Empresas fecham contrato para construir porto com 4 mil empregos
Vports fez acordo com a Blue Terminals para construir terminal em Praia Mole, Vitória, com 4 mil empregos diretos e indiretos na operação
A Vports fechou acordo com a Blue Terminals, empresa pertencente à Zmax Group, para construir um terminal de granéis líquidos em Praia Mole, próximo ao Porto de Tubarão da Vale, em Vitória. A perspectiva é que 4 mil empregos, entre diretos e indiretos, sejam criados para a operação do novo terminal.
O contrato de 25 anos prevê investimento de R$ 340 milhões e início das operações em 2028. O terminal portuário terá capacidade para movimentar cerca de 14 milhões de toneladas de petróleo por ano, o equivalente a aproximadamente 100 milhões de barris.
Segundo a Blue Terminals, a infraestrutura posicionará o Espírito Santo com mais força no cenário global do petróleo. “Embora seja o segundo maior produtor do País, o Estado ainda exporta uma parcela limitada do que produz. O TGL Praia Mole surge como estrutura logística capaz de ampliar esse potencial”, comunicou a empresa.
O local terá um calado (profundidade submersa de um navio) de 25 metros e será utilizado para que embarcações que vêm das plataformas em alto-mar façam o transbordo do óleo para navios gigantes, que levarão o produto mundo afora, no chamado ship to ship.
Para o diretor executivo da Blue Terminals, Bruno Fardin, o TGL Praia Mole avança de forma definitiva. “O projeto simboliza desenvolvimento, modernização e oportunidades, alinhando crescimento econômico e responsabilidade socioambiental para consolidar o Estado como referência logística no País”.
O diretor-presidente da Vports, Gustavo Serrão, destaca a assinatura do 17º contrato desde a concessão do Complexo Portuário de Vitória à iniciativa privada, há três anos.
“Neste ano, a Vports firmou parcerias estratégicas em segmentos diversos, sendo os dois últimos contratos com prazo superior a 15 anos, o que traz relevantes investimentos para o Espírito Santo. Este novo contrato traz uma nova linha de serviços, com capacidade dedicada à exportação de petróleo, reforçando a nossa vocação multipropósito”.
O vice-governador Ricardo Ferraço comemorou o anúncio. “Essa é uma vocação tradicional do Espírito Santo que tem crescido e vai continuar crescendo, contribuindo muito com o desenvolvimento do nosso Estado”, disse.
O investimento vai aumentar a arrecadação em royalties distribuídos entre Vitória, Serra e Vila Velha. O licenciamento ambiental está em andamento, assim como o projeto de engenharia.
Os Números
- 25 metros será o calado (profundidade)
- 340 milhões de reais é o investimento
Mais royalties para prefeituras
O investimento vai permitir um aumento de cerca de R$ 80 milhões por ano em royalties de petróleo arrecadados por municípios da Grande Vitória, além de impostos que somam R$ 156 milhões anuais. Os royalties serão distribuídos entre Vitória (40%), Serra (30%) e Vila Velha (30%), considerando os parâmetros de volume e preço médios de 2023.
Já os tributos arrecadados são a soma do que será pago em Imposto sobre Serviços (ISS), PIS/Cofins e Imposto de Renda.
Os dados sobre o potencial de arrecadação foram levantados pela consultoria Garín Partners, de São Paulo, a pedido da empresa.
Saiba Mais
Só falta a licença ambiental
O acordo garante mais uma autorização necessária para que o terminal seja instalado em Vitória, avançando mais um passo concreto rumo ao início das operações, planejadas para 2028.
O próximo passo é a licença ambiental. O terminal integra um projeto robusto e com capacidade para movimentar cerca de 14 milhões de toneladas de petróleo por ano, o equivalente a aproximadamente 100 milhões de barris.
A infraestrutura posicionará o Espírito Santo com mais força no cenário global do petróleo. Embora seja hoje o segundo maior produtor do País, o ES ainda exporta uma parcela limitada do que produz. O TGL Praia Mole surge como uma estrutura logística capaz de ampliar esse potencial.
Em fases avançadas
Segundo a Blue Terminals, os estudos necessários para licenciamento ambiental encontram-se em fase avançada de elaboração e serão apresentados o quanto antes para análise técnica do órgão ambiental (Iema).
A empresa destacou que todas as reuniões de diagnóstico participativo de percepção ambiental já foram realizadas. “Esses encontros representam uma fase fundamental, pois são voltados para ouvir as comunidades diretamente relacionadas ao entorno e ao uso do mar, incluindo pescadores, profissionais do turismo, nadadores, remadores e demais grupos que utilizam a região”, disse a empresa, em nota.
O terminal está com a engenharia em fase avançada de desenvolvimento. A operação será conduzida dentro de rigorosas normas internacionais de segurança, como as da IMO, e protocolos exigidos por órgãos brasileiros como Marinha e ANTAQ. Entre os diferenciais previstos estão navios com casco duplo, sistemas automatizados de contenção, centro de controle operacional e monitoramento contínuo.
Pilares
O projeto foi desenhado com três pilares: o socioambiental, que inclui rígidos padrões de segurança e proteção ambiental; o socioeconômico, com alto impacto na economia e ampliação da competitividade do Espírito Santo; e eficiência operacional.
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