado, alegando que deve ser promovida “a efetiva transparência" quanto à quantidade de leitos de UTI para tratamento de pacientes com a covid-19, irritou o governador Renato Casagrande. Ele classificou a ação como “inconcebível”.

A Procuradoria alega que "os dados sobre ocupação geral nos leitos de UTI para pacientes com covid-19, disponibilizados na internet pelo Estado do Espírito Santo, são enganosos", por isso ajuizou a ação.
Ao ser questionado sobre o caso, durante entrevista coletiva pela internet, no final da tarde desta sexta-feira (5), Casagrande foi enfático: “Somos campeões em transparência e o MPF sabe disso. O trabalho do MPF tem sido perguntar e o nosso trabalho tem sido executar as ações. Eles têm perguntado e a gente tem respondido”.
O governo ainda destacou que o Estado conquistou um título de mais transparente do Brasil quanto à divulgação dos dados referentes à Covid-19, de acordo com a ONG Open Knowledge Brasil (OKBR).
“Conquistamos uma posição de vanguarda na transparência. Não aceito que o MPF possa questionar os dados, que são dados públicos. É inconcebível que eles possam levantar suspeitas sobre os dados, sobre os leitos que estamos abrindo no Estado do Espírito Santo”, declarou.
Entenda o caso
O Ministério Público Federal no Espírito Santo entrou com a ação nesta quinta-feira (4) e quer também que o Estado apresente um plano de estratégia de remanejamento de pacientes, quando da saturação de leitos de UTI para atendimento de pacientes da covid-19, com regras claras, que determinem soluções rápidas, caso determinado hospital não possa receber pacientes em seus leitos de UTI.
O MPF-ES pede que as medidas sejam adotadas em até 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 10 mil por item não atendido.
Os procuradores lembram que o governo criou a página https://coronavirus.es.gov.br/, em que constam, entre outros, dados sobre a ocupação de leitos no Estado, com detalhamento por região de saúde e por hospital.
"De acordo com o MPF-ES, essas informações estão incorretas e pautando estratégias de saúde pública igualmente equivocadas", diz o texto da Procuradoria.
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