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Autismo além do diagnóstico: preparando a inclusão de verdade

A inclusão começa após o diagnóstico — e ainda é o maior desafio para quem vive o autismo no dia a dia

Pollyana Paraguassu | 02/12/2025, 12:22 h | Atualizado em 02/12/2025, 12:22
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          Imagem ilustrativa da imagem Autismo além do diagnóstico: preparando a inclusão de verdade
Pollyana Paraguassu é presidente da Associação dos Amigos dos Autistas do Espírito Santo (AMAES) |  Foto: Divulgação

Nos últimos anos o autismo ganhou muita visibilidade. Há 23 anos, quando eu entrei nesse universo com o diagnóstico do meu filho, não se falava sobre diagnóstico precoce, tratamento e terapias como se fala hoje. Isso é um avanço inegável e muito necessário. Mas, quando a discussão se limita à etapa do diagnóstico, corremos o risco de tratar o autismo como um evento médico, e não como uma realidade social. Existe um outro desafio que começa logo depois do diagnóstico: como a sociedade reage, acolhe e convive com a pessoa autista?

O autismo não se cura, não desaparece e não “fica para trás”. Ele acompanha a pessoa em todas as fases da vida: seja na escola, no trabalho, nos espaços públicos e nas relações sociais. Mas ainda vivemos em uma sociedade que falha em garantir a inclusão na prática, apesar de todas as leis de inclusão.

Entre a lei e a vida real, existe um abismo chamado desinformação. Nas escolas, ainda é comum que alunos autistas sejam vistos como “difíceis” ou “problema”, quando na verdade o desafio está em preparar os profissionais e as estruturas pedagógicas para acolher a diferença. Inclusão não é somente matricular, inclusão é também garantir o pertencimento daquele ser humano. Um aluno autista não precisa da pena dos colegas, precisa de metodologia, de compreensão sensorial, de espaço para se expressar e de profissionais capacitados e preparados.

No mercado de trabalho o cenário não é diferente. Muitas empresas falam de diversidade, mas poucas estão prontas para praticá-la. Falta treinamento, falta escuta e, acima de tudo, falta coragem para quebrar o preconceito que associa deficiência à incapacidade profissional. Quando uma empresa abre espaço para o autista trabalhar com suas potencialidades, seja na tecnologia, na criação, no atendimento ou na gestão, ela ganha produtividade, inovação e humanidade.

A inclusão começa quando o outro deixa de ser tolerado e passa a ser respeitado. É claro que hoje há mais diálogo, mais informação e maior envolvimento das famílias e comunidade. Mas ainda há muito a ser feito. As políticas públicas precisam olhar para a vida adulta das pessoas com TEA, e não apenas para o diagnóstico infantil. A AMAES (Associação dos Amigos dos Autistas do Espírito Santo) atua há mais de duas décadas com esse propósito: orientar famílias, oferecer tratamentos, articular políticas públicas e sensibilizar a sociedade para que a inclusão aconteça de verdade, seja em casa, na escola, no trabalho e nas ruas. Nossa luta é para que o autismo não seja apenas um tema do “abril azul”, mas uma pauta diária.

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