“Milagres de Natal” após desafios na UTI
A convite de A Tribuna, pais contam histórias de superação e mostram que os verdadeiros presentes nem sempre vêm em sacolas
Histórias de superação lembram que os verdadeiros presentes de Natal, mesmo após momentos de incerteza vividos dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), nem sempre vêm embrulhados em sacolas coloridas.
É nesse contexto que a história de Tom Santos Medeiros ganhou mais um capítulo. Neste Natal, ele completa dois meses de vida.
Sua mãe, a chef de cozinha Marcella Santos, de 40 anos, conta que a gestação evoluía normalmente, até que contrações antes das 39 semanas mudaram tudo.
No dia 25 de outubro, com 30 semanas, a bolsa estourou e foi necessária uma cesárea de urgência. O parto, inicialmente previsto para 31 de dezembro, precisou ser antecipado. Tom nasceu prematuro, com 1 quilo e 300 gramas, e permaneceu internado por 40 dias, até receber alta.
O bebê ainda enfrenta desafios da prematuridade, como atrasos no desenvolvimento e rins em formação, mas o sentimento é de gratidão. “A experiência na UTI neonatal foi marcada por medo e esperança”, resume a mãe, que viveu sentimentos de impotência ao não poder pegar o filho no colo ou amamentar nas primeiras semanas.
Ainda assim, esteve presente celebrando cada pequena evolução, com o marido, o empresário Victor Medeiros, 36. “Não tenho dúvidas de que nosso filho sempre foi um milagre. Tive um aborto em janeiro e, menos de dois meses depois, engravidei novamente, sem esperar”, disse a mãe.
Já a pequena Valentina, filha da esteticista Larissa Maria dos Santos Silveira, 35, e do engenheiro Caio Freire Silveira, 37, também travou desde cedo uma verdadeira luta pela vida.
Após o diagnóstico ainda no útero de mielomeningocele — uma malformação na coluna —, os pais buscaram a única alternativa: a correção intrauterina a céu aberto, realizada com 23 semanas de gestação.
Um mês após a cirurgia, ela nasceu e permaneceu por quatro meses na UTI Neonatal do Hospital Vitória Apart. Em decorrência da mielomeningocele, desenvolveu hidrocefalia e passou por uma cirurgia para implante da derivação ventrículo-peritoneal (DVP).
Após receber alta, porém, com apenas uma semana em casa, voltou a ser internada, permanecendo mais 80 dias hospitalizada até voltar para casa.
E hoje, no Natal, ela completa nove meses e sua mãe deixa uma mensagem. “Não perca a fé. Entregue sua vida a Deus, pois Ele sabe de todas as coisas. Agradeça até mesmo pelos momentos difíceis, pois são eles que nos tornam mais fortes e resilientes.”
Propósito
“Resposta de orações”
A chegada de Oliver de Sousa Alves Marques, nascido em 20 de outubro e internado até a última segunda-feira no Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, mudou completamente a rotina da família.
Filho do empresário Pedro Luiz Marques Filho, de 28 anos, e da costureira Welkhya Lucas de Sousa Alves, de 26, Oliver nasceu com uma malformação no sistema digestivo.
Durante dois meses, Welkhya permaneceu integralmente no hospital, ao lado do filho, enfrentando dias de choro, incertezas e saudade de casa e do primogênito Dominic, de 1 ano e 5 meses.
Enquanto isso, Pedro ofereceu suporte constante à família, reconhecendo a força da esposa ao enfrentar a fase mais difícil dessa caminhada.
“Receber a alta do nosso filho perto do Natal foi a resposta de todas as orações que fizemos. Nunca perco a fé, pois acredito que Deus tem um propósito em cada acontecimento da nossa vida”, afirmou a mãe.
Símbolo de força
“Ele é forte e muito alegre”
O pequeno Ravi de Souza da Silva, 10 meses, nasceu saudável e se tornou símbolo de força, fé e recomeço para o pai, o estoquista Rilles da Silva de Souza, de 29 anos.
Filho de Pâmela Souza, que morreu dois meses após o parto depois de cinco anos de luta contra um câncer cerebral, o menino cresce cercado de cuidado e afeto.
Ao lado de Rayza Barbosa, 22, Rilles construiu uma nova família. “Ela cuida do Ravi como uma mãe. Me fez entender que a vida não é só luto, mas também recomeço”.
Para ele, Ravi é a prova de que a vida pode florescer mesmo após as batalhas. “Ele nasceu do tamanho de um celular e ficou três meses na Utin (Unidade de Terapia Intensiva Neonatal) do Hucam para se desenvolver e venceu. Ele é um menino forte e muito alegre.”
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