Quatro novos prédios com “sócios” na Bolsa
Igom planeja projetos para a Grande Vitória, com investimentos via CRI, Regime Fácil e investimento direto em imóveis
Quatro novos prédios são planejados pela Igom, nova empresa de investimentos imobiliários com sede em Vitória, para serem lançados na Bolsa de Valores como opção de investimento.
Foi o que adiantou o sócio e CEO da empresa, Luiz Cláudio Mazzini Gomes, durante o lançamento do Casa Ilzze, empreendimento da Mazzini Construtora e da Igom em Barro Vermelho.
Os empreendimentos serão construídos na Grande Vitória, afirma o empresário. Duas modalidades para investimento imobiliário serão levadas à B3 (Bolsa de São Paulo) para que sejam abertas ações desses empreendimentos.
A primeira, chamada de Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), será emitida para custeio de parte do valor necessário para a construção, afirma o empresário.
“A gente desenvolve o empreendimento e vende a um preço, com certa condição de pagamento. A nossa equipe de vendas indica a curva de vendas e, então, faz o cruzamento da curva de recebíveis e o que a gente vai gastar para construir. Quando eu começo a vender, tenho os contratos de compra e venda — e a parcela de chaves. A gente então pega esses recebíveis (dinheiro que será pago pelo imóvel) e emite papéis no mercado de capitais”, explica.
Com isso, o investidor aplica dinheiro na construção e recebe, com juros, a partir das vendas.
Uma segunda modalidade, chamada de Regime Fácil, que permite a empresas de médio porte abrir capital, também deve ser usada pela Igom.
“A ideia é que, no futuro, a gente estruture uma sociedade, a 'Igom S.A. 03', agora não só com um empreendimento, mas mais do que isso, levando essa empresa para uma abertura de capital na Bolsa”, diz.
Nesse modelo, outras construtoras de menor porte também passarão a ter o serviço da Igom disponível — até mesmo de outros estados, adianta.
No atual momento, a Igom já atua com a captação de recursos para empreendimentos da Mazzini Construtora, a partir do modelo de “equity” — ou seja, investimento direto no projeto.
Além do Casa Ilzze, a modalidade foi aplicada no Esquina, edifício em construção em Jardim da Penha, em Vitória.
Entenda
Três modalidades de investimento
CRI
O Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) é um título de renda fixa usado para captar recursos no mercado financeiro.
Funciona assim: créditos originados por operações imobiliárias são transformados em títulos e vendidos a investidores.
Ou seja, a empresa recebe o dinheiro antecipadamente para financiar obras ou expansões, enquanto os investidores são remunerados ao longo do tempo com juros.
É uma modalidade indicada para grandes empreendimentos e para quem busca captação estruturada com custo competitivo.
Regime Fácil
Já O Regime Fácil é um modelo simplificado para que empresas com faturamento anual de até R$ 500 milhões acessem o mercado de capitais a partir de 2026.
Ele permite abrir capital ou emitir títulos com menos burocracia, usando um “Formulário Fácil” e exigindo apenas demonstrações financeiras semestrais.
A adesão é exclusiva para empresas já estruturadas como S.A. e que cumpram requisitos básicos de governança.
As captações podem ocorrer por IPO (Oferta Pública Inicial), emissões de dívidas ou ofertas diretas de até R$ 300 milhões por ano.
Equity
No modelo, investidores entram como sócios do empreendimento. Eles aportam capital na fase inicial e recebem retorno proporcional ao lucro da operação — e não por meio de parcelas ou juros.
A empresa divide riscos e resultados com o grupo investidor, compartilhando a valorização do negócio. É um formato usado para projetos de grande porte.
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