Novo alerta para os riscos do “chip da beleza”
Sociedades médicas reforçam que não há indicação de testosterona para fins estéticos em mulheres e apontam perigos
A prática de atividades físicas, tão estimulada por profissionais da área da saúde, está sendo acompanhada, em alguns casos, por um ingrediente perigoso: o famoso “suco”, como são conhecidos popularmente os anabolizantes.
O termo se tornou comum nas redes sociais e está ganhando força até mesmo entre as mulheres, já que uma parcela, em busca do corpo definido, recorre à testosterona. Porém, sociedades médicas fazem novo alerta para o “chip da beleza”, implante manipulado à base de testosterona ou outros anabolizantes.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), não existe indicação de dosagem para ‘testosterona baixa’ em mulheres.
A nota ressalta ainda que “não existe respaldo científico para uso de testosterona com fins estéticos, para aumento de massa magra, emagrecimento, melhora de disposição ou efeitos antienvelhecimento”.
“Também afirmamos que não há na literatura mundial absolutamente nenhuma evidência de que a testosterona tenha indicação primária para prevenção cardiovascular”, ressalta a nota.
Pelo contrário. Segundo o cardiologista Antônio Carlos Avanza Junior, professor titular do curso de Medicina da Universidade de Vila Velha (UVV), entre os efeitos colaterais estão complicações hepáticas e cardíacas, tais como arritmias e aumento da pressão arterial, além do aparecimento de acne e engrossamento da voz.
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A endocrinologista Flávia Tessarolo pontua que “estudos científicos robustos comprovam que não existe deficiência de testosterona na mulher e demonstram que repor testosterona em níveis fisiológicos não melhora sintomas, como a libido”.
“A testosterona na mulher é produzida nas glândulas suprarrenais (que não reduzem a sua produção com a menopausa) e nos ovários. O que ocorre é que o método laboratorial utilizado para dosar testosterona foi desenvolvido para detectar níveis altos de testosterona”, afirma.
“Mulheres normais não têm nível alto de testosterona. Nelas, portanto, a dosagem laboratorial sempre subestima o valor real do hormônio, que é no mínimo o dobro do que foi dosado. O melhor método para dosar testosterona não está disponível comercialmente, apenas em centros de pesquisa”, explica.
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